Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

Capítulo 05

Alana narrando

Os  dias se passaram rapidamente, minha mãe já voltou pra casa , mas está na mesma situação, se sentindo muito mal ainda, eu me sentia muito impotente. Precisa de remédios pra se manter, o que eu iria fazer? Eu precisava arrumar um emprego para nos manter.

- Alana você vai se atrasar pro colégio.- minha mãe me chamou atenção.

- Não vou não mãe, já tô indo! - gritei do quarto.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto , me despedi de minha mãe e sai. Eu era até bonitinha para falar a verdade.

As coisas estavam muito  estranhas na minha vida.Eu não parava de pensar naquele beijo que Wl me deu, não foi o meu primeiro beijo admito, mas sei lá... Não sei explicar o porque de eu estar pensando tanto nele. Ele tinha um enigma, algo que me deixava que prendia o meu pensamento a ele de uma forma que eu não conseguia explicar.

Desci o morro em direção a escola, tinha uma escadaria um pouco enorme que eu tinha que passar todos os dias pra ir para casa , era insuportável confesso.  Estava pensando no meu aniversário, era daqui a dois dias eu faria enfim, catorze anos iria ser um dia normal pra mim, já que nunca tenho condições de fazer festa mesmo, ainda mais agora com essa situação que estavamos passando.

Terminei de descer essa droga de escadaria e passei na casa de Vic pra irmos juntas até a escola.

- Vitória! - gritei em sua porta.

Ela apareceu na porta com sua calça sempre colada e seu batom vermelho e seus cabelos enormes tingidos também de vermelho.

Era exagerado para ir a escola mas ela gosta de exagerar fazer o quê.

- Bom dia amiga.- ela disse.

- Vamos?

- Vamos sim.

Fomos o caminho conversando até que Vitória tirou um celular novo enorme da mochila me mostrando.

- Quem te deu isso?

- Rodrigo.

- Vitória você aceitou um celular desse cara?

-

 Aceitei Lana, ué o meu já estava muito velho, eu sei que você vai me dar bronca mas eu e ele estamos juntos cada vez mais.

- Não vou te dar bronca nem te julgar. Eu sou apenas sua amiga querendo seu melhor, mas você tá feliz com ele então isso é o que importa.

- Obrigada Lana, obrigada por sempre me apoiar. - me deu um abraço.

Fomos pra escola e as aulas passaram rapidamente .Voltei pra casa naquela baita vontade de comer um prato de feijão.

Mas lembrei que minha mãe hoje foi visitar uma tia minha que mora no asfalto.eu teria que fazer minha comida, grr..

Cheguei em casa na maior preguiça, mas tinha que limpar a casa né. Tomei um banho rápido, fiz o almoço e limpei a casa todinha. Chorei copiosamente por alguns minutos, pensando em tudo, pensando em se as coisas fssem diferentes, eu queria que fossem. Fiz as atividades de casa que não estava lá tão fácil assim, e capotei na cama.

Dois dias depois

Era hoje meu aniversário de catorze anos. Era sábado, então eu não teria que ir pra escola, pelo menos isso né.

- Parabéns filhota! Que você sempre continue me dando orgulho, te amo. - minha mãe me abraçou.

- Obrigado mãe. - sorri .

- Eu não posso te dar presentes Alana, mas eu tenho amor pra lhe dar. - ela disse triste .

- Eu sei, e eu nunca me importei com isso! O importante é a senhora se cuidar e ficar aqui comigo. Esse é meu maior presente. - a abracei.

O dia passou, e eu fiquei assistindo tv com minha mãe. Até assistimos sessão da tarde juntas, era um filme engraçado.

Umas cinco da noite Vitória bateu na porta, bateu não gritou quase estourando meu tímpanos.

- Alana. - ela gritava várias vezes.

- Que foi doente mental? Quanto grito. - revirei os olhos.

- Ah amiga parabéns! - me abraçou.- Eu tenho um presente lá em casa pra você, e também vamos sair.

- Obrigado minha bf, não precisava de presente. Mas sair pra onde doida? Tenho grana não.

- Depois eu te explico, agora arruma tuas coisas que você vai dormir lá em casa hoje. - deu um sorriso contente.

- Tu tá pirada em. Nem avisei a minha mãe .

- É amiga , deixa comigo. Hoje é seu aniversário de catorze o que custa sair ao menos uma vez ?

Vitória foi pedir a minha mãe e ela imediatamente deixou. Ela era amiga das antigas da mãe de minha amiga, e confiava nessa criatura. Meu Deus, mal sabe ela que Vitória não é flor que se cheire.

Ela não falou a minha mãe que íamos sair , e sim que íamos ficar em "casa" .

Depois de separar algumas roupas minhas, fui com Vitória. Fomos o caminho todo rindo a toa e conversando sobre novelas , boys e falando da vida alheia.

Acabamos encontrando R7 e quem eu temia encontrar : WL.

R7 parou a moto perto de Vitória , e o outro lá ficou parado a um pouco de distância.

- Te vejo lá ruivinha. - R7 falou com Vitória.

Vejo lá aonde? O que será que essa bixa tá aprontando.

- Claro amor. A propósito é o aniversário da minha amiga Alana aqui. - ela disse me fazendo corar de vergonha.

- Meus parabéns bonita. - ele me olhou.

- Valeu. - sorri forçado.

- É seu aniversário? - WL se aproximou se intrometendo na conversa.

- É. - disse isso apenas.

Eu não havia esquecido o beijo que ele me deu sem minha permissão. Como pode. Se minha mãe ou alguém descobre que eu beijei um traficante ela me esfola viva.

- Tudo de bom gatinha. - piscou pra mim. Vai ter comemoração especial lá no baile.

Eles arrancaram com a moto e eu olhei feio pra Vitória.

- Quem mandou você falar que era meu aniversário? De qual baile eles tão falando?

- Ai desculpa Lana. Eu só queria que te dessem parabéns pelo seu dia.

- Eu te contei sobre WL , Vitoria. Não quero aproximação com esse cara doido eu vou pra casa, puta que pariu hein - dei as costas e cruzei os braços .

- Desculpa amiga, não vai deixar de curtir seu aniversário por causa de ninguém não é?!

- Hum.. E essa história de baile, eu não vou! - fiz cara feia .

- Vai sim, é seu primeiro baile. E se tiver com medo, não precisa ficar, estaremos com os patrões ninguém vai mecher em nós.- sorriu.

- Eu não vou estar com patrão nenhum!

- Ah mais vai nem que eu tenha que te arrastar! - falou decidida.

E dito e feito. Cá eu estou agora entrando num baile, dentro de um vestido preto colado, e um salto vermelho que Vitória comprou de presente para mim.

Eu nunca tinha ido a um baile . Quer dizer, a festa nenhuma né, eu lá tenho condições pra esses luxos?

Passávamos e homens de todas as idades nos olhavam com desejo, e as garotas com nojo.

- Eu tô com medo , não devia ter vindo.. - sussurrei pra Vitória.

- Para de caô amiga.

Ela me levou pra um lugar que suponho ser o camarote dessa merda de baile, e os caras deixaram ela subir imediatamente.

Fui atrás morrendo de medo , que diabos de lugar estranho. Pra mim isso aqui é novidade.

- Bora dançar? - Vic perguntou e eu neguei.- Qual é Alana, bora amiga. Hoje é seu aniversário!

- Não quero.

- Aff. Vou pegar uns negócio pra gente.

- O quê?!

- Tu vai gostar.

Fiquei esperando ela trazer o tal negócio , até que WL e R7 se aproximaram de mim . Aí que medo. Virei o rosto e fingi que não vi.

- Qual foi gatinha , finge que não vê é? - ele falou com aquela voz impactante.

- Não tenho obrigação de falar contigo.

- Ih... Só não te mato porque é seu aniversário. - riu.

- Haha. - sorri ironicamente . Engraçado você.

- Sou muito engraçado e lindo, e outras coisas quer descobrir?

- Não!

Eles ficaram rindo e bebendo do meu lado e eu nem thum.

Quero mais é que eles se explodam.

Enfim Vitória chegou.

- Que demora. - revirei os olhos.

- É que a fila da bebida tava enorme. Mas toma miga.

- Que troço é esse? - olhei para o copo com receio.

- Bebe amiga tem um gosto bom.

Confiei em Vic,o que eu nunca deveria ter feito aliás, e bebi de vez. O negócio desceu rasgando na minha garganta, mas realmente era muito bom. Tinha um gosto de morango, com limão sei lá.

- Amiga! - Vitória me chamou.

Eu estava bebendo mais um copo daquele troço. Era muito bom!

- Que foi doida? - a olhei.

- Olha lá o que WL está falando com o DJ! - ela apontou pro palco.

O DJ tocou uma música de aniversário e falou meu nome.

Corei na hora.

DJ: O chefe quer desejar parabéns pra aquela mina de preto no camarote, Alana! 

Palmas pra ela gente.

Todo mundo me olhava e batia palmas, exceto umas meninas que me olhavam feio.

Porque ele fez isso? Que raiva.

- Gostou? - WL chegou perto de mim sussurrando meu ouvido me causando arrepios.

- Nem sei porque você se importa com meu meu aniversário. - dei de ombros.-

 

Você me interessou muito gata - tocou em meus cabelos.

- Mas nunca vai me ter saiba disso! - me afastei.

- Nunca diga,nunca.

Após o baile, cheguei em casa. Fui diretamente ao banheiro tomar um banho, molhei meus cabelos, eu não parava de pensar nele. Seu cheiro, seu fisico, ele era o oposto de tudo que eu sempre gostei.

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.