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Capítulo 1

Bocejo, esfrego os olhos e depois os abro com dificuldade, me dando uma visão do teto branco e fosco do meu quarto. Tiro meu celular debaixo do travesseiro e verifico a hora, ainda tonto de sono.

- QUE ? COMO ESTÁ A HORA!? - Grito comigo mesma, pulo da cama, mas com esse ato minha pressão arterial cai e minha visão escurece, sento na cama um pouco tonto e esperando tudo voltar ao normal.

Isso acontece toda vez que me levanto muito rápido.

Maldita seja.

Depois que minha visão volta ao normal, saio lentamente da cama, mas assim que me levanto, corro para o banheiro, mas no momento em que coloco um dos pés (o esquerdo) para baixo, escorrego e caio no chão. bunda. no chão, lembro na mesma hora, ontem eu estava com tanta preguiça que não deixei correr a água do banho e molhou tudo.

E assim é, nos primeiros segundos que acordo já estou caindo.

- Oh, meu bom! - murmuro em voz alta, já sentindo a dor e dormência na bunda. Levanto devagar, a dor me faz gemer a cada passo, fica difícil até andar.

Ligo o chuveiro e começo a tomar banho o mais rápido possível.

Termino meu banho e procuro a toalha no banheiro.

Esqueci a toalha!

Ah, merda, o banheiro fica ao lado do meu quarto e minha mãe e meu pai provavelmente já saíram para trabalhar, então corro, nua e molhada, para o meu quarto. Entro e graças a Deus minha toalha está pendurada na porta do armário.

Coloquei uma calça jeans clara rasgada só no joelho e uma blusa preta de manga longa com estampa diagonal dourada, calcei meu tênis de sempre

All Star amarelo e penteei meu cabelo ondulado, felizmente ele é curto, logo abaixo dos ombros. Corro até minha mesa cheia de papéis, pego quase tudo que estava lá e também meu currículo que fiz às pressas ontem à noite, embora não tivesse nada de muito importante: Ensino fundamental e médio completos... só isso.

Ah, e espanhol fluente. Pelo menos.

Pego meu celular e coloco no bolso da calça, tiro os papéis, me olho no espelho para não parecer um zumbi.

Estou apresentável, já vi dias melhores. Para dar um toque especial, aplico um delineador fino próximo aos cílios. Preparar.

E eu saio correndo do apartamento.

Tranco a porta e nem me atrevo a olhar as horas, já é tarde demais.

Organizo os papéis nas mãos e só então lembro que precisava pegar uma pasta.

Mas não consigo consertar nada, os papéis estão todos na minha frente enquanto os seguro nos braços.

- Uau, inteligência de nível Einstein. - Falo comigo mesmo antes de sair das ruas movimentadas da Cidade dos Ventos.

Olho em volta e começo a caminhar em direção ao local da entrevista de emprego sobre o qual me ligaram ontem para me informar.

Sim, continuo andando, fiquei sem dinheiro e meu carro foi literalmente destruído porque fiquei irritado e distraído com a discussão que tive com um cara que quase bateu em uma senhora porque estava usando o celular enquanto dirigia.

E não vi quando uma moto bateu na lateral do meu carro, felizmente não havia ninguém no banco do passageiro e não houve feridos, mas a polícia de trânsito me deu uma multa um tanto desnecessária e exagerada por ter me parado; discutindo em meio a um trânsito tão intenso, o que há com aquele cara ali? Ele também recebeu multa, mas foi bem menor que a minha, já que ele não discutiu, apenas me olhou, sorriu sarcasticamente antes de sair.

E desde então meu carro está na oficina, mas até agora não conseguiram consertar nada, e isso aconteceu há mais de um ano.

Não tenho mais certeza se vou pegar meu carro de volta, meu pai disse que só vai me dar outro ou encomendar peças importadas para consertar meu carro quando eu souber me controlar e parar de causar problemas por onde eu for, Mal sabe ele saiba que esta é uma habilidade minha. Literalmente.

E não sei se isso vai acontecer... como fui punido pelo incidente com o carro, fui várias vezes por semana a uma casa de repouso para ajudar idosos e acabei esquecendo sem querer minha chapinha ligada na tomada. o poder. plugue que eu ia usar para mudar o visual de uma das velhinhas, quando o ferro explodiu e uma chama enorme se espalhou, tirei a velhinha do quarto e falei para ela tirar os outros velhinhos, tentei . apagar as chamas com água, mas não vi que não era água e sim, álcool, a chama se multiplicou e saí correndo da sala e consegui tirar todos os idosos com a ajuda do pessoal.

A senhora que eu ia fazer uma reforma nela, a mais próxima, riu depois que os bombeiros chegaram e as chamas se apagaram e eu percebi o estrago que tinha causado. Mas nada muito caótico, a velha me disse para ir visitá-la secretamente, sorrindo. Eu gostava. Mas ela ficou falando do neto que tem quase a minha idade, dizendo que eu e ele formaríamos um casal lindo e romântico, ela disse que ele é muito lindo, etc., mas eu não liguei.

E então me proibiram de entrar lá.

Mas como tudo que acontece, a culpa não foi minha, quanto ao carro, só fiz o que achei certo, o menino ia atropelar aquela senhora, e quanto à casa de repouso, a passadeira que resolveu pegar fogo do nada.

- Saia da frente, garota! - Um homem de terno com uma pasta extravagante, um relógio de ouro possivelmente brilhante no pulso falou rudemente quando esbarrou em mim, enquanto caminhava em direção a um carro de luxo.

É por isso que sou do jeito que sou.

- Aparentemente o que temos em dinheiro, não temos em educação. - respondo com desdém. O homem olha para trás, apenas para me ver zombar, rosnar, o homem se foi.

Em termos de paciência, sei que sou muito parecida com minha mãe, ela sempre chega atrasada; Ela está estressada e também desajeitada. Mas minha mãe culpa meu nascimento, porque nasci alto e cedo.

Sim, nas alturas.

Meus pais viajaram para a Flórida para uma emergência devido ao trabalho da minha mãe, ela teve que ir, quando eles estavam grávidas de mim, e no vôo, minha mãe estava a uma semana de engravidar, a bolsa dela rompeu no avião e uma enfermeira que estava a bordo me ajudou com o parto alto. Quando eu já estava em terra, minha mãe me levou ao médico para ver se eu estava bem e se o parto alto não tinha me afetado e porque era um pouco cedo, ela garantiu me que não, mas meus pais têm sérias dúvidas se eu sou normal...

Ando em direção ao local que não fica tão longe, apressadamente.

Os papéis que carrego estão todos na frente do meu rosto, o que bloqueia um pouco minha visão, quando meu celular vibra no bolso da calça, seguro os papéis no braço livre e pego o celular, quando sinto meu pé afundar algo macio, olhei para baixo e vi que pisei em cocô.

Engolindo em seco, olho para cima e vejo uma mulher segurando a corrente presa à coleira do cachorro bem na minha frente. Respiro fundo, uma, duas, três, quatro vezes enquanto o celular ainda vibra na minha mão e os papéis ameaçam cair do meu braço.

Bem, sou eu.

- Sujeira. - resmungo, arrastando meu tênis pela calçada para tirar pelo menos um pouco de cocô enquanto várias pessoas esbarram em mim.

Vou chegar atrasado para minha primeira entrevista de emprego e ainda vou cheirar a cocô!

O jeito que eu tenho azar é diferente, sabe?

arg...

- O que aconteceu, Samanta? - Ela perguntou irritada, finalmente atendendo o celular.

- Ah, Erika, já é assim? O dia mal começou. -Samantha ou Samy, minha melhor amiga pergunta.

- Samy, você não tem ideia do que aconteceu comigo em menos de cinco minutos! - Ainda estou arrastando meu tênis na calçada.

- Você vem, ou seja, vai para a entrevista de emprego? - Pergunta confusa.

- Uhum... - Eu ia falar mais quando bati em alguém, mandando papéis voando por toda parte!

Sinto meu sangue ferver, olho para cima para ver quem foi o responsável.

- Droga, me desculpe. - O garoto que encontrei fala, passando as mãos pelos cabelos escuros e desgrenhados, olhando os papéis espalhados, depois ergue o olhar. Palavras desagradáveis já estavam na ponta da minha língua, mas devolvi seu olhar.

O mundo para ao meu redor.

Castanho escuro, um tom intenso de chocolate amargo, e parece que dentro dela há galáxias inteiras, segredos inteiros. Como se ele tivesse roubado as estrelas mais brilhantes e atraentes e as colocado diante de seus olhos. As íris de um marrom incomum me encaram, como se me vissem por dentro, como se eu fosse de vidro e ele lesse tudo escrito dentro de mim, meu coração dá cambalhotas após cambalhotas dentro do meu peito, minhas mãos fazem um som, Sinto tanto calor que parece que o verão chegou bem em cima de mim.

Absurdo!

Balanço a cabeça, saindo do transe ridiculamente ridículo quando ele abre um sorriso preguiçoso naqueles sedutores lábios rosados. O que diabos aconteceu?

- Suas desculpas não vão reunir todos esses papéis. - Fico nervoso ao ver todos os papéis sendo pisoteados pelas pessoas que passam correndo. Olho para ele com uma expressão irritada e ele continua me olhando de forma desdenhosa e irônica, o que faz meu sangue ferver.

arg...

- O que aconteceu? Pare de me olhar assim se não quer que eu tire esse sorriso ridículo do seu rosto. - Ainda bem que minha voz está baixa, soa, de alguma forma, muito mais ameaçadora.

Cheguei atrasado, caí assim que acordei, não tomei café, não tenho um dólar, pisei em cocô, deixei cair o currículo e ainda tenho que aguentar um sarcástico, cara atrevida? Não, obrigado.

Cruza os braços. Mas então ele se abaixa e pega os papéis.

Sim, ele reúne todos, reúno alguns que estão perto de mim. Aproveito para desligar a ligação de Samy.

- Preparar. - Ele me entrega os papéis, os cantos dos lábios levantados em um sorriso de escárnio.

- Custos. - Pego os papéis sem olhar para ele e começo a andar, mas ainda sinto seu olhar fixo em mim. - Cara, o que aconteceu? Por que você não para de olhar para mim? Agora me tornei um espelho? Ou você quer que eu te agradeça?

- Sim, se for, não será um grande incômodo. - Ele encolhe os ombros, ainda com um sorriso atrevido.

- Eu disse "obrigado".

- "Obrigado" não é "obrigado". - Ele diz levantando uma sobrancelha perfeita.

- Por que eu deveria agradecer se você não cumpriu mais do que o seu dever? - digo secamente, percebendo o sarcasmo em seu olhar hipnótico, ele ergue as sobrancelhas, um tanto incrédulo.

Vejo sua expressão mudar para sarcasmo e diversão. Ele abre a boca para dizer algo sarcástico e arrogante, mas fecha e franze a testa.

- Que cheiro é esse? - Ele olha em volta com a testa franzida e franzida.

- Não tenho ideia. - E começo a andar, dessa vez sem olhar para trás, minhas bochechas estão quentes porque alguém sentiu o cheiro de cocô no meu sapato. Argh...

Mas, sei lá, aquele sorriso atrevido, não é a primeira vez que tenho a honra de apreciar... Argh...

Quando finalmente chego ao local, fico confuso, aquele é o prédio da Michelle, amiga da minha mãe, é ela quem vai me dar um emprego? Pelo menos eu sei como chantageá-la.

Mas um gemido rouba minha atenção, olho na direção de onde ele vem, é uma pracinha com brinquedos ao lado do prédio.

Algumas crianças entre nove e dez anos estão jogando uma bola em uma garotinha gordinha que grita e chora com elas.

Isso me lembra que quando eu era criança, estava na educação física e levei uma bola de basquete no rosto, fiquei com tanta raiva que peguei uma caneta da mochila que estava no chão atrás de mim e soquei a bola. ., bom então furei outra bola, mas tinha esquecido que eles eram da escola e quase me expulsaram e ainda perdi quase um dólar, já que eram bolas de basquete profissionais, e isso fez com que meus pais me levassem novamente ao médico para fazer certeza de que realmente não estou faltando nenhum parafuso. E novamente o médico me garantiu que eu estava perfeitamente normal.

Olho a hora no meu celular; :.

Maldita seja.

Olho para a menininha chorando e não penso muito antes de correr até ela.

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