Biblioteca
Português

Delegado Souza

20.0K · Finalizado
Vania Grah
24
Capítulos
3.0K
Visualizações
9.0
Notas

Resumo

Maria das graças, mais conhecida como Bella dona, nunca tinha se preocupado com a sua segurança. Afinal, seu pai era um delegado e ela, uma hacker famosa. No entanto, tudo muda quando criminosos a procuram para roubar milhões de reais. Em meio a essa situação perigosa, ela encontra Tomás Souza, um delegado amigo de seu pai que acaba se envolvendo mais do que imaginava na vida maluca da jovem. Juntos, eles descobrirão que a atração que sentem é muito mais forte do que pensavam. Em "Delegado Souza ", você irá acompanhar uma história cheia de ação, mistério e romance, em que nada é o que parece.

amorromance

Prólogo

Maria das graças

Era para ser apenas mais uma noite, no entanto, nada aconteceu da forma que queria. Chapada e levemente embriagada, pensei ter feito um grande negócio, mas não era. Do que estou falando? De Bella dona, meu codinome no mundo obscuro da Dark Web. Descobri aos quinze anos minhas habilidades especiais, e nunca mais parei. Costumava ser divertido invadir documentos secretos dos governos, entretanto, nos últimos anos passei a lucrar com isso, antes que digam que isso é errado, saibam que era um trabalho limpo! Na teoria pelo menos! Oferecia meus serviços e em troca era paga pela moeda mais conhecida do mundo o bitcoin, a moeda virtual irrastreável.

Coloquei as pernas em cima da escrivaninha do meu pai e estava quase cochilando, quase, até que ouvi tiros, isso mesmo, tiros! Pulei da poltrona e deitei no chão. Ah, é, esqueci de mencionar que meu pai era delegado. Se eu era maluca em estar envolvida em coisas supostamente erradas tendo um pai todo certinho? Pode ter certeza! Morávamos em Goiânia, desde que minha saudosa genitora nos abandonou, fugindo do país com um dos seus amantes.

— Queremos a garota hacker!

Estavam procurando por mim, mas a questão era, como? Como diabos haviam descoberto onde me encontrar? Rastejando-me pelo chão, consegui chegar até à porta. Não foi surpresa para mim no momento em que avistei quem estava à minha procura. Eram quatro homens encapuzados. O cu trancou na hora! Eles me queriam e deixaram claro que eram capazes de tudo.

— Não tem mais ninguém nesse apartamento. — meu pai disse de joelhos no chão. Nunca vira meu pai render-se facilmente sem lutar. Sabe o que é mais estranho? Justo naquela noite tínhamos dispensado um dos seguranças. Não tinha dúvida alguma que os outros estavam mortos.

— Mentiroso! — um deles rosnou batendo o corpo do meu pai contra a parede. — Procurem pela garota, agora! Não podemos ir embora sem a Bella Dona, entenderam? O chefe quer ela viva, não esqueçam disso!

Sem saída e desorientada rastejei-me até a janela do escritório que estava aberta. Primeiro passei uma das pernas e depois a outra, ventava bastante, tentei não olhar para baixo.

— Eu sou forte... — murmurei, soltando o ar pela boca. Caminhei cuidadosamente, pulando em seguida para sacada do vizinho.

Pensei que fugindo fossem deixar meu pai em paz, entretanto, condenei meu pai a morte. Contei cada um dos tiros enquanto ficava em silêncio deitada na sacada do vizinho, escondida como um ratinho entre as plantas. Fora quase trinta minutos de tensão até a polícia chegar ao local. No momento que as viaturas chegaram o escândalo estava feito. O vizinho quase me esfaqueou assustado ao encontrar-me em sua sacada, mas me reconheceu a tempo.

Meu pai foi levado em estado grave ao hospital. Para todos eu era apenas a filha do delegado assustada. Por que não contei o detalhe de estarem procurando por mim? Por acaso acham que sou idiota ou quê? Sabia que no momento em que contasse a verdade estaria ferrada junto com aqueles que procuravam-me. Eu era jovem demais para ficar atrás das grades. Minha idade? Vinte anos e dois meses. Acha mesmo que seria tonta de abrir a boca e ferrar minha vida? Não mesmo!

No hospital a cada minuto ficava mais aflita sem notícias do meu coroa. Apesar do meu pai nunca ter sido o melhor de todos, era a única coisa que tinha mais próximo de uma família. Nossa família nunca foi um exemplo e tampouco se preocupavam conosco, era cada um por si.

— Maria, entendo que esteja nervosa, mas preciso saber detalhes de como tudo aconteceu.

Torci o nariz. Marcos era um dos policiais que trabalhavam junto com meu pai. Mordisquei os lábios, fitando o moreno de olhos negros. Por que ele continuava insistindo?

— Eu não sei de nada, tá legal? Para de encher meu saco com esse assunto! Caramba, é meu pai que está morrendo lá dentro e não o seu!

O meu coroa poderia morrer a qualquer momento e caso o pior viesse acontecer, alguém pagaria com sangue. Mostraria quem era Maria das graças, não ficaria choramingando como uma derrotada, sangue se pagava com sangue.