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Coração em conflito

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Dana la Mosa
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Resumo

LIVRO 1 “Atração indomável LIVRO 2 “Coração em Conflito”” LIVRO 3 “Cativa de Cinco Destinos - Seus poderes obedecem aos meus, que sorte a minha, pelo menos não preciso transar com ela. A voz de Jorge se repete em minha cabeça como um disco quebrado. Eu me viro para encarar os olhos sádicos, e só então percebo... meu torturador chamou Jorge de filho. - O que foi, Tristan? - minha voz se embarga, uma parte de mim entende, mas não quer aceitar - Deixe-me nos tirar daqui? - imploro, tentando recuperar qualquer sinal de humanidade naqueles olhos frios. - Você é tão ridículo quando implora, Red, prefiro que implore pelo meu pau? - Não, não, não, não, não. Isso não está acontecendo.

romance

1

- Os poderes dela obedecem aos meus, que sorte a minha, pelo menos não preciso transar com ela -

A voz de Jorge se repete em minha cabeça como um disco quebrado.

Eu me viro para encontrar os olhos sádicos e só então me dou conta... meu torturador chamou Jorge de filho.

- O que foi, Jorge? - minha voz se embarga, uma parte de mim entende, mas não quer aceitar - Deixe-me nos tirar daqui? - imploro, tentando recuperar qualquer sinal de humanidade naqueles olhos frios.

- Você é tão ridículo quando implora, Red, prefiro que implore pelo meu pau? -

Não, não, não, não, não. Isso não está acontecendo.

A sala começa a encolher enquanto eu procuro alguma abertura para escapar daqui, mas eu deveria saber que sair das garras desse demônio é quase impossível. Não exatamente, porque eu consegui sair uma vez....

Não quero acreditar que Jorge sabia que aqueles psicopatas estavam me segurando o tempo todo. Muito menos que o homem obcecado por mim seja seu próprio pai...

Seu pai. Conselheiro Davis. Chefe do Conselho.

Líder da resistência.

Elisa

Lealdade .

Alguns dizem que a lealdade é o oposto do individualismo. É quando você deixa de se comprometer apenas consigo mesmo e passa a se dedicar aos outros. Em seu verdadeiro significado, a lealdade nada mais é do que um valor humano. A capacidade de uma pessoa de ser totalmente confiável.

A diferença entre fidelidade e lealdade é que ser fiel é considerado uma obrigação social, enquanto a lealdade é espontânea e caracterizada inteiramente pela escolha pessoal.

Meus pais diziam que a pedra fundamental de seu vínculo era a lealdade, não o amor.

Sim, eles amavam minha mãe, mas o amor nada mais é do que afeição, um sentimento que tem pouco a ver com caráter.

Eu achava que ver meus parceiros com outras mulheres era doloroso, até que conheci a dor da verdadeira traição.

Jorge não me traiu fisicamente... ele me traiu moralmente.

Eu não esperava receber seu amor ou respeito, só queria que ele fosse leal ao meu bem-estar e ao de meus outros parceiros, mas tudo o que vejo agora são seus olhos cruéis e frios.

Sentir que meu vínculo está sendo usado contra mim está me destruindo, mas o pior de tudo é saber que isso deve machucá-lo, tanto quanto me machuca, porque um vínculo é uma via de mão dupla. Como o amor e o ódio.

Estou perdido nessa ambivalência emocional. Uma parte de mim ama Jorge, mas uma parte maior o odeia.

Eu o odeio.

Odeio ainda mais a maneira como meu corpo combina com o seu.

Desde que me vi preso nesta cela, tenho pensado em maneiras de escapar. Senti a energia de Ace, suas feridas são reais, ele foi apenas uma isca para me atrair. O que me faz continuar é a esperança de encontrá-lo.

Senti um certo alívio quando o vereador Davis, também conhecido como psicopata, me deixou aqui com seu herdeiro.

Tudo o que George precisa fazer é piscar e eu lentamente arrancarei sua alma de seu corpo. Ele não merece uma morte rápida, isso seria gentil da minha parte, e eu não nasci para ser uma boa menina.

É hora de aceitar minha essência e parar de lutar contra o que nasci para ser.

Mesmo que uma parte de mim morra no caminho.

- Não me olhe assim, borboleta - odeio que a voz de Jorge me dê arrepios, e isso não os enoja - sei que você me odeia, mas esse olhar assassino... confesso que me excita. Já pensou de quantas maneiras você poderia me matar? -

Forçar meus poderes, tentar usar a raiva a meu favor, mas nada acontece.

- Não se esqueça de que você terá que descansar em algum momento", murmuro, olhando para ele com malícia, "sugiro que não pisque em nenhum lugar perto de mim.

Sua cabeça se inclina para trás e ele solta uma risada. Ele não me leva a sério, ele torna as coisas mais engraçadas, estou disposto a suportar qualquer coisa para ver a vida sair de seus olhos.

Meu vínculo se torce em agonia, só de imaginá-lo machucado, mas não me importo. Esses sentimentos nada mais são do que uma maldição genética, não algo genuíno.

Se eu pudesse sobreviver ao abuso físico e psicológico de Davis, poderia sobreviver ao desespero do vínculo. Eu sofrerei não importa o que aconteça, quer eu tenha Jorge ou não, o bastardo sempre encontrará uma maneira de me abalar.

A verdade é que já estou sofrendo por ele.

- Me dê o pior. Adoro o fato de meu parceiro não ser um fracote... - seu tom presunçoso é exatamente o que eu precisava para lhe dar um soco na cara.

Jorge parece ter sido pego de surpresa, posso ver isso em sua expressão de choque.

Eu não sabia que um soco poderia doer tanto, mas não vou me humilhar na sua frente para verificar meus dedos machucados. Desta vez, sou eu que estou em choque, enquanto Jorge puxa minha mão dolorida com um cuidado inesperado.

- Agora você tem um dedo quebrado, borboleta.... - Seus olhos brilham ao ver o hematoma que começa a aparecer.

É extremamente desconfortável como ele parece... fascinado.

- Solte-me - não sai nada além de um grunhido, não sei se de dor ou de raiva. Talvez os dois.

- Pare com isso, você vai se machucar... -

- Desde quando isso é importante para você, Sr. Davis? - Proponho associá-lo ao seu pai.

- Você ficaria surpreso - o tom sério da voz dele não é nada parecido com o tom arrogante que me mantém nesta cela imunda.

- Nada que vem de você me surpreende mais, aprendi a esperar o pior... - Olho em volta da cela fria e impessoal - minha situação atual é tudo o que preciso para finalmente entender que nunca teremos um relacionamento como parceiros -.

Com movimentos rápidos e astutos, ele me prende contra a parede ao lado da porta, seu corpo quente e firme pressionado contra o meu e o calor familiar se acumula entre minhas pernas.

Seu filho da puta.

- Isso não cabe a você decidir, não se esqueça de que não controlamos o vínculo - seu sorriso sádico quebra a magia que o vínculo estava me causando, aproveito a proximidade de seu rosto e jogo minha cabeça contra a dele. nariz, mas dessa vez é mais rápido - Uau! Parece que a princesa está finalmente mostrando suas verdadeiras cores, e ela não é mais a garotinha que gosta de correr -

- Você sabe muito bem que eu não fugi! - Meus olhos brilham de raiva, mas isso não parece incomodar o bastardo.

- Não no começo, mas quando você conseguiu fugir, não foi procurar por nós... -

- O que isso importa, afinal? - Eu grito na cara dele - Você sabia exatamente onde eu estava e o que eu estava fazendo comigo mesmo! -

Eu não vou chorar. Nem desta vez, nem nunca mais.

-Foi tão ruim assim conhecer a resistência e seus ideais? Ele queria torná-la forte? -

- Foi isso que ele disse? Ou você realmente acredita nisso para poder dormir à noite sem peso na consciência? - o veneno flui entre nós - Ele queria encontrar uma maneira de se unir a mim, usando meus poderes. Não tem nada a ver com resistência, tem tudo a ver com poder.

A confusão em seu rosto me faz imaginar o quanto Jorge sabe sobre as coisas que seu pai faz. Ele é um sádico? Sim... aqueles que nascem para si mesmos não se degeneram. Mas eu me lembro muito bem do que ele disse naquela sala de espelhos, antes de se despedir.

- Foi assim que me senti durante anos, pensando que você poderia estar morto.

Por que ele diria isso, para tentar me trair? Por que ele tentaria me trair se estava fazendo sexo com outras garotas? Uma coisa quebraria a outra.

A porta se abre ao nosso lado com um estrondo ensurdecedor, interrompendo meus pensamentos. Um zumbido me deixa tonta, mas não o suficiente para saber quem entrou.

O homem ensanguentado, sujo, de cabelo bagunçado e suado olha para mim e para Jorge com um olhar vingativo.

Meus olhos caem de seu rosto para o que ele tem em suas mãos. Isso parece... não pode ser.

- Ele se foi... - Ace joga algo em nossos pés e eu solto um grito horrorizado - Agora sentimos sua falta! -

As sombras de Ace invadem com fisionomia mortal, como demônios famintos em busca de sangue. Tenho medo de fantasmas, mas não por mim, e sim por Jorge.