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07

ANNABELLA

Com os olhos fixos na imagem a minha frente, fico contemplando a sua beleza. Sua expressão era calma, e vê-lo tão próximo a mim, pude observar melhor os traços em torno da sua face. Henrico tinha uma beleza estupenda, semelhante as dos príncipes que sempre lia nos livros escrito por autoras francesas.

Ao contrário do meu esposo que acabou dormindo, mesmo cansada e dolorida, não consegui me entregar ao sono. Era a primeira vez que dormia com alguém no mesmo ambiente que não fosse a Betha e depois de tudo que fizemos horas atrás, mil coisas se passavam pela minha cabeça.

Depois da dor infernal que senti, ao ponto de cogitar que seria partida ao meio, um misto de sensações apoderou-se de todo o meu ser, algo dentro de mim vibrava a cada toque dele em meu corpo e mesmo completamente exausta, o meu corpo ainda reagia com a mesma intensidade da primeira vez que ele me possuiu. Eu nunca imaginei que pudesse ser tão despudorada e descarada no auge da paixão, implorando para ele continuar como se fosse morrer sem ele. Pedi totalmente a noção do tempo transcorrido, pois ele parecia insaciável. O suor ensopava nossas peles, grudando os meus cabelos na minha testa e no rosto. Eu não consegui parar de me contorcer debaixo dele, de acordo com o vaivém do seu membro. Entrando e saindo. Criando a excitação momento a momento, tornando a escalada até o clímax um acontecimento inesquecível.

Quanto ele foi envolvido pelo êxtase total, um grito tão alto surgiu entre seus lábios, ecoando pelos quatros cantos do ambiente. Seu enorme corpo caiu sobre mim, nossos corpos grudados pelo suor. Logo, nos dois respirávamos em harmonia, com os dois corações batendo como se fosse um só.

Minutos depois, ele se levantou e ficou analisando o meu corpo completamente nu a sua frente. Senti como se minhas bochechas estivessem queimando tamanha era minha vergonha, e assim que ele desviou seus olhos do meu corpo e os concentrou em um determinado lugar da cama, eu não sabia onde enfiar o meu rosto ao ver a colcha envolvida pelo líquido vermelho. Instintivamente me levantei ao ver uma colcha limpa em cima do móvel que estava no canto do quarto, certamente Betha havia deixado. Rapidamente a peguei e substitui no lugar da que estava suja. No momento que me virei em direção ao homem que se manteve imóvel, o tempo todo ele tinha uma expressão de quem estava se divertindo com a cena a sua frente. Antes que eu tivesse qualquer outra reação, ele me pegou em seus braços e me levou em direção ao toalete.

Aquilo era tão estranho, ter que tomar banho junto com alguém, ainda mais sendo um homem. Agindo por instinto, levei minhas mãos de encontro a minha parte íntima, porém, meus batimentos ficaram descontrolados, minha espinha gelou e meu coração doeu ao ver a reação dele. Henrico segurou com força as minhas mãos, me causando uma forte dor e afastou-as da minha intimidade, em seguida sua voz áspera se fez presente.

— Da próxima vez, eu não terei tanta paciência. Você é minha, só minha. Cada parte do seu corpo agora me pertence e não ouse novamente querer me privar de vê-lo.

Pela segunda vez o homem a minha frente me causou uma sensação inexplicável, era como se eu estivesse me casado com duas pessoas totalmente diferentes. O jeito como ele se referia a mim, era como se eu fosse um objeto, sua propriedade. No entanto, mesmo sendo inexperiente e estar feliz por ter casado com alguém por quem tenho sentimentos, em vez daquele velho asqueroso, eu espero que todo esse jeito possessivo dele seja somente por vivemos em uma sociedade machista e a maioria dos homens tem esse jeito possessivo em relação as suas mulheres, como se fossem homens das cavernas.

Meus pensamentos foram interrompidos assim que um grito estrangulado ecoou no ambiente, me deixando estarrecida.

— Annabella! Nãoooooooooo...

HENRICO

Por uma fração de minutos, senti a raiva apoderar-se de todo o meu ser ao ver a reação de Annabella totalmente imóvel assim que falei sobre o nosso casamento. No entanto, assim que seus lábios se moveram, eu tive a resposta que tanto aguardava.

Quando ela adentrou o salão do Castelo de Gordon ao lado daquele maldito, vindo em direção ao altar. Algo que eu nunca tinha sentido antes pairou sobre mim, e ser o primeiro e único homem a possuir o seu belo corpo, me causou um prazer indescritível. O seu corpo parecia semelhante a uma droga e quanto mais eu me deliciava da sua pureza e inocência, a necessidade em estar dentro dela só aumentava, porém, assim que me dei por satisfeito, a levei até o banheiro e mesmo totalmente ruborizada, tratei de deixar bem claro que ela nunca deve se negar a mim. Cada parte do seu belo corpo agora me pertence e se ela acredita que eu, Henrico de Gordon, irei aceitar as vontades de uma mulher, está completamente enganada. Annabella agora é minha propriedade e terá que ser a esposa dedicada, e em breve será a mãe do meu futuro primogênito.

Quando enfim consegui fechar os meus olhos, novamente as lembranças daquele dia invadiram a minha mente, no entanto, dessa vez era como se tudo fosse real. Eu conseguia sentir as mesmas sensações invadir o meu corpo, porém, tinha além dos dois infelizes, um vulto alto em meio a escuridão e assim que me aproximei, algo me puxou e quando consegui me libertar, a única imagem que surgiu em minha frente foi de Annabella com uma adaga enfiada em seu peito. Um grito estrangulado saiu rasgando a minha garganta, como se tivesse a ferindo por dentro.

— Annabella! Nãoooooooo...

Acordei em um sobressalto, totalmente atordoado e assim que meus olhos se abriram, ela estava em minha frente. Seus olhos atentos me analisavam. Sua expressão era de alguém assustada, e como num piscar de olhos, a imagem da maldita surgiu em minha frente. Um rosto que parecia de anjo, no entanto, me mostrou ser o próprio demônio em forma de mulher. Meus órgãos internos começaram a funcionar a todo vapor, a raiva me dominou e com um único movimento, levei minhas mãos de encontro ao pescoço da infeliz.

Dessa vez eu a mataria com as minhas próprias mãos e vê-la sucumbindo em minha frente, enfim, me libertará dessas malditas lembranças. Minhas mãos que estavam em volta do seu pescoço frágil, intensificaram o aperto, todo o meu corpo vibrava ao ver o medo espelhado em seus olhos e aos poucos sua íris foi mudando de cor e assim que ouvi um sussurro ecoando no ambiente, meu corpo todo estremeceu no mesmo instante que o rosto da infeliz desapareceu dando lugar à imagem de Anna a minha frente.

Instintivamente puxei minhas mãos, a fazendo cair de encontro ao colchão. Pisquei algumas vezes, pois minha vista estava embaçada e assim que meus olhos ficaram fixos na imagem a minha frente, todo o meu corpo paralisou. Sentia meus pulmões funcionando aos espasmos ao olhar para a imagem da mulher completamente desfalecida em minha frente. Atordoado, saí do estado estático que me encontrava e comecei a chamar o seu nome, porém, ela permanecia totalmente imóvel.

"O que foi que eu fiz?”

*****

Algo que há muito tempo não sentia, apoderou-se de todo o meu ser: Medo. Quando olhei Annabella totalmente imóvel e com a respiração fraca, o pânico me dominou, tentei de todas as formas acordá-la, porém, sua pele estava mais pálida que o normal, seus lábios roxos. Atordoado, saí do quarto indo atrás daquela que ela tanto ama. Quando atravessei o enorme corredor, como se tivesse uma bola de cristal, a mulher que já tem certa idade, e que estava com uma expressão tenebrosa, surgiu em minha frente, e antes que eu cogitasse em abrir a minha boca, ela se manifestou dizendo que algo tinha acontecido com a sua menina.

Puxei-a em direção ao meu quarto e assim que entramos no ambiente, ela entrou em desespero ao ver o corpo da minha esposa sobre a cama, completamente imóvel. Graças ao conhecimento adquiridos pela idade, Bethany, depois de alguns minutos, pegou algo em seu quarto e trouxe Anna de volta.

Assim que Annabella se moveu e seus olhos ficaram fixos em mim. Senti um nó se formar em minha garganta, algo dentro de mim estava me queimando por inteiro. O brilho que antes estava visível em seus olhos quando estavam direcionados para mim, tinha desaparecido e tudo que via através de suas órbitas, era medo. Não sei por qual motivo, mas aquilo me causou um forte incômodo.

Bethany por sua vez, mantinha seu olhar fixo no pescoço de Anna, e antes que eu mandasse a velha intrometida sair dos meus aposentos. A minha doce esposinha se manifestou dizendo que estava bem e que Betha poderia ir para o seu quarto.

Pela expressão dela, eu sabia que estava saindo contra sua vontade. Sua língua estava coçando para perguntar sobre as marcas na pele da minha mulher, mas se essa maldita não se mantiver no seu devido lugar, vai acabar ficando não só sem a língua, como perderá a sua vida?

Assim que a velha sumiu do meu campo de visão, minha atenção se voltou novamente para a mulher a minha frente, e no instante que eu me movimentei, indo em sua direção, como num piscar de olhos, ela se levantou e sua voz se fez presente no cômodo.

— Não se aproxime de mim. — Ela deu alguns passos para trás, tentando ficar longe de mim.

Algo dentro de mim começou a esquentar ainda mais. Senti a raiva me dominar e antes que Anna tivesse qualquer reação, avancei em cima dela como um predador pronto para imobilizar sua presa. Nem dei tempo para que ela cogitasse em escapar. Suas costas tocaram a parede e eu a deixei sem escapatória com o meu corpo pressionando o seu.

Sua respiração alterada, seus batimentos acelerados e seus olhos esbugalhados fixos nos meus. Segurei firme em sua cintura e logo as lágrimas surgiram inundando a sua face, e em seguida minha voz ecoou.

— Você jamais ouse novamente se referir a minha pessoa dessa forma. Eu sou o seu marido e se não fosse pelo que aconteceu minutos atrás, querida esposa, você iria sofrer as consequências pela sua ousadia, porém, para o seu bem, é melhor que não tenha uma próxima vez ou não hesitarei um só segundo em colocá-la no seu devido lugar. Agora vamos tomar um banho juntos, que tudo isso só me deixou mais excitado e com desejo de possui-la.

A peguei em meus braços, indo em direção a sala de banho. Quase uma hora depois de ter me dado por satisfeito e terminado o banho, retornamos para o quarto, enquanto Annabella que já estava vestida, se deitou novamente, já que a proibi de sair do nosso aposento, me despedi e fui em direção ao meu escritório pegar alguns documentos que precisava levar até o centro da cidade. Deixei o cômodo e fui em direção ao meu cavalo, que já estava pronto, a minha espera. Embora Annabella pareça ingênua e já demostrou que tem um coração generoso, ela, ao levantar a voz para mim, já me mostrou que não é tão submissa como eu pensei. Mas terei todo prazer em mostrar a ela que Henrico de Gordon sempre tem tudo que deseja e a minha vontade sempre deve prevalecer.

Minha casa, minhas regras.

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