Capítulo Dois - 2
Parte 2...
O avó dele era muito conhecido em Paradiso e havia muitas histórias de benfeitorias realizadas pela família. Isso passou para o pai dele, que teve algumas histórias não tão boas com relação a amantes e isso pelo jeito criou atritos na família.
Ela não era muito ligada em fofocas, mas a partir do momento em que decidiu criar a agência e unir mulheres e homens que buscavam por uma companhia dentro do que achavam interessante para suas vidas, ela teve que começar a se ligar no que acontecia no meio e começar a conhecer nomes e rostos.
Por enquanto ela estava conseguindo manter os negócios e estava tendo uma renda muito boa que ajudava a sustentar as necessidades, mas precisaria de mais para ficar mesmo relaxada e trabalhar apenas por prazer e não por necessidade.
Por agora ela tinha uma grande responsabilidade nos ombros e conseguir essa conta de Menotti traria outras, de certeza. E apenas com o que ganharia dele para esse serviço já a deixaria descansar por no mínimo uns dois anos ou até mais.
Ainda teria que ver o acordo final que ele faria com a pretendente. Ela levaria uma porcentagem muito boa em cima do acordo final.
Tinha já algumas garotas em mente, mas teria que ser bem cuidadosa. Com a aparência dele e com o título que o acompanharia, muitas mulheres poderiam querer muito mais do que apenas um acordo breve.
Mas ele teria que se cuidar também. Se colocasse algo no contrato e depois quisesse mais, teria que ser bem frio para reorganizar o contrato e não acabar entrando em um processo judicial que poderia muito bem ser evitado.
Pelo que ela havia lido, existia uma certa rixa entre os primos, o mesmo que ele havia citado o nome. Tinha lido algo em algum site sobre uma confusão com um valor que havia sido dado em doação para um instituto e que acabou não chegando até o local e aparecia o nome do primo dele no meio da confusão.
É bem difícil confiar em alguém quando existe muito dinheiro envolvido. E no caso de Nicolau, ele tinha dinheiro para ter a própria cidade dele, quem sabe até um país pequeno. Não sabia bem porque não tinha procurado por essa parte específica.
O maior obstáculo para a conta dele, era que tinha um tempo muito reduzido para fechar o acordo e realizar o casamento. Nicolau tinha uma situação especial que pdia urgência.
Se não fosse por isso ela teria liberdade de encontrar mulheres interessantes e agradáveis para possíveis encontros, onde ele mesmo poderia depois escolher sua preferida e então investir.
Deixaria de fora as mais jovens, abaixo da faixa etária que ele estipulara e também as excessivamente românticas que pretendiam ter um romance digno de um filme de Hollywood. Algumas delas ainda queriam encontrar um príncipe encantado para viver o tal feliz para sempre, que desde pequenas as histórias infantis contavam e que o filmes bobos e românticos do cinema faziam com que acreditassem.
Só que a vida real não era bem assim.
Tudo bem que Nicolau tinha todo o perfil de um príncipe encantado. Era muito bonito, alto, charmoso, sexy e com uma conta no banco que faria cair o queixo de qualquer um.
Muitas delas iriam querer que ele acabasse se apaixonando mesmo por ela, que criassem um romance perfeito e que isso depois terminasse com filhos e viagens pelo mundo, sempre em uma união exata.
Esse tipo de coisa ela não acreditava, apesar de vender o sonho de uma relação perfeita. Porém, ela sempre batia na tecla que o que indicava era que houvesse honestidade de ambas as partes, para evitar enganos e isso traria um relacionamento excelente e até duradouro.
E nesse caso, seria melhor a mulher ter noção de que estaria se casando com um homem fora de série e de preferência que morassem em casas separadas, para evitar a tentação.
Pegou o celular e ligou para a secretária. Passou o tipo de perfil que queria e mandou pesquisar outros. Quando chegasse no escritório falaria mais sobre o cliente e teriam que sentar para fazer uma triagem.
De início ela passou quatro nomes para que Joane separasse. Sentaria com calma para olhar bem quando retornasse ao escritório, que na verdade, era apenas um dos quartos da casinha do fundo onde ela morava.
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Não era uma boa hora para fazer compras, mas como estava no centro, queria aproveitar a oportunidade. Ela já estava acostumada a correr de um lado para outro, fazendo mais de uma coisa ao mesmo tempo.
No começo foi difícil pegar esse ritmo, mas ela foi obrigada a aprender a ser assim. A vida mais calma e facilitada que ela tinha antes, há muito tempo tinha sido deixada para trás, assim como outras coisas de sua vida.
Ela teve noites acordada sem conseguir pregar o olho, preocupada e estressada, com medo do futuro, mas aos poucos isso foi mudando. Teve episódios ruins, passou por momentos de vergonha e de decepção, mas aprendeu muito também.
Parou o carro em uma vaga perto do supermercado e desceu, entrando depressa para aproveitar cada minuto. Ela estava precisando reabastecer a despensa que estava quase vazia e tinha empurrado isso com a barriga, até receber os dois pagamentos que iam entrar, de outros serviços completos.
Com a empolgação dessa conta de Nicolau Menotti, estava até mais rápida. Já sabia de cabeça o que estava faltando e nem perdeu tempo olhando demais. Se detinha tempo suficiente apenas para olhar o menor preço, não a marca. Colocava no carrinho e seguia para a próxima parte.
Seu celular tocou de novo. Ela parou e atendeu.
— Oi Joane, pode ir falando. Estou no meio de uma compra aqui no supermercado.
— Ai, então aproveita e pega meu shampoo também. Eu te dou o dinheiro quando chegar.
— Certo, é a mesma marca de antes?
— É sim. Só preciso do shampoo, tá.