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03

Emma

Carlos eu vamos sair hoje, confesso que estou um pouco apreensiva, quase nunca saímos sozinhos já que na última vez não deu muito certo.

                      ~ Flash back ~

— Você nem sabe do que está falando, Friends é uma serie maravilhosa. -eu disse empolgada.

— Mas o que? Que tipo de droga você usou minha filha? -debochou.

— Não preciso usar drogas pra saber que Friends é a melhor serie, ever. Você precisa assistir de novo, certeza que assistiu errado. -falei rindo.

— Eu assisti muito bem. Vamos falar de Chandler e Mônica, aquilo foi um erro, eles não combinam. Ela não tem graça nenhuma. Ele, o piadista da turma, como que se envolveu com ela? -ele fez uma pausa e me olhou intrigado- Joey um mulherengo que não fica com ninguém no final? E cadê todas as garotas que ele pegava durante a serie? Já percebeu que somem depois de certa temporada?

— Elas não sumiram -respirei fundo- ele que amadureceu.

— Emma, por favor né..

— Meu Deus, cala boca. Mônica e Chandler foram feitos um para o outro. Eles cresceram e amadureceram tanto juntos. Eu queria ter a sorte de me casar com o meu melhor amigo também..

Oh, céus o que eu disse? Ele é meu amigo, não melhor, mas é. Assim que eu falei isso, ele se engasgou com a bebida que estava bebericando.

— Agora Ross, quem demora tanto pra falar que gosta da outra pessoa?

— Ross é um cara apaixonado, talvez ele só não queria que estragasse a amizade que eles tinham.

— Oi? Acho que quem assistiu errado foi você. Ross só não disse nada a Rachel porque não tinha capacidade o suficiente.

Foi aí que me lembrei que realmente não foi isso, Ross tentou dizer pra Rachel que gostava dela, mas sempre era interrompido ou acabava perdendo a coragem.

— Você entendeu -e virei uma dose de tequila.

— Em, tá tudo bem? -perguntou após ver o que eu fiz.

— Estou, só preciso ir embora..

Me levanto e logo cambaleio, ele me pegou pelo braço e ficamos cara a cara. Eu não tinha certeza se nossos olhos se encontraram já que algumas coisas estavam girando.

— Eu te levo embora -falou me segurando firme.

— Acho que eu sou o Ross do nosso grupo! -disse olhando em seus olhos ou ao menos tentando olhar.

— O que?

— Mas eu nunca tentei te dizer isso.. -tentei continuar.

— Acho que você bebeu demais -eu o beijei, sem pensar em mais nada. Foi um beijo que foi se aprofundando. Estava tudo girando, e eu me afastei.

— Desculpa -disse sem graça e colocando a mão na boca.

— Vamos, eu te levo embora -eu assenti e fomos em busca de um taxi.

Havia um na frente do local, entramos e Carlos foi comigo até minha casa, ele não queria entrar, mas eu insisti.

Nós dois estávamos bêbados conversamos mais um monte de bobagem e falamos sobre o beijo, eu segurei sua mão e o olhei profundamente.

— Sinto muito pelo beijo.. eu sei que não deveria ter feito isso.. e que foi..

Eu teria continuado, mas ele me interrompeu com um beijo. Depois de alguns segundos, ele se afastou lentamente. Bom, tudo estava um pouco lento mesmo. Ficamos em silêncio por alguns minutos, eu me perguntava o que ele realmente queria. Até que eu o beijei novamente, ele costuma agir como se não quisesse, mas não fazia nada para parar, o beijo foi se aprofundando, fomos para o meu quarto e passamos a noite juntos.

No outro dia ele acordou antes de mim e foi embora. Agiu como se nada tivesse acontecido, quando eu ia falar da noite anterior, ele me cortou e disse que estava atrasado pra resolver questões da empresa. Eu dei um tempo pra ele, pra ver se ele iria conversar comigo sobre o que tinha acontecido. Mas nada. Então eu resolvi fazer igual, ignorar. Depois de uns dois meses, tudo voltou a ser como antes. Conversávamos, ríamos, e saíamos juntos. Ele não disse nada e sempre quando a gente conversava era sobre coisas aleatórias ou o que conversávamos antes de acontecer o que aconteceu.

                    ~ Flash back off ~

Só que não poderia ter acontecido coisa pior essa noite, bebemos muito. De novo. Mas dessa vez eu não lembro o que houve antes de acordar na minha cama com o Carlos.

Estávamos em um dos bares mais conhecidos em Cambridge, tomamos um drink vermelho que eu não fazia ideia do que era, o barman disse que era o drink da noite e explicou que a ideia é que cada noite tenha um drink diferente. Depois de três copos, nada mais me vinha a mente.

— Vamos fingir que nada disso aconteceu, tudo bem? -ele estava sentado na cama apoiando a cabeça em suas mãos e seus cotovelos no joelho.

— O que? -eu fiquei surpresa com isso.

— Em, é melhor assim. Isso foi um erro não pode se repetir de novo.

— Você me fala isso depois que já aconteceu? -debochei.

— Eu priorizo nossa amizade acima de tudo e ver que isso pode te afetar de alguma forma, acaba me afetando também.

— Isso era para aliviar alguma coisa?

— Não, mas não posso mentir ou enganar você. -ele respirou fundo- Em, eu te amo, mas não desse jeito.

— Então porque esta aqui? Porque ficou comigo sabendo que isso poderia me machucar?

— Eu só.. agi por impulso, mas em nenhum momento eu tive a intenção de te machucar.

— Se veste. -ordenei.

Ele olhava de um lado para o outro, procurando suas roupas.

— Se não houvesse sentimento, talvez seria legal.. -finalizou colocando sua camisa.

Inacreditável.

Respirei fundo e me cobri com um hobby de seda branco que havia perto da minha cama.

— Olha, me desculpa mesmo -ele disse passando a mão no rosto, procurando as palavras certas- Eu gosto de você, mas como amiga, entende? Na primeira vez que isso aconteceu prometi pra mim mesmo que não iria se repetir porque eu sei que eu iria te magoar, como estou fazendo agora.. -ele pegou seus pertences e colocou no bolso- Melhor sermos somente amigos.

— Também acho. -disse segundo as lágrimas, não iria chorar, não na frente dele e dei um sorriso forçado- É a segunda vez que isso acontece, e é a primeira vez que você fala isso.

— É que eu não quero que isso vire rotina, não quero que você crie falsas expectativas -ele passou a mão em meu cabelo, tirando uma mecha e colocando atrás da orelha- Eu amo de você, Em. E sei que você gosta mim, mas pra não te magoar eu preciso colocar um ponto final nisso.

— Já chegou ao fim. Você precisa ir embora. -eu disse abrindo a porta.

— Em, por favor.. -suplicou.

— Até segunda, Carlos! -dei um leve sorriso forçado, sem mostrar os dentes.

Assim que ele saiu eu chorei, aquilo realmente me afetou. Eu não sei em que momento eu comecei a gostar dele, e quando ficamos juntos pela primeira vez, eu acabei criando sim expectativas. Ridículo eu sei, mas eu não consegui evitar quando dei por mim, já tinha sentimento, o difícil era saber que só eu sentia.

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