Capítulo 1
Quando cheguei em frente à mansão mal pude acreditar que colocaria os pés ali.
Vi um homem alto e loiro na entrada e presumi que fosse o porteiro como Jessi havia me contado e fui em direção a ele.
- Olá, gostaria de falar com - tirei o papel da sacola que estava carregando - Sra. Ana Dalvin
- Como se chama? - Perguntado
-Diana
- Verei sua permissão para entrar. Um minuto – ele se virou, entrando pelo portão que tinha uma cerca alta e branca.
Esperei impacientemente até que o homem apareceu dizendo que o dono da casa estava me esperando.
Assim que entrei pude perceber que era uma longa caminhada de lá até a casa, na entrada havia carros luxuosos como aqueles que você não vê todos os dias por lá.
Caminhei em direção ao centro, vendo uma fonte que jorrava água sem parar.
Foi um espetáculo!
Quando finalmente cheguei à grande porta branca de madeira lisa.
Vendo que estava fechado resolvi ligar.
Não demorou muito para que a porta fosse aberta por um homem de cabelos brancos vestindo um terno preto impecável.
- Você deve ser a senhorita Diana - sugeriu ele com classe.
- Sim, eu mesmo
- A Sra. Dalvin não gosta que batam na porta, toque a campainha da próxima vez - ela apontou para a campainha ao lado da porta.
sorria sem jeito
- Com licença
"Entre", ele pediu e cedeu.
Assim que entrei, meus olhos vibraram com todo luxo e poder que a casa exalava.
- Sentar-se
Olhei para o lindo sofá branco e sentei-me sentindo o conforto que ele oferecia.
- Você vem logo – ele se retirou, saindo de minha vista.
Fiquei inerte, percebendo tudo o que via quando ouvi passos vindos de uma linda escadaria.
A mulher desceu elegantemente, demonstrando maestria no ato.
Ela era loira, magra e tinha cabelos alisados na altura dos ombros.
De certa forma foi lindo
- Você é o único - ele parecia não se lembrar
-Diana
- Oh sim
Ela sentou-se e a partir daí todo o seu glamour desapareceu.
Tudo o que saiu da sua boca foram imposições e arrogância de uma mulher rica.
- Não gosto que mexam nos meus casacos de pele, são todos de origem animal e você pode imaginar o quanto são caros - ele sorriu zombeteiro - Não, você não imagina
Respirei fundo e me lembrei de que realmente precisava daquele emprego.
Sim, eu realmente precisava disso.
- Eu entendo senhora
- Não tenho muito tempo, mas pelo que vejo você é o candidato ideal. Não há nada com que me preocupar e é disso que preciso. Uma empregada em tempo integral: meu sorriso desapareceu
Jessi não disse nada sobre ficar aqui.
Mas eu precisava do emprego, o que eu diria...?
- Que bom
- Augusto, nosso mordomo, irá te mostrar todas as acomodações da casa e tudo que você deve fazer. Eu tenho que ir - ela se levantou e lhe deu as costas, levando a bolsa e a chave de uma mesinha de vidro - Augusto te conta tudo - ela ordenou e saiu com os saltos finos fazendo barulhos irritantes no chão.
"Vamos, senhorita", chamou Augusto.
Depois de me mostrar a casa, ele finalizou o passeio me mostrando onde eu ficaria hospedado.
Era um quarto pequeno, mas super confortável e eu não podia reclamar. Tinha um pequeno banheiro adorável e até uma TV.
Ficava nos fundos da casa, mas pelo menos eu iria fugir do barulho irritante dos saltos daquela mulher.
- Devo começar hoje?
- Não necessariamente, dona Fátima, nossa última faxineira, fazia limpeza constante e esteve aqui recentemente então já tem muitas coisas no lugar.
- Está tudo bem – suspirei – não trouxe roupa, nada.
- Se quiser, volte amanhã cedo e comece suas tarefas.
Acordei cedo e organizei algumas coisas já que ficaria muito tempo fora.
Minha casa é muito simples, mas muito aconchegante.
Consegui comprá-lo com muito esforço.
Desde pequena ela cresceu em um orfanato. Um lar para crianças órfãs. Quando terminei o aluguel, tive que trabalhar e procurar um lugar para ficar até encontrar essa casa, que era bem acessível.
Saí recolhendo minha mochila e outros pertences. A casa da Sra. Dalvin não ficava longe, bastava dar uma volta de carro.
Entrei em casa cumprimentando o mordomo Augusto e fui para o meu quarto organizar algumas coisas.
Eu mal sabia por onde começar e decidi perguntar.
- Augusto estou um pouco perdido
- Tive a ousadia de fazer o uniforme para você, considerando as medidas que ele tem, deve servir em você - ele me entregou o tecido preto e branco - Talvez você queira começar pela cozinha.
- Obrigado, vou me trocar.
Entrei no quarto, fechando a porta.
A maneira como o mordomo era educado e sempre falava corretamente era sufocante.
Assim que cheguei à cozinha notei que tudo estava no seu lugar, mas talvez para Madame a poeira fosse insuportável.
Comecei limpando os armários e terminei limpando o chão da cozinha.
Vendo tudo pronto, resolvi subir até o topo, vendo portas e mais portas. Era um corredor enorme, vazio e em branco.
Entrei nos quartos sabendo mais sobre a casa e simplesmente não tinha nada a dizer.
Depois de separar o que estava fora do lugar, fui até a lavanderia ver o que precisava ser lavado.
- Não tem roupa suja no momento, mas logo o marido da dona Dalvin chegará de viagem e trará muito trabalho para você - Augusto sorriu
- Marido?
Eu mal sabia disso.
- Não sabia? O senhor Dalvin é o dono da casa, nosso chefe e acredite, dona Ana é difícil, imagina.
Depois de um dia cansativo comecei a me perguntar se conseguiria limpar aquela casa sozinha todos os dias.
Fui até o quarto e resolvi tomar banho já que o Augusto disse que a Senhora não gostava de ver os funcionários andando pela casa depois do expediente.
Eu estava usando um vestidinho transparente com alças finas e estava deitada na cama folheando uma revista de fofoca enquanto assistia TV.
Percebi que já era noite e resolvi ligar para Jessi, contei como estava e ela ficou super feliz.
Afinal, ele conseguiu um emprego.
Não houve um único som naquela casa, exceto o momento em que Dona Ana chegou gritando por Augusto.
Desamparado.
Depois de muito tempo assistindo filmes, senti sede e percebi que havia bebido toda a água da garrafa.
Resolvi me levantar e ir para a cozinha.
Abri a porta do quarto silenciosamente e vi que não havia movimento na casa.
Foi muito chato.
Estava tudo escuro, mas uma das luzes da casa estava sempre acesa.
Comecei a andar na ponta dos pés para que ninguém notasse quando ouvi alguém abrir a porta do quarto.
Corro silenciosamente para a cozinha e me inclino sobre a pia, com medo de quem possa ser.
Eles eram invasores?
ladrões?
Não.
O que não seria possível.
Tínhamos um porteiro que vigiava a casa com grandes paredes e câmeras monitorando.
Ouço passos pesados fazendo barulho no chão e percebo que alguém está se aproximando da cozinha.
Olho para o chão vendo uma sombra e de repente aparece um homem e para de se assustar ao me ver.
Ele estava vestindo um terno com uma gravata desconfortável.
Ele tinha cabelos pretos e o rosto mais charmoso que eu já vi.
Ele era alto e forte, o que era claramente perceptível.
Eu não sabia o que dizer e o silêncio entre nós tornou-se assustador.
- Quem és tu? - resolvi perguntar
Seu espanto desapareceu e logo um sorriso travesso apareceu em seus lábios e ele se aproximou de mim com passos lentos enquanto olhava maliciosamente para meu corpo.
Intrigado e confuso, caminhei para trás, trêmulo e desajeitado, encostando-me na pia, onde ele me encurralou, encostando seu corpo no meu.
- Eu deveria perguntar - ele respondeu, me dando arrepios - O que você está fazendo aqui?
Sem pensar, inalei o cheiro bom que aquele homem exalava.
Nossas respirações estavam tão próximas que eu mal conseguia pensar em algo convincente.
O homem até então desconhecido toca meu cabelo e coloca uma mecha atrás da minha orelha.
- Você é amigo da minha esposa? - Ele sussurra em meu ouvido e me agarra pela cintura, aproximando meu corpo do dele.
Sinto um frio subir involuntariamente entre minha barriga e, mesmo sem lucidez, o desconhecido toma meus lábios.
Ele começa a me beijar com desejo e eficiência.