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CAPÍTULO 4

CAPITULO 4

Versão Maria Júlia

Maria Júlia, passou praticamente o dia naquela sala, assistindo televisão. Ela nem sabia que poderiam ter tantos canais divertidos para assistir, e achava que a mente das pessoas, era realmente muito criativa, e deu graças aos céus por isso, pois poderia se divertir um pouco enquanto terminava de se recuperar do tornozelo machucado.

Ela estranhou que em sua própria casa, ninguém conversava com ela, parecia que alguns, tinham até medo dela, e se isolavam da moça, que logo começaria a se sentir sozinha, naquela enorme casa, que ela pensava até, que se perderia sozinha, lá dentro.

Percebeu que Felipe Lombardi, gostava muito de cuidar da segurança, pois se sentia mal com tantos homens a sua volta, a observando. Pensava que o seu marido a amava muito, para se preocupar tanto com ela desse jeito, e isso era bom.

Gostou de ficar lá, e nem viu o tempo passar, mas quando finalmente ela desligou a enorme televisão, poderia estar enganada, mas pensou ouvir gritos de um homem. Ela ficou bem quieta, quase que sem nem respirar, para tentar ouvir melhor, pois pelo que ela se lembrava, ali não tinha nenhum vizinho, então se alguém tivesse gritando, era dentro da sua própria casa, e ela talvez precisasse ajudar.

Os gritos pararam, e ela continuou tentando ouvir, mas a Aurora entrou na sala, falando que era o horário das medicações, e lhe trouxe água juntamente com os remédios, e ela logo tomou. A moça teve a impressão de ouvir novamente os gritos, mas com a Aurora na sala, era mais difícil de prestar atenção, então acabou ignorando, e logo a governanta falou:

— Senhora... desculpe a intromissão, mas acredito que seria melhor, a senhora esticar os pés na cama, para não forçar tanto! E também já está na hora do senhor Lombardi chegar...

— Está bem, Aurora! Vou seguir o seu conselho, pois lá poderei descansar sem ninguém ficar me olhando! Aliás, você sabe por quê esses seguranças, me olham tanto? — Pergunta a Maria Júlia.

— Não sei, não senhora! Vamos? — Pergunta a Aurora, deixando Maria Júlia em dúvida do real motivo que a governanta queria que ela fosse para o quarto. Ela pensava que a mulher tinha um certo medo do patrão, e isso era estranho, provavelmente a pobre mulher não quisesse perder o trabalho, então seria compreendida.

Aurora a ajudou a deitar direitinho na cama, pois sentiu que estava com mais dores do que antes, provavelmente teria sido pelos movimentos que a moça fez com o marido, e ocasionou isso.

Depois de deitada, e antes da Aurora sair, ela a segurou confortavelmente pelo braço, e perguntou:

— Aurora... você sabe quantos anos eu tenho?

A governanta, a olhou incrédula, sem saber se poderia responder pelo menos aquela pergunta, então achou que não teria problemas com isso, e falou:

— Dezenove, senhora! Com licença!

Maria Júlia ficou pensando por um longo tempo, enquanto observava o teto do quarto. Pois, se o Felipe disse que estão juntos a quatro anos, então como ela saiu do orfanato ainda de menor para conseguir vê-lo? Se era apenas uma menina? Com certeza ela ainda perguntaria a ele sobre isso.

Naqueles sonhos e pesadelos que ela teve, era um pouco estranho, pois ela era bem mais jovem que agora, e se fosse realidade, ela deveria ter no máximo dezesseis anos lá, então a história não bate, e o Felipe Lombardi, deveria estar certo, e ela esperava que logo pudesse lembrar, pois era horrível viver no escuro, sem saber sobre si mesmo, e precisar adivinhar as coisas, se ela fosse criança, até gostaria de brincar com isso, mas ela não era, então seria um tanto chato essa nova rotina.

Ela acabou esquecendo o ocorrido na sala, sobre os gritos, e perdida em pensamentos, ela acabou dormindo.

Maria Júlia não sabia, mas os remédios que ela estava tomando eram calmantes, uns que já tomava antes para os nervos, e ficar mais tranquila, e outros para atrapalhar a sua memória de ser recuperada, pois Felipe Lombardi, era o mais interessado em que a mulher dele, não lembrasse nada do que aconteceu antes do acidente, pois teria muita coisa para explicar, e não tinha vontade, de voltar a aquele assunto.

Apenas um dos remédios era para dor, mas agora ela não aguentou e foi vencida pelo sono, aonde mais uma vez, logo perceberia que a rotina de pesadelos, não a deixaria em paz

Na mente de Maria Júlia, enquanto dormia...

Maria Júlia se sentia cansada, e com o corpo mole tentou levantar, mas a sua cabeça não estava ajudando. Olhou para os lados, e viu as mesmas listras amarelas com azuis nas paredes, que a fez lembrar do que estava acontecendo com ela, que estava nua, apenas com um lençol.

Ela estava desesperada, e não conseguia se levantar, quando viu a Aurora entrando no quarto ela teve medo e se encolheu como deu naquela cama, temendo ser machucada outra vez.

— Calma menina! Vim te ajudar, você precisa tomar banho, também trouxe um remédio para dor...

No sonho a Aurora era diferente e falava bastante, parecia querer ajudar, e a menina estava muito confusa, mal conseguia mexer as pernas, então a Aurora levou uma cadeira no banheiro, para ela se sentar e a ajudou a tomar banho.

Maria Júlia estava se sentindo melhor, mas o seu desespero aumentou quando viu o mesmo homem na porta do quarto, e viu a Aurora saindo.

Aquele rosto parecia com alguém, mas naquele lugar eram confusas as imagens, pois lembrava o rosto do marido, e isso não seria possível na cabeça da jovem... ou seria? Era uma situação complexa, e ela no momento não saberia dizer…

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