2- Maxon Vodmont
– Isso é sério? Depois de me fazer gozar e tirar minha roupa, estás a me mandar embora? – Grita histérica, fazendo minha cabeça doer.
– Por que vocês humanos reclamam tanto? – Resmungo ficando de frente para ela. Até que ela é bonita. Loira, olhos azuis, um corpo fodível, mas muito tagarela. Já me basta a loira tagarela que tenho na minha vida.
– Sim!, eu estou te a mandar embora, então cala merda da sua boca, pega as suas roupas e vai embora antes que eu fique irritado e eu te garanto gracinha, você e seu rosto não vão gostar do resultado – deposito um beijo na sua testa e entro na casa de banho a deixando para trás.
Tomo o meu banho tranquilamente sem nenhuma loira tagarelando no meu ouvido. Tive que a dispensar, ela geme como uma vaca parindo e eu não gosto. Eu prefiro o silêncio, gosto que gemam em silêncio sem perturbar os meus pensamentos como a Cataleya.
Cataleya, essa menina está ficando mais tempo que o necessário nos meus pensamentos e não sei se isso é bom. Já se passaram quatro dias (Não que tenha contado) desde o episódio no seu quarto e ainda não entendi o que aconteceu de facto nesse dia. O porquê do Cavaleiro ter reagido daquela forma só por ela ter o cheiro de um outro macho nela. Tudo que tem a ver com ela é um mistério. O que ela não sabe é que eu amo mistérios, são muito excitantes.
Saio da casa de banho circulando uma toalha pelo meu quadril e fico feliz quando não vejo a loira gostosa, porm muito triste quando encontro uma outra loira, a tagarela da minha vida.
– O que você quer? Não estou com saco cheio para ouvir a sua voz irritante – digo indo em direção ao closet.
– Como sempre um bom receptor. – A ironia na sua voz já começou a me irritar. Pego o primeiro jeans que encontro e visto.
– O que você quer? Não estou em um bom dia – digo indo em direcção ao pequeno bar que tem no quarto.
– É sobre a Cataleya.
– O que tem ela? – Coloco gelo no copo, abro a garrafa de whisky e encho o meu copo dando em seguida o primeiro gole. Leslye faz cara de nojo quando olha para a bebida no meu copo.
– Querem tirá-la daqui. – Diz com desgosto e dou de ombros não me preocupando.
– Eles sabem que a encontrarei em qualquer canto – dou mais um gole.
– Você pode ir a qualquer canto, mas não pode entrar em qualquer canto. – Diz a levantar-se e começa a fazer o que sempre faz quando está nervosa. Deixar-me tonto de tanto que anda de lá para cá.
– Não tem sítio que eu não consiga entrar – digo sentando na poltrona observando o meu copo, porque se a encarar é possível que fique tonto pelo resto da minha vida
– Onde a querem levar é quase impossível de entrar – diz acelerando os passos.
– Leslye, querida irmã, será que podes, por favor, parar a merda das pernas, estou a ficar tonto.
– O pai de Cataleya quer que ela vá para o Reino dos Vampiros, sabe quantos Vampiros existem lá? Mesmo para o Cavaleiro é suicídio, também é provável que ela case com o novo rei pela aliança.
– Caralho Leslye! O que você acabou de dizer? – Levanto e caminho em sua direcção.
– Desculpa por mencionar o nome – diz assustada e algo dentro de mim doeu por ver que até a minha irmã tem medo de mim.
– Não é isso. O que disseste a seguir? – Digo parado a sua frente.
– Que provavelmente a casem com o Rei dos Vampiros para terem uma aliança. – Não sei bem o que aconteceu mas a raiva dominou o meu corpo e o copoem minha mão foi de encontro à parede fazendo barulho.
– Essa merda não vai acontecer, Cataleya é minha! Eu sou o único que pode tocar aquele corpo e lábios, eu não posso deixar isso acontecer-passo as mãos pelo meu cabelo nervoso.
– Você está a deixar isso acontecer. Sabe quantos futuros alfas a querem como Luna? O Rei dos Vampiros é o mais próximo, por ser amigo do pai e eu digo-te que se ele a levar, não a devolverá.
– O que queres que eu faça?
– Além de ir atrás dela?
– Sim, além de ir atrás dela – digo a encarando sem saber o que fazer.
– Deve revindicá-la e levá-la ao nosso reino. – Afasto-me dela sem acreditar no que acabei de ouvir.
– Eu não posso fazer isso, ela não vai aceitar.
– Isso não depende dela, ela é tua companheira, a tua prometida. Você pode fazer tudo com ela, só vai até a Alcateia e fale com o pai querendo ou não ele é o Alfa e ela é tua. – Diz e acaricia o meu rosto vendo o quanto estou perturbado.
– Sim, ela é minha... – Vou ao closet e visto uma camisa com um Sobretudo e sapatilhas.
– Onde vais com essa pressa? – Pergunta a acompanhar os meus passos pelo quarto
– Vou atrás do que é meu. – Digo abrindo a porta.
Antes de sair me viro e a vejo-me a olhar ainda em pé, e acrescento – apesar da sua voz irritante eu amo-te. Fecho a porta e oiço-a respondendo um “Eu também amo-te idiota”. Sorrio pela resposta. Ela é a que mais se parece comigo, Joel é o mais responsável e certinho de nós trés. Desço as escadas da mansão e logo avisto-me com Joel no hall de entrada.
– Maxon isso não é correcto, ela tem que ir ao Reino por vontade própria. – Paro de frente para ele e sorrio com escárnio.
– E quando ela irá por vontade própria? – Pergunto e passo por ele entrando no carro e de seguida também ele entra.
– Eu vou com você, assim não cometes nehuma burrada. – Me dirige um olhar decidido.
– Haaa, entendi tudo. – Solto uma risada ligando o carro.
– Entendeu o quê? – Pergunta nervosa a mexer-se no assento.
– Queres ir ver a filha da Katrina, eu sabia que tinhas te encantado com ela hávinte e um anos.
– Você não sabe de nada Maxon, eu só vou evitar que cometas um erro.
– Ok, ok. Só acho que ela não gosta de homens com cara de criança.
– Eu tenho 423 anos e você sabe que fiquei assim porque parei de envelhecer rápido.
– Tem certeza que é meu irmão? Porque até a Leslie parou mais tarde.
– Se eu não fosse não estaria aqui. Agora cala a boca e se concentra na estrada.
– Com medo de morrer?
– Reclamas tanto da Leslie, mas és igual a ela, irritante.
– Tens a certeza que é isso que queres?
– Sim! – Respondo convicto encarando a entrada da Alcateia.
– Então vamos. – Caminhamos em direcção a entrada, antes de entramos Joel pára-me e encara-me a sério. – Por favor, seja civilizado.
– Te fode, Joel – passo por ele entrando na Alcateia.
Ela é grande e bem organizada, é uma aldeia com casas modernas e bem estruturadas. A aldeia é cheia de flores, rosas que a deixam muito colorida, o que eu odeio e tem muito barulho, principalmente das crianças que brincam de qualquer maneira. Por isso no meu reino é proibido crianças brincarem na rua, quando estão juntas fazem um barulho insuportável deixando o Cavaleiro de mau humor.
– Ela é tão bonita e organizada que me surpreendeu! – Diz fascinado e a olhar para cada detalhe. Neste momento a minha risada seca ganha sua atenção.
– Tudo te surpreende Joel, vamos logo que esse barulho não me está a fazer bem – minha voz sai rude denunciando o mau-humor que me espreita.
Ando mais rápido, fazendo Joel correr para me alcançar. Sinto olhos de todos acompanhando nossos passos e isso não me incomoda nem tampouco. Ser o centro das atenções faz parte da minha vida já que sou Rei.
Assim que chego na casa do Alfa nem me preocupo em bater a porta vou já a abrir eu mesmo. E sim, gosto de chegar de surpresa.
– O que eu falei sobre ser civilizado? – Me encara sério e eu o encaro sem enteder.
– Mas eu ainda não matei ninguém. – Joel arregala os olhos com a minha resposta e põe a mão na cabeça.
– Claro que ele não se recorda de como é ser um… – Murmura e pára a minha frente a encarar-me com seus olhos azuis.
– Abrir a porta de uma casa que não te pertence não faz parte de ser civilizado – fala devagar como se eu tivesse problemas de percepção.
– Essa sua definição de civilizado é para os humanos e eu não sou um, então ela não se aplica a mim. – Olho sério para ele que mexe a cabeça em negação. Antes que ele me respondesse algo ouvimos um barulho vindo das escadas, olho em direção as escadas e vejo uma menina de cabelos castanho-avermelhado e me recordo de a ter visto em uma das fotos no quarto de Cataleya.
– Vá chamar o Alfa, diga que é sobre a sua filha. – Digo a moça que não pára de nos olhar e logo acrescento – de que estás a espera? Vai logo. – Digo rude e ela sobe as escadas correndo.
Caminhamos pelos corredores até encontramos a sala, sentei-me em um dos sofáse Joel sentou-se no sofá a minha frente.
– Por que foi grosso com a menina? Ela não te fez nada.
Ele é meu irmão mesmo?
– Porque eu quis. – Respondo irritado, concentrado em encontrar o cheiro de Cataleya pela casa que nem vejo o Alfa a entrar com a Luna, que olhando bem para ela está mais gostosa que até Joel notou.
– O que a Katrina aprontou? – O Alfa solta a voz assim que entra na sala com a Luna atrás.
Joel ficou surpreso com o nome que chegou a desviar o olhar.
– Katrina morreu – digo sério e os olhos da Luna ficam marejados.
– Ela morreu? – Pergunta com a voz embargada.
– Sério que ela só está a descobrir isso hoje?
– Eu não vim falar da sua mãe, eu quero falar da Cataleya – minha voz sai muito fria e directa. A expressão da Luna muda e ela solta um suspiro.
– Oh!, eu quase pensei que estivesse a falar da minha filha Katrina.
Cataleya tem uma irmã chamada Katrina e um Irmão. – Que falta de educação a nossa, sou a Luna da Alcateia Nicole Winchester e ele é o Alfa Alexandre McAll – diz a aproximar-se, e isso parece acordar o seu companheiro que também se aproxima.
– O que querem falar da Cataleya? – Pergunta Alexandre preocupado.
– Eu vim buscá-la. – Digo directo.
– Desculpa, eu não entendi. O que disse?
– Eu vim levá-la para o meu reino.
– Quem são vocês? – Nicole pergunta já desconfiando quem somos.
– Desculpa o meu irmão, sou Joel Vodmont e o mal-educado é Maxon Vodmont, somos do Reino Vodonde ele é Rei. – Apresenta-nos Joel bem-educado, apertando a mão de Nicole por muito tempo.
– Não faz isso Joel, larga a mão dela. – Digo a tocar no seu ombro e ele larga confuso e me encara culpado.
– Desculpa, eu não queria… – sua voz sai baixa e abalada.
– E por que um Rei quer levar a minha filha? – Se pronuncia o Rei e antes que possamos responder ouvimos gargalhadas ao longe.
A menina das escadas aparece com uma morena ao seu lado e bem atrás dela Cataleya nas Costas de um menino que presumo ser o irmão. Ele tem o mesmo cheiro que ela tinha na camisa. Assim que ela me viu seu sorriso aumenta e ela desce das costas do seu irmão se aproximando e a perguntar:
– O que você está a fazer aqui?
– Eu vim te levar – sussurro de volta e ela franze a testa.
– Me levar? – Sua voz sai confusa.
– Por que estás a sussurrar? – Pergunto.
– Eu não sei.
Olho ao redor e vejo todos calados nos encarando e ouvindo a nossa pequena conversa.
– De onde conheces esse gostoso Cat? – Pergunta a morena a se aproximar.
– Você não tem vergonha de dizer essas coisas Trina? – Pergunta o menino.
– Vai a merda David, eu só digo a verdade. – Responde piscando para ele.
Aproximo o corpo de Cataleya para mim e passo o meu braço pela sua cintura.
– Eles são mesmo seus irmãos? – Pergunto mordiscando a pele sensível do seu pescoço sem importar-me com as pessoas na sala. Como eu senti falta do cheiro dela.
– Os meus pais estão aqui Maxon – fala a tentar afastar-se.
– Larga a minha filha e diz-me o que queres realmente. – Ele olha-me com nojo e isso ninguém faz. Eu tentei ser educado, mas parece que ninguém me respeita desse jeito, então tudo será do meu jeito. Largo a cintura de Cataleya e me aproximo do Alfa.
– Eu estou cansado dessa merda de tentar ser educado, eu não sou assim, então a partir de agora será do meu jeito. Eu vim para essa Alcateia para vir levar minha companheira para o meu Reino e eu não saio daqui sem a Cataleya, entendeu “Alfa”.
– Eu não vou contigo. – Diz parando a minha frente a encarar-me.
– Não tens que querer, eu mando e você obedece. Eu não posso mais ficar aqui e você não pode ficar aqui sem mim. – Respondo seco e grosso. Mas assim que vejo lágrimas acumuladas nos seus olhos achocolatados, eu me recordo o quanto ela é frágil. Mas se foda, eu não estou de bom humor.
– Cataleya não vai a nenhum lugar. – Diz decidido a irritar-me ainda mais.
– Senhor eu acho que me deviam agradecer por ao menos eu dar a chance de se despedirem, Cataleya pertence-me e eu faço o que quiser com ela.
Assim que acabo de falar sinto um impacto no meu rosto, não forte o suficiente para doer, mas o suficiente para deixar-me muito irritado. E quando me irrito desse jeito vai dar em merda.
– Eu não sou sua e não sou nenhum objecto para levares para onde quiseres. – Grita estérica, essa menina não sabe a merda que fez.
– Ela não quis fazer isso Maxon – Joel tenta a defender, pois ele sabe a grande merda que ela fez.
– Cala a boca Joel, ela sabe muito bem o que fez e ela não irritou só a mim – Digo sério e encaro Cataleya.
Em um movimento rápido minha mão fez-se segurar o seu cabelo e puxá-lo até ao rosto, perto o suficiente de mim. Oiço o seu gemido de dor e não me importo, ela pediu por isso.
– Ouve bem menina, da próxima vez que você tocar no meu rosto, devolverei de uma outra forma que duvido que algo fique intacto nesse rostinho, e agora sobe arruma as suas coisas que vamos partir daqui a uma hora.