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Mecânico delícia - parte III

Isabela

Ela sabia que ainda tinha gente na oficina, pois as luzes ainda estavam acesas, por isso como uma última medida de desespero, Isabela começou a bater forte no portão de ferro, estava bem longe de casa, já passava das dezoito horas e não tinha como pegar estrada a noite sem saber o motivo pelo qual uma luz vermelha piscava no painel do seu carro, a viagem seria longa, além de noturna, seria horrível se seu carro quebrasse no meio do trajeto desértico no meio da noite, estava muito aflita.

Foi quando sentiu o portão se mexer e na medida que foi subindo longas pernas masculinas lhe foram reveladas, uma toalha enrolada na cintura, mostrando o abdômen trincado no qual ainda escorriam algumas gotas de água, Bela inspirou o cheiro bom de sabonete e em seguida se deparou com duas safiras azuis a encarando, ficou completamente sem fôlego com a visão daquele Deus grego na sua frente, e com muita dificuldade tentou se controlar.

— Bo... boa noite... o... o senhor é... mecânico? - perguntou com o rosto quente, tinha certeza que estava mais vermelha que um pimentão.

— Você! - o rapaz respondeu com uma impressão incrédula no rosto, que fez Bela se perguntar se por acaso o conhecia de algum lugar, mas logo descartou a hipótese, pois se algum dia tivesse visto aquele pedaço de mal caminho com certeza se recordaria.

— Vo... você... está precisando de concerto? - Roni procurou disfarçar, assim como as batidas do seu coração, pois ali na sua frente, estava nada mais nada menos que...

A Raposinha de Outubro!

— Si... sim... eee.... meu carro está aqui fora. - Bela estava se sentindo ridícula, ela tinha costume de ver homens fortes e musculosos, seminus quase que diariamente, pois além de modelo, ela era presidente da Model Company, uma das mais famosas agência de moda da capital.

Mas aquele homem era diferente, ele a olhava de um jeito que parecia queimá-la por dentro, fazendo-a se sentir quente, muito quente e desejada.

— Você pode me entregar as chaves? - o loiro por fim perguntou, estava tão hipnotizado quando ela.

— Sim, claro, aqui está! - disse lhe entregando um molho de chaves, arregalou os olhos ao ver o loiro gostoso entrar apenas de toalha no seu carro, e conduzi-lo para dentro da oficina, quando ele saiu, todo sorridente, ela se perdeu naquele sorriso de comercial de pastas de dentes, acima de tudo ela era uma excelente olheira, e aquele cara estava perdendo tempo trabalhando como mecânico, com certeza ganharia uma nota preta sendo modelo.

— Ah me desculpa, eu estava saindo do banho quando a campainha tocou. - disse colocando uma das mãos atrás da nuca e sorrindo, novamente ela se perdeu na visão maravilhosa daquele abdômen de tanquinho. — Vou vestir alguma coisa e volta já.

— Tudo bem. - foi a única coisa que conseguiu responder, antes do mecânico gostosão se afastar.

Suspirou fundo e só então percebeu que estava prendendo a respiração, e não se repreendeu por isso, afinal, era impossível pra qualquer mulher, não reparar o corpo desse mecânico Deus grego.

"Será que ele aceitaria sair comigo? Mas será que se eu fizesse esse pedido pra ele, não seria considerado assédio? E se ele for comprometido e me dispensar na cara dura? Você está viajando demais Bela."

A jovem e bela mulher se martirizava mentalmente com várias perguntas, a verdade era que ela estava terrivelmente atraída por ele, não sabia se era mais pelo olhar intenso dele, ou se pelo o jeito rústico que ele tinha, o próprio cenário em que se encontrava tornava seus pensamentos ainda mais safados, sempre fora considerada boa moça pela sua família, e também no local de trabalho, fato esse que as vezes a irritava, pois muitas vezes já fora taxada de sem graça ou sem sal, inclusive pelo último carinha com quem tinha saído pela última vez, Toni, um modelo de mãos, preferiu ficar com Soraya, uma modelo de revistas masculinas, e a desculpa que havia usado fora simplesmente o jeito sem graça que a mulher tinha. Dando de ombros, Bela sorriu, se sem graça significava não se exibir completamente nua em uma revista, então tudo bem, ela era bem sem graça.

Passou seu olhos pela oficina, era um lugar até que organizado, mordeu o lábio ao se imaginar fodendo bem gostoso com o mecânico bonitão, era isso o que ela estava desejando naquele momento, mais do que tudo, pois na verdade, aquela bela morena de sem graça não tinha nada, e lá no fundo de seu âmago, a mesma nutria desejos mais do que obscuros e ardentes, um modelo de mãos também não despertava o seu interesse, agora um mecânico delícia, com as mãos grossas e calejadas por causa do trabalho duro, esse sim a deixava molhada apenas por estar próximo a ela, ela daria pra ele fácil, faci...

"— Não é possível!" - disse em pensamento ao fitar a imagem ampliada do calendário no qual ela pousara a três anos atrás em um dia que uma das modelos havia faltado por estar doente.

— Nossa! Será que o mecânico delícia me reconheceu? - se perguntou ainda com os olhos gravados na imagem a sua frente.

— No mesmo instante! Raposinha. - Bela se assustou com a voz rouca, lenta e sensual atrás dela, se repreendeu por ter pensado alto, e quando se virou e se deparou com aquelas duas safiras intensas a encarando arduamente, novamente ficou sem fôlego. — Bem, vou ver o que está acontecendo com o seu carro. - Roni disse passando pelo morena dos seus sonhos e indo direto para o carro dela, fora rápido em casa e colocara apenas uma calça preta moletom, não era bobo, havia percebido a maneira que ela encarou seu peitoral e manteria o mesmo desnudo para continuar chamando a atenção da mesma, planejava pedir o contato dela na entrega do serviço, não iria se importar se por acaso levasse um fora, ou até mesmo uma ameaça de processo por assédio ao cliente, que dane-se, aquela era a Raposinha de Outubro, a dona dos seus sonhos mais ardentes durante três longos anos.

— Achei estranho essa luz vermelha piscando no painel, ela nunca havia acendido antes. - Bela disse para o loiro, explicando o motivo da sua preocupação.

— Bom, foi muito inteligente da sua parte fazer isso dona Raposinha. - Roni disse para a cliente, pois não de fato ainda não sabia o seu nome.

Bela sorriu com o novo apelido, era fofo e engraçado ao mesmo tempo.

— Essa luz vermelha significa que há um vazamento de óleo, você ainda dirigiria no mínimo uns dez quilômetros antes do carro pifar de vez, isso se antes disso ele não começasse a pegar fogo do nada. - disse deixando a mulher a sua frente assustada.

— Meu Deus! Logo imaginei que pudesse ser algo sério mesmo! E agora? Não tenho onde dormir, e nem sei se ainda consigo vaga em algum hotel. - disse preocupada, não morava naquela cidade, tinha ido apenas fechar um contrato pensando que voltaria no mesmo dia para casa.

— Com todo respeito dona Raposinha, se a senhora quiser pode dormir na minha casa, eu durmo no sofá, ou até mesmo aqui na oficina se isso a deixar mais a vontade. - Roni disse sincero, jamais deixaria a mulher dos seus sonhos desamparada, sua vontade mesmo era dormir com ela, mas sabia que aquela mulher era muita areia para o seu caminhão.

— Me chamo Isabela! Mas pode me chamar de Bela. - a morena disse sorrindo, achou engraçado o jeito que ele se referiu para a mesma, de um jeito safado, sem ser nojento, a verdade era que o mecânico delícia, era muito sexy.

— Me chamo Roni! Mas você pode me chamar de amor da sua vida, se preferir. - disse sorrindo para Bela, o que a fez ficar completamente derretida, em vez de assustada ou irritada, a atmosfera presente naqueles dois era extremamente surreal, era como se já se conhecessem a vida toda, mesmo aquela sendo a primeira vez em que se viam. — Desculpa, mas eu não resisti, eu sou seu fã Raposinha, sou seu maior admirador.

— Estou vendo! Pois pelo que me lembro o tamanho original do calendário era bem menor que esse pôster gigante estampado aí na sua parede. - Bela disse entrando no jogo do loiro, não podia mais negar que estava tremendamente atraída por ele, e um momento de sexo quente com ele, não seria nada mal.

— Esse é pequeno! Maior é o que tem lá no meu quarto. - disse olhando-a fixamente, enquanto a bela morena se aproximava, não sabia se iria ganhar um beijo, ou um belo tapa no rosto, apenas ansiava pelo toque daquela mulher, seja lá do jeito que fosse.

— Se continuar falando assim eu vou começar a pensar que você pensa em mim todas as noites antes de dormir. - disse deslizando a mão no abdômen durinho do homem, e logo percebeu o peito desse subir e descer rapidamente por causa da sua respiração que havia ficado descompassada, decidiu provocar mais um pouco e ver até onde ia o desejo daquele homem por ela. — Que sonha comigo todas as noites.

— Eu penso em você enquanto trabalho, penso em você antes de dormir, e faço coisas bem deliciosas olhando para o seu pôster gigantesco, sonho com você todas as noites, pelada, cavalgando em cima de mim como uma Deusa Amazona, e sempre acordo suado, excitado e triste ao mesmo tempo, ao saber que você é inalcançável pra mim, como se fosse a Lua no céu, e eu apenas um lobo solitário que a aprecia enfeitiçado, e uiva completamente apaixonado por você. - jogou todos os seus sentimentos de uma vez, aquele era um momento único na sua vida e tinha certeza que se arrependeria depois se não tivesse falado para a morena tudo o que sentia por ela, tudo o que sempre sentiu.

Para Bela aquilo foi a gota d'água, nunca tinha se sentindo tão desejada por um homem, e queria se jogar e se queimar completamente naquele fogo abrasador que tanto a incitava.

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