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Ano de 1839

Dia primeiro de janeiro de 1839, o ano onde vai se passar nossa história, que se situará no Japão. O que aconteceu naquele período?

Antes de mais nada, deixaremos destacada uma espécie totalmente desconhecida para o leitor, que será de grande importância descrevê-la: O shizen.

O que é um shizen? É um ser vivo criado pela entidade Mãe Natureza, onde esta queria que a sua criação, que são as florestas, os matos e até mesmo os desertos, os mares, os lagos e os oceanos fossem protegidos por algo ou por alguém. Os shizens foram criados para isso, tanto que estes vivem nesses locais. Essa espécie exótica seria imortal, viveria dez vezes mais do que um ser humano. Para que o leitor possa entender melhor, daremos um exemplo onde compara a expectativa de vida de um humano em relação a um shizen. Vamos supor que uma pessoa viva em média cem anos. Um shizen conseguiria viver até mil anos ou até mais, porém é uma raridade que isto aconteça.  Além de viverem mais tempo, demoram para envelhecer, sempre estando mais jovens.

Os shizens odeiam seres sobrenaturais, como vampiros, lobisomens, bruxas, demônios, fantasmas e zumbis, porém se dão super bem com seres mágicos, como fadas, duendes e elfos. Isto porque os seres sobrenaturais são justamente uma aberração ou mesmo algo que superaria os limites da natureza, que segundo espécie formidável, não lhes agradaria. Em relação a anjos e deuses, os shizens temem por estes, reconhecendo tamanha superioridade.

Mas e sua aparência? Como seria a aparência de um shizen?

É variável. Por conta de haver espécies diferentes, são diversas  as aparências. Isto porque o DNA de um shizen é de um ser humano misturado com o de um animal, um elemento da natureza ou uma planta. 

Nossa protagonista é uma shizen cobra, isso mesmo. Uma das espécies mais admiradas no meio desse povo. Além disso, esse povo exótico vive civilizado, como os seres humanos, mas em um sistema monárquico. Existem vários shizens em cada canto do planeta e todos vivem nesse mesmo sistema, porém, o rei vive no Japão, por ser um dos países mais antigos do mundo e também porque foi na Terra do Sol Nascente onde eles nasceram e em seguida, se espalharam ao redor do mundo.

Agora que foi descrita essa introdução ao shizen, vamos à história.

Naquele mesmo ano, 1839, no dia primeiro de janeiro. Seria um shizen cobra, com roupas vermelhas e botas douradas, estilo Idade Média, enfrentando um shizen leão. Este tinha um cabelo comprido, mas que formava uma juba. Sua pele era laranja e suas roupas também eram estilo Idade Média, mas de cor azul.

Estariam eles se enfrentando e há o que tudo indica, o shizen leão usava uma coroa e aparentava estar vencendo essa luta contra o shizen cobra.

-- Hahahaha! Você até tentou, meu bravo amigo Cilius. Mas não é páreo para mim, não consegue perceber isso?-- indaga o shizen leão.

-- Eu não diria isso.-- disse aquele que seria Cilius.-- Leon, você perderá o seu reinado e eu irei fazer o possível para tirar o meu povo dessa ditadura horrível.

- Cale-se, seu insolente! Irei triturá-lo e dá-lo como comida aos meus crocodilos!-- disse Leon.

Eles voltavam a se enfrentar. O shizen leão fazia garras crescer e alcançava uma velocidade surpreendente. Era muito veloz, mas de uma forma incrível, Cilius conseguia se esquivar sem problemas dos ataques de Leon.

-- Esqueceu, "Majestade"? Algumas espécies de shizen cobra são cegos e surdos, mas costumamos nos orientar por meio de nossos sensores de calor e eles me indicam os golpes que você está tentando atingir em mim.-- disse Cilius, que fazia serpentes saírem debaixo da terra e se enroscarem em Leon.

-- GH! Mas não é possível! Me solte!-- dizia o shizen leão.

Cilius projetava uma esfera de energia e lançava no rosto de Leon, que fazia com que suas serpentes o soltassem. O shizen leão cai no chão, mas este se levanta e dá um rugido ameaçador.

-- Eu vou acabar com você!-- Ele corria a uma velocidade incrível e Cilius estava parado com os olhos fechados.

Quando Leon ia atacá-lo, uma aura que formava uma serpente naja aparecia atrás do shizen cobra. Cilius lança um raio poderoso com esta aura, que se convertia naquela e lançava Leon contra várias árvores.

-- Do nada adianta ser rei se não consegue ser forte.-- disse Cilius.-- Estava perto de me vencer. Por que no final é que está fraquejando?

Vários shizens olhavam para a luta dele, inclusive uma garota que era de sua espécie. Aparentava ser quase da mesma idade que ele e não parava de torcer para que vencesse aquele que seria o rei dos shizens. Ela usava um vestido sem alça, curto na altura do joelho e botas.

De repente, uma aura em forma de leão aparecia e corria na direção de Cilius. Era Leon, que alcança uma velocidade que nem mesmo o shizen cobra conseguiria acompanhar. Ele soca o shizen no rosto e depois na barriga. Em seguida, dava aquele que seria o famoso mata-leão.

-- GH! Droga!-- dizia o Cilius, enfrentando dificuldades no momento.

-- Hahahaha! Parece que você perdeu, Cilius. Irei matá-lo na frente dos outros para que assim não voltem a se rebelar contra mim.-- disse Leon, que apertava cada vez mais forte o pescoço de seu adversário.

Cilius então liberava a sua aura em forma de serpente e ele estica os seus braços, os enroscando ao redor do pescoço de seu adversário. 

Os shizens, que antes estavam desesperados com a possível derrota daquele, que possivelmente estava os livrando de uma ditadura, agora torcia para que ele vencesse a luta.

Leon sentia estar sendo asfixiado com a tamanha força que Cilius lhe estrangulava.

- Eis aqui mais uma característica nossa. Os shizens cobra são umas das espécies mais fortes de todas, mas por conta de estrangularem seu adversário.-- disse Cilius.

Os shizens continuavam a torcer por ele e a garota de sua espécie estava encantada com sua possível vitória.

-- Eu... Não... Consigo... Respirar...-- disse Leon, que acabava desmaiando.

Os shizens gritam de alegria e corriam para abraçar Cilius, que estava cansado da luta.

-- Ele conseguiu.-- dizia a shizen cobra, que o olhava.

-- Cilius!!! Cilius!!! Cilius!!!-- Gritavam os shizens e pegavam a coroa de Leon e colocavam na cabeça dele.

O shizen cobra, olhando tal ato, mirava Leon, que recuperava a consciência aos poucos. Logo, este dizia:

- Meus parabéns, Cilius. Você é o vencedor. A partir de agora, irei lhe entregar meu cetro a você. Mas não pense que irei me dar por vencido. Vou treinar e assim ficar muito mais poderoso do que você. Até lá, quero que se prepare. -- O shizen leão, que estava atirado no chão, se levantava e o encarava.

-- Faça o que bem entender.- disse Cílius.-- Até lá, também estarei mais forte do que você.

A partir dali, surgiria uma nova rivalidade, ou melhor, inimizade.

Passado um tempo, todos haviam saído do local da luta, menos Cilius, que olhava para a paisagem, que ali tinha.

-- Majestade. Parabéns pela vitória. -- Uma voz feminina soou nos ouvidos de nosso novo rei.

-- Obrigado.-- dizia Cilius para aquela que seria a garota da mesma espécie dele.

-- Sabe, eu também sinto falta deles. Dos meus pais. Leon foi muito mal em ter matado várias espécies de shizens. Hoje existem poucos de nossa espécie.

-- Sim, tem razão.- disse Cilius.-- Mas agora, eu irei restaurar várias espécies. Darei o meu melhor para que os shizens possam viver em paz, sem se preocupar com nada.

A garota sorria e dizia:

-- Se quiser, posso lhe ajudar.

-- Como?-- indaga Cilius.

A garota corava e dizia:

-- Queria que me fizesse sua esposa. Porque eu sempre fui apaixonada por você. Desde o primeiro dia em que Leon levantou seu cetro contra todos os shizens. Sua coragem, determinação e foco me fizeram ficar apaixonada por você. Adoraria ser a rainha dos shizens e ter o seu amor, além de quem sabe, termos nosso filho.

Cilius ficava corado. Nunca imaginaria que aquela garota estava apaixonada por ele.

-- Qual o seu nome?- indaga o shizen.

-- Cellia.

-- Cellia? Não acredito. Pensei que Leon tivesse lhe matado. Por isso você era familiar para mim.

- Sim, eu entendo. Ele queria me matar. Por causa disso, tive que me esconder para ver se ele me ignorava.

-- Entendi. -- Cilius fazia uma pausa.-- Você me ama mesmo?

- Sempre lhe amei. Seu senso de justiça era contagiante e também apaixonante.-- Cellia rouba um beijo de Cilius e nesse momento, o sol estava se pondo, onde as nuvens ficavam cor de fogo e o céu um pouco arroxeado.

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Dia 26 de março de 1839.

Nesse dia, Cellia e Cilius já estavam casados. Se tornaram rei e rainha, porém, com tamanho trabalho, Cilius não tinha muito tempo com ela, que às vezes ficava chateada, ao mesmo tempo que aceitava essa vida complicada de seu amado, que era muito ocupado.

-- Minha rainha.-- dizia Makk, o shizen macaco, que era o conselheiro de Cilius. -- A senhora não comeu nada o dia todo e não parava de vomitar. O que aconteceu?

-- Não sei, Makk. Mas queria que encontrasse um médico para mim.-- disse Cellia.

O shizen ordenou para que os soldados procurassem um médico para a shizen. No momento, Cilius não se encontrava presente, pois estaria verificando como estão vivendo os shizens que ficam próximos do limite da floresta, o que era longe do castelo, que ficava no centro da chamada Floresta Shizen.

A busca por um médico durou três horas e este, avaliando o estado de saúde de Cellia, afirmou para ela e para Makk:

-- Você está grávida.

-- Grávida?-- Cellia estava impressionada.

-- Isso mesmo. Está grávida de alguns dias.

A shizen estava feliz. Queria muito ter um filho e ficava pensando na reação que teria Cilius, ao saber que sua amada estava grávida.

-- Ele ficará tão feliz.-- disse a shizen.

O médico arrumava suas coisas, se despedia da rainha e do conselheiro e saía.

-- Sua Majestade retorna amanhã para o castelo.-- disse Makk.-- Tenho certeza que ele ficará feliz com essa notícia.

- Também tenho. Já estava pensando em um nome há muito tempo, caso viesse a engravidar, mas só pensei caso fosse menina.

- Mesmo? E qual seria o nome?

- Cellina. Se for menino, deixarei que Cilius decida.

E assim, Cellia descobre que está grávida de uma filha que se for menina, se chamará Cellina. Qual será a reação de Cilius, quando descobrir que sua esposa está grávida?

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