Capítulo: 3 Encantando a familia
Carlos: Realmente você é muito experto meu irmão, irei conversar com papai e com João sobre isso, mas você sabe que essa dupla aí não é fácil (Risos).
Outra coisa que fiquei com certa dúvida, nosso café tem vindo com um gosto diferente, você tem preparado ele de alguma outra forma?
Jefferson: A sim meu irmão, antes eu tinha trocado o açúcar por adoçante, mas creio que não foi do agrado, aí eu comecei a usar um açúcar mais refinado, questão de saúde sabe, caso encontre algum papel pela cozinha é deste açúcar que estou utilizando.
Carlos: A sim claro, sua preocupação conosco faz lhe admirar mais ainda.
Locutor: Carlos sai então da cozinha, de imediato Jefferson se dirige a capital para um encontro com o Senhor Brito.
Chegando na capital entra em uma sala com portas de vidro e janelas totalmente escuras, uma mesa comprida de mármore com três senhores sentados, todos acompanhados de rapazes que mais pareciam ser seus seguranças, o senhor Brito de imediato assim que Jefferson entra na sala começa as apresentações.
Brito: Olá pessoal sejam bem vindos, este é meu braço direito Jefferson, aqui do meu lado esquerdo é o senhor Iakami, dono de uma empresa de automóveis chinesa, este senhor a minha direita é o senhor Paloche, dono de uma tabacaria francesa, os outros rapazes são amigos que vieram acompanhar a negociação.
Locutor: Aquela sala parecia carregada com uma energia negativa, todos ali eram ambiciosos e estavam de olho na fazenda, Brito era o mediador que iria fazer as vendas, pois queria montar um grande centro comercial então precisava de investidores de outros ramos para isto.
Jefferson vai sentar ao fundo, para poder observar melhor a situação, por mais que Jefferson era inteligente, ele estava em meio a tubarões e se sentiu um pouco desprotegido naquela sala fechada cheia de capangas e praticamente chefes das vendas, o ar gelado circulava pela sala, os investidores olhavam um nos olhos dos outros, parecia que a qualquer momento alguém iria ceder a pressão do ambiente, neste momento Jefferson se levanta bruscamente, os capangas o olham com firmeza e colocam de imediato a mão na cintura, mas isto não abalou Jefferson, que foi em direção primeiramente a o senhor Brito e lhe deu um aperto de mão, assim demonstrando ser um homem confiável do Senhor Brito, foi até os demais investidores e fez o mesmo.
Jefferson pediu desculpas, pois não tinha cumprimentado a eles e nem se apresentado de forma devida.
Jefferson: Olá pessoal, sejam bem vindos a companhia imobiliária do senhor Brito, caso for do gosto de vocês eu posso apresentar quais são os nossos planos para com a fazenda, de antemão peço desculpas pelo atraso, como estou muito envolvido nos afazeres da fazenda e tentando convencer os proprietários sobre a venda, isto me toma algum tempo, vocês sabem como estes caipiras são cabeça dura, bom se vocês me permitem irei apresentar nosso plano.
Locutor: Todos ficaram mais tranquilizados e o clima ficou um pouco mais amistoso, Jefferson se portou como o mediador e apresentador do plano, sempre falando como se tudo fosse plano dele e que estava nas mãos dele o futuro da fazenda.
Jefferson: Bom irei demonstrar oque podemos fazer nesta fazenda, lá é um local pacato e de fácil acesso para a capital, conta com um terreno extenso, riquezas naturais que podem ser exploradas, como cachoeiras, córregos e até uma pequena cadeia montanhosa, já pensaram em colocar um teleférico lá? (Risos).
Bom com a extensão do terreno seria ótimo para montar uma fábrica, terreno grande e plano, com aberturas nos dois lados, seria lindo ver uma exposição de carros novinhos saindo da fábrica ali, até em min deu vontade de comprar um carro agora, e também temos um espaço totalmente natural, onde se pode além de construir uma matriz quanto plantar tabaco, plantar tabaco natural sem ter de usar muitos agrotóxicos, vocês sabem como esse pessoal se importa com isto hoje em dia.
Locutor: Jefferson tinha dominado aquela reunião, cada palavra era ouvida atentamente, do rosto do senhor Brito só se via pequenos sorrisos de contentamento, o clima de tensão se foi, até que os investidores começaram a se pronunciar.
Iakami: Muito bom garoto, sabe que admiro algumas qualidades nas pessoas, porém oque me indaga é que porque vocês mesmo não criaram isto até agora, se o local é tão bom assim?
Jefferson: Sua dúvida é mais que sensata senhor Iakami, porém fácil de responder, nós somos de uma empresa de imóveis, não temos conhecimento sobre automóveis.
Locutor: Após ter sua dúvida respondida o próximo a se pronunciar foi o senhor Paloche.
Paloche: Sim entendo que vocês não tenham experiência no ramo de carros muito menos no de tabaco, mas vocês tem experiência em vendas! Oque me indaga é porque vocês como uma imobiliária gigantesca como são, não vendem a área total para um milionário?
Jefferson: Sua dúvida é compreensível senhor Paloche, mas esta fazenda ainda tem proprietários e está sendo feita a negociação dela, então talvez possa ser feita somente a compra parcial do terreno, assim que buscamos fazer a compra parcial da fazenda e depois o desmembramento em lotes para construção, como pode ver não seria interessante para um milionário ou outro fazendeiro fazer a compra parcial ou se quer da metade da fazenda.
Locutor: Todos ficaram admirados com as respostas de Jefferson, que demonstrava uma maestria nos negócios, Jefferson não lhes contou sobre os problemas reais da fazenda.
Terminada a reunião Jefferson vai até o senhor Brito para contar de seus feitos e planos.
Jefferson: Olá senhor Brito, bom tenho algumas coisas para falar para o senhor sobre a fazenda.
Brito: Pois diga meu garoto, ah e antes de tudo queria o parabenizar por como conduziu esta reunião, você é um garoto de ouro, com certeza fecharemos negócio.
Jefferson: Bom a administração da fazenda está quase em minhas mãos, fiz com que meu irmão deixa-se secar uma plantação, mas eu já tinha comprado plantas reservas, troquei o veneno contra as pragas por um veneno secante que mata as plantas, também estou incitando meus irmão e pai a me passarem a fazenda, e continuo colocando o veneno que o senhor pediu na caixa de água.
Brito: Sensacional, você é um garoto de ouro mesmo, tudo está saindo como planejado, vamos ver para nesta semana mesmo fazer uma construção no local, este será o ponta pé inicial.
Jefferson: Claro de acordo senhor Brito, teremos de fazer um moinho para ninguém desconfiar, e também deixar o moinho em meu nome, assim fica mais fácil de acreditarem que tudo é para o bem da fazenda.
Brito: Mas é claro muito bem pensado, porém oque faremos com os acionistas? Pois eles querem construir de imediato.
Jefferson: Entendo que eles tenham pressa senhor Brito, conversarei com minha família para ceder uma parte da fazenda para construir silos de armazenamento, como os silos ocupam bastante espaço eles não vão desconfiar que seria para uma fábrica, mas também temos de deixar tudo em meu nome, para depois quando perguntarem sobre os papéis da propriedade eu possa dizer que eu fiz um empréstimo e comprei os silos, fazendo desta forma eles jamais desconfiaram.
Brito: Tudo bem, estarei lhe dando a chave de acesso da minha conta particular, mas cada transição você tem de me informar para min ficar atento nos gastos.
Jefferson: Sem problemas senhor Brito, agora estarei voltando para a fazenda tratar de alguns afazeres.
Locutor: Jefferson retomou para a fazenda e foi diretamente fazer a medição de parte do terreno, onde seria construída a tabacaria e a fábrica de automóveis.
Chegando lá Jefferson deu de cara com o enxame de abelhas jatai, Bob que estava retornando de suas atividades de abelha campeira, fica indagado com oque Jefferson estava fazendo ali parado.
Bob: Será que ele já quer arrancar nosso enxame daqui ? Irei comunicar meus irmãos.
Locutor: Bob então conversa com seus irmãos que estavam retirando a umidade da caixa e jogando para fora, Bob conversou com todos em seu enxame, desde as abelhas campeiras que estavam trazendo alimento, as escoteiras que estavam buscando outros locais para um novo enxame, a rainha que estava fazendo postura, então basicamente todo o enxame foi alertado sobre Jefferson, saíram em disparada ao ataque, uma nuvem de abelhas jatai ia de encontro a ele, e quando iniciaram o ataque mordiscando, grudando no cabelo e atingindo algumas partes do rosto de Jefferson, sua única atitude foi a de sair caminhando vagarosamente sem expressar resistência, em momento algum ele se quer levantou a mão para contra atacar, oque causou estranheza a Bob, pois se a intenção de Jefferson era de destruir o enxame, porque não o fez naquele momento?
Bob após coordenar o ataque, sai em direção a José, que a muito tempo não era visto pela fazenda, Bob que também ia estava quase em sua época de entrar para atividade de abelha escoteira, já aproveitava para buscar novos locais para formar um novo enxame.
Bob, voava e olhava para cada árvore, verificava se haviam ocos nelas e se tinha algum lugar seguro, que não pegasse sol diretamente e nem a chuva entrasse para dentro do local onde seria o novo enxame.
Ele também procurava antigas moradias de abelhas, pois como o cheiro característico das abelhas ficava dentro do local, e isto chamava mais ainda a atenção das abelhas, mostrando que ali é um local apropriado para morar, Bob chegou até o quarto de José que estava em uma mesa lidando com algumas madeiras, aparentemente consertando um balcão de cozinha.
Bob olhou por tudo, acabou chamando atenção de José, que ficou admirado em o ver, José olhava para Bob e no mesmo momento parou de concertar o balcão e pegou algumas madeiras de eucaliptos que tinha por ali, na medida 5x5 as madeiras de eucaliptos eram agrupadas formando um quadrado, José repetiu isto por duas vezes, acrescentou um fundo e uma tampa, fez um buraco onde passaria apenas uma abelha por vez, colocou um suporte de PVC quadrado com alguns furos entre o meio da caixa de madeira, ali estava basicamente pronta a caixa que poderia um dia vir a ser moradia das abelhas, José saiu de seu quarto entusiasmado, coisa que não se via muito tempo, foi em direção ao ninho de Bob, e Bob logo atrás observando tudo, pois Bob não nutria desconfianças com José, então José pegou um pouco de cera do enxame de bob e o máximo de própolis que conseguiu, colocou em uma garrafa tanto a cera quanto o própolis e adicionou álcool, ali estava pronto o atrativo para as abelhas, a cera e o própolis para dar o cheiro característico delas e o álcool para facilitar a diluição e espalhar o cheiro dos materiais biológicos das abelhas, deixou no sol para ficar alguns dias.
Bob analisava toda a situação, e pensava que aquela caixa poderia ser uma boa moradia.