Mecânico Delícia - Parte I
Roni
Mais um dia se iniciava na oficina "Auto Rock's" o proprietário Roni Rock há tempos estava largado embaixo de um carro fazendo o seu concerto desde as cinco da manhã, o dono do veículo era um cliente fiel da oficina e o Rock queria entregar o automóvel antes das oito, horário no qual o senhor Kairo iria para o seu trabalho. Com muita concentração e seriedade o loiro fazia o seu serviço.
— É sério que você está aqui desde as cinco da manhã? Cara você só vive para esse trabalho, tá precisando relaxar. - disse Vini, seu melhor amigo e também funcionário da oficina.
— O senhor Kairo é cliente desde quando eu era molecote e decidi abrir a oficina, eu vou concertar esse carro antes dele ir ao trabalho, não irei deixar o cara na mão. - Roni respondeu sério, tinha muito amor pelo o que fazia, e era com gosto que fazia seus serviços.
— Só estou dizendo que você não precisa se dedicar inteiramente a essa oficina, você também precisa sair, você está precisando relaxar, quer saber, você está precisando transar cara. - Vini dizia tudo de uma vez, não tinha papas na língua, e queria a felicidade do seu melhor amigo.
— Depois que você se arriou os quatros pneus e os estepes pela ruivona gostosa, tá querendo engaiolar todo mundo né Vini, mas acontece que eu estou bem do que jeito em que estou, não tô querendo me amarrar com ninguém não. - disse se arrastando debaixo do carro, trocara a chave de fenda pela a chave sináptica, o trabalho estava quase concluído. — E sobre transar, eu sempre encontro alguém pra isso quando eu estou afim. - disse lembrando das últimas noites casuais que teve com algumas mulheres no qual se relacionou. Vez outra ele sai com os amigos, seja um barzinho ou uma balada, sempre tem alguma garota dando mole pra ele, mas depois do sexo é cada um para o seu lado, nunca prometera nada a ninguém.
— Você não é mais nenhum adolescente para viver casinhos de uma noite, a tia Maria queria te ver feliz e com uma família, e não com essa vida de lobo solitário que você leva. - Vini insistiu com a conversa.
Sabia que falar sobre os pais falecidos deixava o amigo triste, mas o que ele disse não era mentira, o desejo da mãe do amigo era vê-lo casado e feliz, e agora que ele se encontrava noivo e prestes a se casar com Karine, e havia conhecido e experimentado o belo sentimento do amor, estava sentindo-se mal pela solidão em que seu amigo se encontrava.
— Eu não preciso de cupido Vini, eu tô muito bem vivendo do meu jeito, e não adianta meter minha mãe no meio disso, que não vai funcionar. - respondeu o Rock já se irritando com a história, ele vivia sozinho, mas sentia-se bem e tranquilo.
Desde os dezenove anos quando tragicamente perdera os pais em um acidente fatal, ele morava sozinho na casa em que outrora vivera com seus pais, como estava sem parentes no mundo, precisava decidir como viveria e se sustentaria daquele momento em diante, por isso tomou a decisão de sair da faculdade engenharia mecânica e usar a poupança que seus pais tinham juntado para as despesas dele na faculdade para abrir uma oficina no ponto ao lado da sua casa.
Começou com a cara e a coragem, foi um pouco difícil, mas com muito esforço o negócio deu certo, e cada vez mais foi crescendo e atualmente a "Auto Rock's" era a oficina mais famosa da cidade, reconhecida e recomendada por todos os clientes, devido ao excelente trabalho e ética dos funcionários. Roni sentia-se orgulhoso por tudo que conquistara e agora com quase trinta anos, sentia-se realizado com as escolhas que fizera em um momento complicado da sua vida, mas que tinha dado certo e tinha certeza que seus pais onde quer que estivessem sentiam-se orgulhosos pelo filho.
Porém não sentia nenhuma vontade de se apegar com ninguém, ao contrário do que o amigo dizia, ele não fugia de seus sentimentos e nem de um relacionamento duradouro, ele simplesmente não nutria sentimentos especiais pelas mulheres que ele saía, e não iria magoar nenhuma delas fingindo sentir algo que não era verdade.
Na verdade ele tinha um amor impossível, aliás, além de impossível o seu amor era fantasioso, simplesmente porque a mulher que fazia o seu coração bater mais forte, nem sequer sabia da sua existência, e ele também nunca a tinha visto pessoalmente, e nem tinha esperanças que algo assim acontecesse. Ela era uma deusa inacessível, uma perfeita rainha da sedução e da luxúria, alguém inalcançável para suas mãos sujas de graxa.
Ele amava a "Raposinha de Outubro."