2
PRÓLOgO
Amarildo narrando
Faz quase 15 anos que eu abri a minha empresa e era Ceo na Strade Incrociate Ltda, foi uma forma de investir a herança que eu ganhei quando meu pai faleceu. Eu e meu irmão a gente era sócios, Vitor Hugo, ele foi abandonado pelos seus pais em nossa fazenda e meus pais o pegaram para criar.
Além de ser Ceo na empresa, desde a morte do meu pai eu sou seu herdeiro legitimo da nossa linhagem, responsável por preservar nosso maior segredo, um acordo feito entre dois sobrenomes no passado. Um segredo que se for revelado é capaz de mudar muita coisa, até mesmo o rumo da minha empresa e a vida de quem está ao meu lado e trabalha nela. Um segredo que meu pai preservou durante 20 anos da sua vida e que eu preservava há 15 anos e que se dependesse de mim, ele jamais seria revelado por e para ninguém.
Apenas membros mais velhos da família sabia dele, depois eu e Vitor Hugo. Só que agora depois de 35 anos com esse segredo preservado e sem ninguém dos Estados Unidos desconfiar sobre a nossa verdadeira identidade, meu tio Pierre resolveu nos ameaçar e querer colocar o mundo no trombone, entregando a nossa identidade para o Presidente dos Estados Unidos e assim à nossa família ser investigada pelo F.B.I e sendo revelados crimes de muitos anos atrás, tirando todo o prestígio do sobrenome da minha família.
- E agora o que você pretende fazer depois dessa revelação? – Vitor Hugo pergunta.
-O certo seria, o que vamos fazer, nós dois somos herdeiros – eu falo com raiva para ele.
- Calma – ele fala erguendo a mão em forma de redenção.
- Estou com raiva do nosso tio, ele não poderia enganar a nossa família – ele me encara – ele não poderia jogar o nosso sobrenome na mídia dessa forma.
-Precisamos pensar em algo rápido – ele fala me olhando e eu abro um sorriso.
- Eu tive uma ideia – eu falo para ele – vamos promover um baile de máscara.
-Um baile de máscara? – ele fala me encarando – isso é hora de dar festa Amarildo? – ele me encara estranho.
-O nome será “o segredo dos Ferraz” – ele me olha rindo – vamos promover a empresa e calar a boca de todos, uma festa com ar misterioso.
-Vou providenciar isso agora mesmo – ele fala.
Além disso eu calaria a boca do meu tio Pierre nessa noite!!
Adriele narrando
Coloco em cima da cama a máscara junto do vestido que eu iria usar na festa da empresa essa noite, eu estava bem insegura em ir, até porque ainda nem tinha começado na empresa e não conhecia ninguém. Eu sei que eu era insegura de mais com as pessoas e para os lugares que eu iria frequentar, mas eu já fui muito machucada e julgada pelas pessoas. Eu era uma pessoa fora do padrão da sociedade, aquele padrão que exigiam das mulheres e quem não tivesse era descartado que nem lixo, até pior. Era assim que eu me senti por muitos anos e agora tentava mudar esse sentimento dentro de mim. E eu demorei exatamente 15 anos para começar a me amar um pouco mais e nesses 15 anos eu passei por tanta coisa, por tantos julgamentos, tantas vezes que eu chorei embaixo do chuveiro, tantas vezes que eu engoli o choro na frente das pessoas. Eu fui julgada pela minha mãe, minha família, meus amigos, por aqueles que eu confiava, eu fui desmerecida e desvalorizada e agora eu tenho uma meta de vida, eu serei mil vezes melhor do que eu já sou, nunca ninguém mais vai pisar em mim.
- Você precisa ir – Jamaique fala entrando no quarto me olhando – E não é como sua terapeuta que eu estou falando, é como sua amiga.
- Você é minha terapeuta 24h por dia – eu falo olhando para ela – você acha que eu sou sua amiga por quê? Tenho consulta 24h de graça – ela começa á rir.
- Não foge do assunto Adriele – Ela fala pegando o meu vestido na mão – olha esse vestido, você não vai usar isso.
- Eu amo esse vestido – eu falo para ela.
- Hoje você vai ousar – ela fala me olhando.
- Eu não tenho como ousar – eu falo para ela.
- Você será a mulher mais bonita dessa festa – ela diz.
- Difícil – eu falo para ela – terá várias mulheres estilo modelo ou capa de academia fintes.
- Todas plastificadas e montadas – ela fala – linda, maravilhosa, encantadora, vai ter só você – ela vai até a sala e vem com uma sacola – o seu vestido está aqui e esse vai direto para o lixo.
Eu abro a sacola pegando aquele vestido na mão, eu o coloco em cima da cama e vou para o banho. Eu precisava ir até essa festa, eu tinha sido convidada pelo presidente e eu seria á sua secretaria, e se ele me perguntasse o que eu achei da festa? Eu iria olhar para cara dele e dizer o que? linda? sem nem menos ter ido.
Eu nasci em Americanas em São Paulo, me mudei a alguns anos para Alemanha e comecei a trabalhar em uma filial da empresa Strade Incrociate Ltda, só que a filial de lá fechou e me perguntaram se eu queria vir para Nova York, na mesma hora aceitei, eu precisava respirar novos ares, minha terapeuta e amiga Jamaique já estava morando aqui, então uni o útil ao agradável, antes eu fazia as terapias on line, agora eu tenho ela 24h a minha disposição, por que até eu arrumar um apartamento para morar, eu estou morando com ela.
- Obrigada – eu falo para o moço de terno preto que abre a porta do taxi para que eu desça.
Eu ainda estou insegura com á roupa que eu estou, coloco a máscara antes mesmo de pisar no tapete vermelho, quando começo andar neles, todos os fotógrafos que esperava para saber quem estava vindo, some. Até porque ninguém queria saber quem eu era o porquê estava pisando naquele tapete vermelho, acho que seria menos constrangedor entrar pela cozinha, pelo menos para pessoas que nem eu, pessoas normais. Eu vou andando por aquele tapete vermelho e um carro para atrás e os fotógrafos vem com tudo para cima, e fazendo andar rapidamente e entrar pela porta, assim que passo pela porta, eu já viro para um corredor e começo andar.
- Desculpa – eu falo quando esbarro em um homem alto, loiro e que só conseguia ver seus olhos verdes por trás da máscara, eu mal cheguei e já estava passando vergonha.
- Está perdida? – ele pergunta. – A entrada é por ali – ele aponta e eu olho para trás vendo que tinha outro corredor para esquerda, eu sorrio de leve.
- Acho que sim – eu falo para ele que abre um sorriso de canto.
- Posso te acompanhar até a entrada, para você não se perder novamente – ele fala.
- Não precisa – eu digo delicadamente – eu acho que consigo encontrar a entrada.
- Então a gente se vê lá dentro – ele fala me olhando.
- Você está aí – alguém diz para ele vindo de trás e ele se vira me ignorando, eu me viro de costa e vou para o lado certo.
E quando passo pela porta olho para fora vendo todos os fotógrafos em cima de alguém que não consigo identificar quem era, mas deveria ser alguém muito famoso para todo esse burburinho.
Assim que eu entro na aquela festa , eu tento não demonstrar o quanto impressionada eu estava com aquele lugar todo e com o luxo dessa festa.
Eu vou até o bar pegar uma taça de champanhe, quando escuto uma conversa.
- Será o maior escândalo – Um homem fala. – Meu irmão está certo do que vai fazer hoje.
- Você realmente acha que meu ex-marido ia dar essa festa para ser um escândalo? – ela fala – o segredo não será revelado, ele tem uma carta na manga.
- E qual seria essa carta? – O rapaz pergunta.
- Só vamos saber quando ele se pronunciar – ela fala e os dois saem.
- Aqui a sua bebida – Os barmen falam e eu sorrio para agradecer.
O grande segredo da família Ferraz, depois de uma declaração de um membro da família, era o burburinho das redes sociais. E era por isso que tinha tanta gente aqui, a maioria dessas pessoas queriam apenas saber que segredo era esse e não estava nem aí em prestigiar a festa, o anfitrião ou a empresa. Apenas preparados para na hora do pronunciamento, está com seus celulares nas mãos disputando quem iria compartilhar primeiro.
- Você está gostando da festa? – Uma voz soa atrás de mim e eu me viro vendo o mesmo homem que eu falei quando eu cheguei.
- Sim – eu falo para ele – uma festa muito bonita.
- Está mesmo – ele fala me olhando – Foi muito bem desenvolvida. E você está pronta para saber qual é o segredo que vão revelar essa noite?
- Acredito que existe pessoas bem mais interessadas do que eu – eu falo sorrindo para ele. – Duvido que tenha alguém que tenha vindo apenas para prestigiar a festa – ele sorri e me encara.
- Você tem razão – ele fala – hoje em dia às pessoas são muito fofoqueiras.
- São mesmo – eu falo para ele.
- Eu preciso ir – ele fala me olhando – se encontramos por aí – eu assinto com a cabeça e ele sai.
Eu fico ali perdida no meio da aquela festa, eu não conhecia ninguém até então, até porque todo mundo está mascarado e se reconhecesse alguém iria ser a maior dificuldade, já que no máximo que eu vi alguém da empresa da filial de Nova York foi por vídeo conferência.