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Capítulo 3

Stella Venator

Mesmo que eu queira respostas, no momento eu preciso ajudar o Liam, e pela expressão de surpresa no rosto daquele homem, o mesmo também não iria me fornecer muita informação, amenos que ele poderia me explicar, do porquê me chamou de “Maya”, mas provavelmente me confundiu com alguma pessoa.

Notei que o sangue escorre do peito do Liam, mas ele está em pé, graças a Deus não atingiu seu coração! Porém com a voz falha, ele me encarou e falou:

— É real Stella, o que os outros caçadores estavam afirmando, eles estão juntos, mas como?

Seu próximo passo deve ter lhe causado dor, pois Liam gemeu e levou sua mão sobre o ferimentos! Sabemos que já ouvimos os boatos de que as duas espécies estariam juntas, mas isso não nos deixa de ficar surpresos, pois parece que agora eles estão ciente do que estão fazendo, e isso nos intriga! Principalmente a mim.

— Não sei! Mas vamos descobrir, temos que descobrir, pelo bem dos humanos que ainda não sabem direito da existência deles.

Nos encaramos, eu estou preocupada com isso e tenho a certeza que Liam também. Não demorou muito já estávamos próximos do carro, com o Liam ferido, ainda estou atenta ao derredor, para que nenhuma criatura possa nos pegar desprevenidos.

Neste momento desejo que nenhum apareça, pois se aparecer terei que proteger o Liam e ainda me defender, isso seria terrivelmente catastrófico.

Encostei o Liam no carro com cuidado, abri a porta e o ajudei a se sentar, abri a sua jaqueta ao terminar de rasgar sua camisa, ele é bem sarado, mas meu olhar não se desviou das marcas de garras profundas, cravadas em seu peito.

— Está muito feio, né?

Ele me perguntou ainda com uma expressão de dor, “ao perceber minha maldita expressão de surpresa!”, tenho que aprender a disfarçar minhas afeições.

— Nada na qual você não aguente! — Sorri ao tentar disfarçar.

Me virei ao caminhar até o porta malas do carro, enquanto abri, tive o terrível pressentimento de que tinha alguém nos observando, voltei a minha atenção em volta, porém não vejo ninguém, respirei fundo ao voltar a procurar as ervas para a cura na bolsa ali dentro

Encontrei o pote branco com uma mistura de ervas “meio que mágicas!”, a mistura é feita por nós caçadores, ela serve para acelerar a cura. Voltei até o Liam enquanto fui abrindo o pote, peguei um pouco da mistura gelada e sorrindo falei para ele.

— Vai doer um pouco!

— Ah! Porra, Stella. — Liam se encolheu e a sua expressão ficou pior com a dor, então ele me encarou.

— Calma aí, seu frangote… você disse que era forte, aguenta que logo melhora!

Falei rindo, para mim está é a melhor parte, Liam odeia sentir dor, então para ele que é um caçador, isso é a morte! Gargalhei ao perceber que os olhos dele se encheram de lágrimas.

— Frangote! Eu enfrentei o lobo sozinho e você o que estava fazendo que demorou uma década? — Falou o bonito, para não ficar por baixo

— Ah! Me desculpe vossa realeza se eu não tive tempo de te ajudar, porque estava apanhando de um vampiro estressado. — Revirei meus olhos — E afinal não demorei tanto assim, senão você estaria morto neste exato momento.

Lhe entreguei o curativo e uma brisa gelada passou por nós, nos olhamos na hora, acho melhor irmos agora, enquanto ele estava levando o curativo sobre o ferimento que não estava mais sangrando, eu comecei a fechar o pote.

Essas ervas são muito boas, sempre usamos, porque temos que estar preparados para novos confrontos, então ferimentos que demoram dias para se curar, nos deixaria impossibilitados de lutar, mas com isso não! Leva questão de horas ou segundos, dependendo do gral do ferimento.

— Você também precisa, passa no seu rosto.

Sai dos meus pensamentos, com a voz do Liam a minha frente. Sim claro, com o impacto na árvore, um ferimento se formou na minha testa, sem contar os arranhões pelo meu corpo! Fechei a porta do carro com ele dentro, ao sorrir com o seu rosto surpreso.

— Depois! Agora tenho um lobisomem para tirar do meio do local.

— Você ficou maluca? — Liam falou totalmente sério.

— Liam o vampiro já deve ter virado cinzas uma hora destas, mas o lobisomem não! Tenho que terminar e recolher as coisas. Eu já volto!

— Você pirou, só pode! Vai voltar lá sozinha? — Liam tentou abrir a porta, mas eu a segurei

— Liam fica aí, eu já volto, eu sei me cuidar.

Soltei a porta e o mesmo deve ter ficado incrédulo, ao me ver se afastando do carro e seguindo na direção de onde estávamos. Porém eu não tenho escolha, não posso deixar as coisas todas jogadas pelo local e muito menos um lobisomem decepado.

Isso viraria manchete para o mundo todo, causando pânico! Estou sozinha, mas atenta ao meu redor, minhas adagas estão nas minhas mãos, porém o cenário é de terror, o vento balança os galhos de árvores, ouço estalos de coisas quebrando e o barulhos de alguns animais, em outra vida eu nunca na minha vida estaria aqui.

Avistei a bolsa do Liam jogada ao chão, peguei ela no pendura-la no meu ombro, retirei duas balas de acônito, ao colocá-las na arma, me aproximei do lobisomem que realmente estava ali, disparei dois tiro no peito dele, como o mesmo já estava morto, em questão de segundos, seu corpo e a sua cabeça viraram cinzas. Ao se misturar na brisa que passou. Confirmei que o vampiro também havia se dizimado.

Peguei a minha espada e a coloquei no suporte da minha roupa nas costas, recolhi e guardei todas as outras coisas, porém senti um sentimento de familiaridade novamente, então me lembrei do homem, o que chamei de “Diogo”, será este o nome dele, e por qual motivo eu sei?.

Seus olhos, não me são estranhos! Ao pensar nisso um estalo na minha mente foi ouvido! É o mesmo, o sim o mesmo homem que me ajudou a onze anos atrás, é ele sim, tenho certeza, mas o que ele é? Está com a mesma afeição, não envelheceu nada! E por qual motivo ele estar novamente onde eu particularmente estou correndo perigo.

Quem é Maya? E o melhor quem é Diogo? Ouvi um barulho diferente distante, senti que estou sendo observada. Devagar retirei a minha espada e fiquei em alerta, meu coração gelou, mas no meu campo de visão, não vejo nada! Que merdä esta acontecendo?

Abaixei a espada e ao me virar, respirando aliviada, notei que algo se mexeu próximo a mim, tem uma figura próximo a árvore! Não é um ancião, porque se fosse já teria me atacado, mas está escuro para que eu possa ver o que é, ou quem é!

Se fosse o Liam, ele já estaria se aproximado de mim, devagar e ainda com a espada na minha mão, caminhei lentamente até aquela figura sinistra! Porém das sombras avistei metade de um corpo aparecer e um rosto, familiar, o brilho em seus olhos me chamou a atenção.

“Diogo!” é ele o tal “Diogo”. Parei assim como ele, nenhum de nós nos movemos, ele ainda estava com metade do seu corpo em meio às sombras, porém seus olhos cintilavam e a medida que faziam isso, senti minha respiração começar a ficar desregular, tudo em mim grita dizendo que eu o conheço, mas minha cabeça insiste que não.

Um leve sorriso lindo se forma em seu rosto! O que me deixou atordoada, senti que ele queria me dizer algo, mas da mesma forma que ele apareceu, também sumiu nas sombras, com isso observei em volta e não o vi mais. Meu peito soltou todo o ar que nem eu mesma sabia que havia prendido!

O que foi isso? Com todas as coisas voltei a caminhar para sair dali, Meu Deus, quem é este homem e porque ele some na mesma frequência que aparece?

Tenho certeza de que vou ficar louca, se não descobrir o que está acontecendo!?

— Eu estava indo atrás de você, pensei que tinha morrido! — Sai dos meus pensamentos, ao me aproximar do carro e ver o Liam encostado na porta de braços cruzados.

Não tenho o que dizer neste momento, meus sentimentos estão confusos, eu tô extremamente confusa, apenas passei por ele guardando as coisas e entrando no carro.

— O que foi, viu um fantasma? — Liam se abaixou na janela ao dizer, entrando no carro em seguida.

— Porque?

— Você está branca feito papel! — Ele me encarou com preocupação!

— Não foi nada, estou bem vamos.

Falei ao pegar a chave do carro com ele, vou dirigir, já que ele ainda está ferido, o mesmo me entregou e eu dei partida no carro, Liam está desconfiado, mas não me pressiona, apenas encosta a sua cabeça no banco.

Faço uma manobra para virar o carro, para que possamos retornar. Antes de deixar o local totalmente, observei o retrovisor e assim a estrada ficando para trás, do nada vi pelo retrovisor o rosto daquele homem, senti minhas pernas ficarem bambas e minhas mãos trêmulas.

Com a surpresa movi o meu corpo, para olhar o banco de trás, não havia ninguém, então olhei o retrovisor novamente e estava normal. Respirei fundo quando voltei minha atenção ao Liam ele estava me olhando sem entender nada.

— O que foi Stella?

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