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Motim

Começava a luta entre duas amigas. De um lado, a atual rainha dos shizens, que havia aplicado uma ditadura em seu reinado. Do outro, Oceânica, que se encontrava como plebeia no momento, além de repudiar as atitudes que sua amiga estava fazendo no momento.

Cellia forma uma serpente em seu braço para atacar Oceânica, mas esta havia se desfeito em água e ataca diretamente a shizen, se lançando contra ela, como se estivesse sendo molhada, mas de uma forma mais violenta que se possa imaginar. Ela continuava fazendo isso, pois estava querendo machucá-la com a forte pressão que fazia nela. 

Cellia já estava ficando tonta, com tanta pressão de água que Oceânica fazia. Ela decide pular bem alto e lançar raios de energia, enquanto estaria voltando para o chão. Oceânica se esquivava, ainda transformada em água e ia direto contra atacar novamente sua adversária. Cellia cai no chão com a forte pressão que Oceânica ainda fazia nela e depois, a segunda voltava ao seu estado normal.

-- Está bom para você ou quer mais?-- indaga a shizen água.

-- Huhuhuhu...-- Cellia ria, enquanto se levantava.-- É de se esperar que os shizen água são considerados um dos mais fortes. Mas me responda uma coisa. O que acontece se eu matar você? Só sobrará Hidras da sua espécie? Que triste.

Oceânica pensava nisso. Abominava a ideia de morrer, ainda mais em um momento como esse e na mão daquela que considerava sua melhor amiga.

-- Eu não vou morrer, Cellia.-- Disse Oceânica.-- Mesmo que você tente tal ato, sei que não seria capaz de fazer algo assim, ainda mais com quem você contou até mesmo os mais sombrios de seus segredos.

Cellina ficava escondida na escadaria vendo a luta de Cellia e da mãe de seu amigo.

-- Por favor, mãe, não mate Oceânica.-- disse a pequena shizen.

-- Interessante essa sua confiança que você tem em mim.-- dizia Cellia.-- Mas é uma pena, pois da mesma forma que os shizen água são um dos mais fortes, os shizen cobra possuem o mesmo título, mas também somos ótimos estrategistas.

-- Do que está falando ou melhor, o que está planejando?-- indaga Oceânica.

- Se eu contar não será surpresa. Durante o tempo como rainha, descobri a fraqueza de todas as espécies de shizen, inclusive os água. Caso se revoltem contra mim, posso muito bem domá-los e eu sei qual a sua fraqueza.

-- Está blefando!-- disse a mãe de Hidras, que lançava bolinhas de água explosivas.

Cellia conseguia se esquivar de todas, graças ao seu reflexo e assim, ela projeta garras de cor roxa e arranha o braço de Oceânica, que se desfazia em água. A shizen cobra cai em cima dela, pois ambas perderam o equilíbrio com a queda e em seguida, Cellia ficava sentada em cima dela.

-- O que você fez?-- indaga Oceânica.

Com um sorriso, a shizen cobra diz:

-- Olhe para o seu braço.

Esta obedecia e via que estava ficando roxo.

-- Mas o que é isso?-- indagava a mãe de Hidras.

-- No momento em que eu a arranhei, injetei um veneno dentro de você. Claro, que se um veneno cair na água, não surtirá nenhum efeito, mas como o shizen possui uma parte de seu DNA como o de um humano, é mais provável que morra envenenada, que é o seu caso.

A shizen cobra se debruça em sua amiga e lhe lambia o pescoço. 

- Uma mulher tão bela como você vindo a morrer. Que pena.

Oceânica cora, mas não deixava de estar preocupada com a sua possível morte.

O veneno se dispersa no corpo de da shizen água e ela fica roxa. Logo, estava borbulhando e olhava para todos os lados do castelo, até que via Cellina.

Falava:

-- Diga ao Hidras... Que eu o amo... Cuide dele... Cellina...

Cellia bate em Oceânica e ela se desfaz em água, mas com uma substância venenosa. Ela levanta e olha para Cellina.

- Você está aqui, por quê? Está querendo sofrer a mesma coisa que essa imunda?- indaga a shizen.

Cellina dizia que não, entre lágrimas. Com uma linguagem corporal de abraçar suas pernas e tremer de medo, indicava que temia apanhar de chicote por Cellia.

-- Se não estiver em seu quarto em menos de três segundos, não faço questão nenhuma em lhe matar.-- disse Cellia.

Quando ouviu isso, Cellina subiu rapidamente às escadas, mas acabou tropeçando nos degraus. Ela se levanta rápido e corre para o quarto.

-- Essa pirralha. Já estou com ódio dela.-- disse a shizen, que olhava para o corpo de Oceânica, que já virara uma poça de água contaminada.

Cellina entrava em seu quarto e não aguentando mais, deita de bruços em sua cama e começa a chorar.

-- Eu não aguento mais...-- disse a pequena.-- Por que isso está acontecendo comigo? Por que ela matou a Oceânica? Por que?

-- Cellina...-- Uma voz bela e gentil ecoava nos seus ouvidos.

-- Quem é?-- indaga a pequena shizen, que se espanta com o que via.

Uma mulher bonita, de pele verde, vestido e cabelos brancos, asas exóticas que lembravam plantas, olhos e boca negras, esta por possuir batom, usava também botas brancas e olhava para a pequena com um sorriso gentil e aconchegante.

- Cellina, minha filha. Eu sou a criadora dos shizens. A Mãe Natureza. Vim aqui lhe informar que acalme o seu coração. As coisas a partir de amanhã irão melhorar para você. Apenas descanse, tudo bem?

Cellina, um pouco assustada, dizia:

-- O-o que está querendo dizer com isso?

-- Que amanhã possa acontecer a mudança que você tanto queria em sua vida. Você não quer deixar de ser escrava de Cellia, minha querida? Pois tem chance de acontecer amanhã.

A pequena chorava e dizia:

- Por favor, Mãe Natureza. Faça isso acontecer.

A entidade sorria e dizia:

-- Não se preocupe, minha pequena. Apenas mantenha as esperanças que tudo o que eu lhe disse, irá acontecer.

Olhando para a Mãe Natureza, dizia:

- Posso lhe pedir uma coisa?

-- O que você quiser.

- Queria um beijo de boa noite. Eu não ganho há muito tempo.

Mãe Natureza sorri e fala:

- Seu desejo é uma ordem.

Ela a beija na testa e afagava seu rostinho, aos poucos lhe fazendo dormir.

- Boa noite, Cellina...- Assim, a Mãe Natureza sumia.

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No dia seguinte, lá estava a pequena novamente, trabalhando de forma brutal e desagradável. Cellia apenas olhava ela trabalhar, enquanto que Makk ficava responsável pela parte administrativa do reino.

-- Muito devagar! Qual o problema? Você já cansou?-- Cellia chicoteava as costas da pequena, a fazendo chorar na hora.-- Não chore! -- Ela aplicava chicotadas mais fortes nela. Eram tão fortes, que a acabou fazendo dar um grito forte de dor e assim, desmaiar. 

-- Idiota. Acabou até desmaiando.-- disse Cellia.

De repente, flores de cerejeira estavam caindo.

-- O quê? Nessa época do ano?-- indaga a shizen, que começava a sentir sono.-- Mas o que é isso? - Esfregava seus olhos.

-- Vamos.-- Alguém escondido no arbusto torcia para algo semelhante à como se Cellia tivesse que cair no sono.

-- Essa miserável! Vai pagar caro por ter matado minha mãe!- disse Hidras, entre lágrimas.

Cellia cai no chão de sono.

-- Isso!-- Era Sakura quem queria que a shizen acordasse.

Ela, com Hidras, correram para pegar Cellina e assim, livrar das mãos de sua asquerosa mãe. Makk acabou vendo aquilo e sorria. Estava torcendo para que a pequena conseguisse uma vida melhor do que a dele e parece que os seus sonhos iriam se tornar realidade.

Os dois levavam Cellina para longe do castelo. Corriam sem ser pêgos por ninguém. Não queriam chamar atenção de estarem com a princesa dos shizens, que fora maltratada, a ponto de quase morrer várias vezes. 

Estavam em um campo aberto. Deitavam ela e Hidras atira água com o seu dedo na cara de sua amiga de infância. Esta, por sinal, acorda e se assusta. Porém, Sakura a agarra pelos braços e fala:

-- Está tudo bem. Nós livramos você do pior. Está segura.

-- Ela vai vim atrás de mim.-- disse Cellina, desesperada.

-- Ela até pode vim, mas se nos isolarmos, ninguém nos achará.

Hidras estava com uma aura vingativa. Não podia aceitar a ideia de ter sua mãe morta e ainda ser o último de sua espécie.

-- Hidras, eu sei como se sente.-- disse Sakura.-- Mas do nível que nós estamos, não temos chance de vencê-la. O ideal seria nós procurarmos alguém para nos treinar.

-- Mas quem?-- indaga Cellina.

-- Bem, não temos escolha. Terá que ser na cidade mesmo. Soube que há alguns shizens que convivem com os humanos, mas é bem raro encontrarmos um.

-- Não custa tentarmos então, já que não estamos em condições de sermos visto por alguém aqui.

-- Tem razão. -- disse Sakura.-- Mas melhor nos separarmos, porque senão, seria mais fácil ainda de sermos vistos.

-- Tem razão.-- disse Cellina.-- Vou para o norte da cidade.

-- Pegarei o sul.-- disse Sakura.

-- Irei para o leste.-- disse Hidras.

A shizen cerejeira sorri para os dois e dizia:

-- Vamos nos encontrar aqui mesmo. Daqui a uns 75 anos.

-- Por que esse tempo todo?-- indaga Hidras.

-- Porque precisaríamos de muita experiência para derrotar Cellia. Quanto mais velho for o shizen, melhor, pois em um combate, a chance dele vencer é maior.

-- Entendi.

-- Muito bem. Não se preocupem comigo, vou cuidar dos meus ferimentos.

-- Está bem. Já que você se garante, então vamos confiar em você. -- Sakura abraça Cellina, a deixando corada.-- Se cuide, princesa.

-- Se cuide, Cellina.-- disse Hidras.-- Até daqui a 75 anos.

-- Até mais.-- a pequena sorri.

Eles então se separaram e cada um seguiu o seu rumo.

Saíram da Floresta Shizen e se aventuraram na cidade de Tóquio, que era mais próxima do habitát dessa espécie exótica, para ver se encontravam alguém que pudesse treiná-los, o que era uma tarefa muito complicada. Havia shizens entre os humanos, mas não eram muitos. 

Hidras caminhava a leste da cidade de Tóquio. Estava às escondidas. Não queria ser notado por ninguém. 

-- Está se escondendo, meu rapaz?-- Uma voz envelhecida estava pronunciando o paradeiro do pequeno shizen.

-- Mas quem é você e como sabe que estou aqui?-- indaga Hidras, que se mostrava sem problemas.

Por sorte não tinha ninguém para vê-los.

-- Me chamo Aki. Sou o shizen tartaruga e membro dos Quarto Shizens Mestres.

-- Os Quatro Shizens Mestres?-- dizia Hidras surpreso. Logo, ele pensava:- "Se eu não me engano, eles são os shizens mais velhos de todos. Possuem em média 1.500 anos  de idade. É incrível isso".

-- Nós sabemos muito bem o que está acontecendo com os nossos shizens. Por isso, estávamos procurando por vocês para treinarem e superarem Cellia.

- Vocês vão nos ajudar?

- Sim, nós vamos. Cada um dos shizens mestres está indo ao encontro das meninas. Temos três templos, mas cada um reside em seu próprio. Eu tenho o Templo da Tartaruga e os outros têm o Templo da Fênix e o Templo do Tigre e Dragão.

Pelos nomes, deu para perceber que eram mesmo os Quatro Shizens Mestres. Hidras não se recordava do nome dos outros, mas aceitou a proposta de ir com Aki treinar em seu templo. E assim, ambos foram.

Da mesma forma que Hidras aceitou a proposta de Aki, Cellina e Sakura aceitaram as propostas dos outros shizens mestres. Haru, o shizen fênix iria treinar Sakura. Cellina, por algum motivo, iria ser treinada por Natsu, o shizen dragão e Fuyu, o shizen tigre. Esse motivo era que Cellina era muito poderosa e seu potencial precisava ser explorado.

Assim, iam os três treinar com os seus respectivos mestres. 

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Passaram os 75 anos.

Ano de 2.015.

Como prometido, os três iriam se encontrar no mesmo lugar em que se viram da última vez. Quem apareceu primeiro foi Hidras. Usava uma armadura preta de combate com uma capa branca. Estava mais maduro e mais confiante do que antes.

-- Agora é só esperar as meninas.-- dizia.

Nisso, aparece Sakura. Estava muito bela! Parecia uma gueixa de tão bela que estava! Sua pele rosada! Os cabelos rosas, que antes eram curtos, ficaram muito mais compridos, a ponto de fazer o famoso "coque de gueixa". Usava um quimono rosa, não muito chamativo.

-- Sakura!-- Hidras corava ao vê-la.

-- Oi, Hidras.-- A shizen sorria, segurando um leque em sua mão.

-- Você está... Linda!

-- Obrigada! Você também!

Eles se abraçam. Fazia 75 anos que não se viam. 

-- E Cellina?-- Indaga o shizen água, quando estavam ambos a esperando.

-- Não sei. Não cheguei a vê-la ainda.

-- Hidras! Sakura!-- Uma voz familiar para eles era ecoada em suas costas.

Eles se viravam e era ela: A princesa Cellina. Estava uma divindade de beleza. Tinha os cabelos crescidos e usava um quimono amarelo.

-- Nem acredito que é ela.-- Disse Hidras, ainda mais envergonhado.

Mesmo que tenha crescido, ainda assim Cellina guardava sua inocência. Era sentido isso por eles. A shizen os abraça e conta que sentira falta deles enquanto treinava.

-- Quanto tempo.-- dizia a shizen cobra entre lágrimas.

-- Pois é. Espero que tenham treinado bastante.-- disse Sakura.

- Sim! Agora é cumprir nosso objetivo!-- disse Hidras.

Eles iam caminhando para a Floresta Shizen, enquanto conversavam. Estariam prontos para enfrentar Cellia. Será que irão conseguir acabar com esse mal que já dura há bastante tempo?

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