Capítulo 04
Cap. 04
Adele Miller?
Quando descemos do jatinho, tem um motorista a nossa espera.
Fico olhando a paisagem maravilhada com tudo. Quando penso que nada poderia me abalar, avisto de longe um imenso portão dourado, no centro dele tem a inicial de Jones um "J" que brilha com pedrinhas que me parecem ser... Diamantes? Quando chegamos mais perto, vejo muitos seguranças dentro e fora dos portões.
Mas nada me preparou para a visão quando enfim atravesso os portões. A grandiosa mansão e o lindo jardim, aos meus olhos, parecem coisas que só existem em filmes. Nunca em toda minha vida pensei em ver algo tão bonito. Helena com certeza surtaria.
Desço do carro e o acompanho até à porta principal.
— Vamos, vou lhe mostrar o seu quarto. Infelizmente tenho que voltar para a empresa, mas você pode desfrutar da casa. Inclusive da piscina, caso deseje — ele comenta e sorri.
Não sei ao certo, mas estou feliz por estar com ele, por mais que ainda não tenhamos tido tempo para nos conhecermos melhor. Contudo, sei que algo mudou dentro de mim. Quando entramos na sala, a primeira coisa que vejo é uma senhorinha vindo em nossa direção.
— Ah... Essa é a nossa Adele? — a senhora pergunta toda simpática, enquanto esboça um lindo sorriso encantador.
— Sim, Maria essa é, Adele, minha filha. — Ele me encara. Ao menos não me rejeitou na frente da senhora, respondendo firmemente a sua pergunta.
— Adele essa é a Maria, a governanta da casa, então tudo que precisar peça para ela.
— Isso mesmo, querida, não hesite em pedir algo, pois estou aqui para isso. — Ela se vira para Jones e continua: — Senhor, o almoço está pronto.
— Não irei almoçar hoje em casa, Maria, apenas Adele vai. Vou apenas mostrar o quarto dela e já vou sair, pois tenho um compromisso na empresa.
Maria concorda com um breve aceno de cabeça. Em seguida acompanho Jones, em passos largos em direção às escadas. Com toda certeza poderia me perder facilmente aqui. Entramos em um corredor extenso onde se encontram várias portas, porém, duas delas se destacam das demais. Ele para em frente a uma porta de cor branca com detalhes floridos em madeira.
— Esse será o seu quarto. Não sei se está do seu agrado, caso queira, pode mudar o que não for de sua preferência.
Quando ele abre a porta por pouco o meu queixo não cai ao chão. A casa onde moramos, facilmente poderia caber nesse único cômodo. Nunca fui de reclamar, mas devo confessar que esse quarto é bem melhor que o meu antigo.
— Então o que achou? Mandei reformá-lo há apenas dois dias, já que você.....
Não permito que ele termine, pois o surpreendo com um abraço. Envolvo os meus braços em volta de sua cintura, enquanto ele faz o mesmo retribuindo o abraço. Com minha cabeça encostada no seu peito, consigo sentir o seu perfume másculo. Seu rosto desce para a curva do meu pescoço, ele suspira profundamente, me deixando arrepiada. Sinto um leve desconforto quando ele aperta com firmeza a minha cintura.
De repente, ele me joga para longe, desfaz o abraço e sai rapidamente do quarto, sem dizer nada. Apenas fiquei feliz por ele ter se preocupado em reformar o quarto e ter a delicadeza de perguntar se gostei ou não. Ninguém nunca se preocupou tanto com a minha opinião, a única forma que tinha para agradecer era lhe dar um simples abraço. Foi burrice minha, deveria saber que ele não iria gostar, afinal mal me conhece. Assim como o considero um estranho, ele me considera uma. Estou me sentindo uma estúpida.
Olho admirada a decoração do quarto. Isso só pode ser um sonho, nunca imaginei possuir um quarto como esse. Depois de olhar cada cantinho, desfaço as malas, porém, não vejo nenhum guarda-roupa. Não é possível que um lugar como esse não tenha onde guardar as roupas. Observo atentamente até que finalmente consigo ver uma maçaneta no grande espelho que vai do chão ao teto.
Quando viro o trinco a porta se abre e vejo o closet, mais no fundo se encontra o banheiro. Como sempre tudo com muito luxo, estou me sentindo uma princesa. Depois que desfaço as minhas malas, aproveito a banheira em um banho demorado apreciando cada momento.
Quando estou terminando de me arrumar, Maria vem me chamar para almoçar. Assim que meus olhos pousam na sala de jantar e na grandiosa mesa, onde se encontram vários pratos saborosos, quase não pude acreditar. Porém, achei muito exagero já que somente eu irei almoçar.
— Sente-se, querida, tudo isso foi feito especialmente para você — Maria diz com um lindo sorriso estampado no rosto.
— Você não quer me acompanhar, Maria?
— Já almocei, mas vou lhe fazer companhia — Maria comenta.
Depois que termino de comer, Maria me leva para conhecer o restante da casa. No fim nos sentamos no jardim perto da piscina.
— Maria, onde o Sr. Jones trabalha? Digo... Ele faz algo em especial? — pergunto curiosa, pois acredito que para manter uma casa dessa, ele precisa ter os bolsos bem recheados.
— Bem, seu pai herdou com o seu irmão, Théo, as empresas Marshall — Maria confidencia.
Fico boba. Em nenhum momento ele disse sobre a existência de um irmão, que no caso é meu tio.
— Ele tem irmãos? — especulo.
— Apenas um, Théo Marshall. Ele é um homem muito alegre e doce — responde entusiasmada.
— Quando vou poder conhecê-lo?— De repente o sorriso que tinha em meu rosto morre. — Isso é, será que ele quer me conhecer?
— Ora, não pense assim. É claro que ele quer conhecê-la. Nesses últimos três dias, ele não parava de falar em você. Ele vinha aqui todos os dias e me enchia a cabeça, falando sem parar — Maria reitera e sorri.
Ficamos conversando por mais um tempo, até que, resolvo subir para trocar de roupa, a fim me refrescar na piscina, enquanto Maria iria cuidar do jantar. Pego um biquíni de animal print, estilo oncinha. Quando chego à borda da piscina, dou pulo mergulhando. Não sei por quanto tempo fico desfrutando da piscina, só saio quando me chamam para lanchar. Saio da piscina e vou até à espreguiçadeira pegar a toalha para me enrolar, quando ouço alguém me chamando.
Olho para trás e encontro um homem que ainda não tinha visto. Ele tem os mesmos traços de Jones, com a diferença que ele é mais baixo e não possui tatuagens, pelo menos nenhuma à mostra. Será que é o irmão de Jones, meu tio? Antes que eu possa perguntar ele diz:
— Sou, Théo Marshall, seu tio, Adele. — Ele vem em minha direção, chegando perto o suficiente para me abraçar fortemente, me deixando um pouco sem ar.
— Olhe para você, está muito linda, se transformou em uma mulher belíssima. Da última vez que te vi, você era um bebê.
— Obrigada pelo elogio, mas não sabia que você já tinha me visto quando era pequena, minha mãe nunca mencionou nada.
— Sim, depois o seu pai vai conversar com você e tudo será explicado. Agora vamos entrar.
Vou para o quarto tomar um banho e me trocar. Já arrumada desço novamente encontrando meu tio Théo e o Jones na sala de jantar, me sento ao lado do meu tio. Fico desapontada quando cumprimento Jones, e ele nem sequer me olha.
— Está linda, princesa — meu tio elogia. Fico vermelha de vergonha, com o seu elogio repentino.
— E com essas bochechas coradas, fica mais ainda — Théo brinca.
— Vamos jantar, senão a comida vai esfriar — Jones interrompe meu momento com meu tio.
— Jones você parece um velho rabugento — Théo revida, se vira para mim e continua. — Não dê atenção para o seu pai, às vezes ele se transforma em um ogro. — Sorrio para ele achando tudo muito engraçado.
— Théo, não fale de mim, como se eu não tivesse presente. Agora quero jantar sem ouvir as suas besteiras — Jones retruca com uma cara nada agradável.
Assim que ele se volta para a sua comida, Théo faz uma careta imitando-o roubando de mim um sorriso silencioso. Depois disso fizemos a nossa refeição em um completo silêncio para não incomodá-lo.
Já faz um tempo que os dois foram para o escritório. Enquanto isso sento no sofá para assistir um filme.
— Posso saber qual filme você está assistindo? — Théo pergunta ficando ao meu lado.
— Claro... Simplesmente Acontece, já assistiu? — especulo.
— Não, mas gostaria de assistir depois com você. O que acha? — Ele sorri enquanto espera a minha resposta.
— Vou adorar, conheço alguns que são muito bons. — A maioria assisti com a Helena.
— Então está confirmado, esse final de semana vou levá-la para a minha casa, vamos assistir todos. Depois vamos para a melhor sorveteria de Boston. Agora estou de saída, mas volto para buscá-la. — Levanto-me para abraçá-lo e me despeço.
Jones o acompanha até à porta.
— O senhor que assistir comigo? — questiono receosa temendo a sua resposta. Ele me encara por alguns segundos, talvez pensando se aceita ou não, até que quebra o silêncio.
— Tudo bem, mas antes preciso tomar um banho. Fique me esperando que logo volto.
Ele sobe, quando o vejo descer novamente estou completamente babando. Jones está sem camiseta, usando apenas uma calça moletom, deixando o seu físico todo à mostra. De onde estou, consigo contar os quadradinhos bem definidos do seu abdômen trincado. Ele senta ao meu lado e o seu perfume invade as minhas narinas. Depois de um tempo digo:
— Senhor... — Ele desvia o seu olhar que antes estava na televisão para olhar para mim. — Quero agradecer por ter permitido que eu ficasse aqui por esse tempo e também pedir desculpas por abraçado você no quarto. É que fiquei feliz e só queria agradecer. Não foi a minha intenção deixá-lo com raiva ou algo do tipo.
— Não precisa se desculpar, Adele. Eu fui o culpado por ter ficado excit... — ele não termina a frase.
— Preciso sim, eu vi como saiu do quarto.
— Não foi por sua culpa que sai daquele jeito. É que eu realmente estava atrasado, tinha algumas reuniões na empresa. Não quero que pense que foi culpa sua, às vezes sou um ogro como o seu tio disse.
— De qualquer forma queria me desculpar. — Ele sorri voltando a assistir.
Encosto minha cabeça no seu ombro e ele passa seus braços ao redor do meu corpo. Em pouco tempo adormeço.