CAPÍTULO 5
A kiara me olhou como uma puta que não havia recebido o pagamento, e foi exatamente assim que eu fiz ela se sentir.
— Quem você pensa que eu sou Lucas? Alguém que você pode usar, tirar uma casquinha e depois cair fora?
Eu tinha muitas coisas pra jogar na cara dela, mas eu faria ela pagar por tudo lentamente, dando pra ela uma dose diária de sofrimento mental.
Antes de eu sair do quarto eu dei uma olhadinha pra ver se não tinha ninguém pra me pegar no flagra.
Eu dei uma última olhada pra ela e falei algo que com toda certeza a deixou desequilibrada.
— Se eu quisesse mulher fácil, eu pagava uma puta.
Quando eu fechei a porta, ela começou a gritar como uma histérica, enquanto eu corri pro meu quarto morrendo de rir.
— Seu imbecil, você é um doente seu otário, isso não vai ficar assim seu ordinário, filho de uma puta traiçoeiro.
Não demorou muito tempo pra minha mãe e o Mathias subirem pra ver o que estava acontecendo com ela, enquanto eu fiquei com o ouvido grudado na porta atrás de escutar o que eles diziam...
— Kiara, o que houve minha filha? O que tá acontecendo? Que gritaria é essa?
Eu abri a minha porta bem devagar, e enquanto minha mãe a olhava sem entender, e o Mathias esperava uma resposta, eu caminhei até lá e fiquei na mesma posição da minha mãe, de trás do Mathias, como um fofoqueiro curioso que não estava entendendo nada do que estava acontecendo.
— Você está bem Kiara? Perguntei.
Eu nunca vi a kiara gritar com tanta força e com tanto ódio, ao ponto de expulsar todos da porta do quarto dela.
— Aiii que ódiooooo, porraaaa!!!
Eu, o Mathias e minha mãe ficamos olhando um pra cara do outro, e eu continuei com a minha encenação.
— Acho que a kiara precisa de um psicólogo Mathias, ela deve estar com problemas, comentei.
— Eu também não estou entendendo esse comportamento da Kiara. Continuou minha mãe...
O Mathias continuou tentando conversar com a filha dele.
— Kiara? Eu devo chamar uma psicóloga pra você?
— Por favor pai, me deixa sozinha, ou em vez de uma psicóloga o senhor vai precisar chamar a polícia.
— Poxa, será que peguei muito pesado? Pensei.
Acho que não, ela fez coisas bem piores comigo e com a minha vida, e antes que eu entre de vez por entre as pernas dela, ela vai ver o moleque que ela disse que eu sou.
Eu concluí o meu pensamento e voltei pro meu quarto.
Eu não vi a kiara pelo restante do dia, eu saí várias vezes do quarto e tentei escutar algo no quarto dela e não vi e nem ouvi nada.
A noite eu resolvi pegar um cinema, confesso que me senti um pouco solitário, mas depois cheguei a conclusão que aquilo poderia ser bom pra mim.
Após o cinema eu fui até a casa de uns amigos pra umas partidas de basquete que aconteciam todas as sextas-feiras.
Depois do jogo, uma garota linda e com o sorriso encantador me chamou atenção, ela percebeu que eu estava olhando pra ela e se aproximou de mim.
Eu estava todo suado, sem blusa, mas ainda sim, ela não pareceu se importar.
— Oi? Você é o Lucas não é? Muito prazer, eu me chamo Viviane, nós vamos sair pra lanchar agora, você vai com a gente?
Eu não sabia exatamente quem ela era, mas depois descobri que ela era prima de um dos meus amigos.
Eu não sei o que me deu na hora, eu fiquei sem palavras e apenas balancei a cabeça afirmando que iria também.
A Viviane era ruiva natural, um pouco mais baixa do que eu, e era maravilhosamente sexy e solteira.
Eu fiquei o tempo todo analisando ela e eu nunca vi uma garota se dar tão bem com os caras, aparentemente eu não era o único a ficar babando por ela.
Se a Suellen tivesse conhecido ela, a chamaria de oferecida. Mas ela não era, eu conhecia uma mulher oferecida, a Viviane era simpática, e isso deixava ela ainda mais linda e interessante.
— Eu preciso conhecer essa garota melhor! Pensei.
Naquela hora eu nem lembrava mais que a Suellen ou a kiara existiam.
Quando todos já tinham ido embora, ficamos conversando eu, a Viviane, e o Die, meu amigo e primo dela, mas logo depois o Die foi dormir e ficamos só eu e ela.
Eu fiquei um pouco travado depois que ele se retirou, mas depois a conversa foi se desenrolando e acabamos conversando sobre tudo.
Eu tinha todos os motivos do mundo pra mentir, afinal qual garota iria querer conhecer um cara com a vida complicada como a minha? Mas eu cheguei a conclusão de que deveria ser verdadeiro com ela, pois ela era uma garota muito legal.
Eu falei da confusão que estava a minha vida, falei da Suellen e falei da kiara, a grande causadora de todos os meu problemas. Eu não sei porque, mas ela fazia eu me sentir bem a vontade pra falar sobre o assunto, era como se eu dependesse daquela conversa pra ter alguma chance com ela.
Ela também falou dela, e do último relacionamento que ela teve, que era bem conturbado. Rimos bastante de tudo o que aprontei nos últimos dias. Eramos duas pessoas que não queriam compromisso sério com ninguém, se confessando um com o outro. Ela era doce e brincalhona, menina e mulher na mesma pessoa, tinha um olhar sexy, e ao mesmo tempo inocente. Não dava pra explicar aquela garota.
Conversa vai, conversa vem, e acabamos nos beijando.
— Lucas, você sabe que eu não estou pronta pra engatar nada com ninguém não é?
— Eu sei, eu também não estou, mas até lá, não tem problema a gente se conhecer melhor, você não acha?
— Eu não sou uma pessoa paciente como a Suellen foi com a Kiara Lucas. Embora eu não tenha nada sério com você, eu não reajo bem a provocações, e eu não sou tão boazinha quanto pareço ser. Você tem certeza que quer trazer mais um problema pra sua vida? Perguntou ela.
Fiquei um pouco abismado com a sinceridade dela. Mas não demorei muito a responder...
— Talvez você seja o problema que vai resolver todos os outros Viviane.
Nós dois começamos a rir, mas no fundo eu sabia que estava correndo um enorme risco de me fuder ainda mais.
Quando eu cheguei em casa, já era quase de manhã.
Minha mãe e o Mathias já estavam acordados arrumando as coisas pra irem pra mais uma viagem.
— A noite foi longa em garotão?! Disse o Mathias.
— Você não vai mesmo falar quem é ela? A minha mãe perguntou.
— O nome dela é Viviane. Falei rindo.
Eu sabia que aquela não era realmente a garota que provocou todo o vendaval na minha vida, mas eu não poderia dizer a verdade.
— Quando vocês voltarem, talvez eu apresente ela pra vocês, ainda está um pouco cedo.
— Espero que ela seja tão boa quanto a Suellen.
— Eu também. Respondi!
— Bom dia filha? O Mathias falou.
Quando eu olhei pra trás, a kiara estava lá.
— A quanto tempo você está aí? Perguntei a ela.
— O suficiente pra ouvir você falar da minha nova cunhadinha.
Ela continuou...
— Pai, deixa dinheiro antes de ir, estou precisando de umas blusinhas e umas calcinhas novas.
Eu conhecia aquele sorrisinho de canto de boca. O que ela não sabia, era que a ruiva que eu passaria a levar pra casa, era muito pior do que ela.
Eu ignorei aquilo tentando não pensar no tipo de calcinha que a kiara compraria e
fui pro meu quarto.
Eu passei o resto da manhã dormindo, quando eu acordei já era 13:30 da tarde. Eu tomei um banho, escovei os dentes e fui atrás de comer algo. E ao descer as escadas, eu vi a Kiara com aquela bunda a amostra indo pra piscina.
— Não, não, eu não vou cair nessa.
Voltei pro quarto na mesma hora, liguei pra Viviane, e a chamei pra um banho de piscina, no fundo eu sabia que só queria provocar a kiara.
— A Kiara tá aí? Perguntou ela.
— Sim, e também está na piscina, respondi.
— Então eu vou.
— Garota, quem é você? Perguntei.
— O problema que vai resolver todos os outros.