Capítulo 4: Momentos
Tudo na vida tem um preço. Um preço a se pagar, um preço a se cumprir. O preço dela é a vingança. Mas será que vale a pena? Para ela vale mais que ouro, mais que qualquer coisa no mundo desde que ela se tornou Fênix renascida das cinzas em que a deixaram na estrada para apodrecer.
O celular vibra, é seu pai ao telefone. Um sorriso leve surge em seus lábios ao atender e saber que todos em Tessália, já sabem de sua morte. Hora de colocar tudo em prática.
Dois detetives foram contratados para saberem todos os passos de Priscila Burns e John. Ela quer primeiro chegar a eles.
Cada soco, cada chute desferido em seu corpo, ela quer que John sofra da pior forma, na perda dos seus negócios escusos que ela acredita que ele tenha e que ninguém saiba nem mesmo seu chefe.
Mas antes, hoje é seu primeiro dia da sua consulta do pré-natal e Robert já está a postos em seu Masserati preto de quatro portas totalmente deslumbrante a esperando dentro do carro com seu motorista. Seus olhos seguem de encontro aquela bela mulher que ainda usa um lenço em seu rosto como se fosse uma muçulmana para esconder suas cicatrizes descendo a pequena escada da entrada principal da mansão.
Seu sorriso é imenso ao vê-la vindo em direção ao carro. Ela num vestido bege rodado na altura dos joelhos, com um sapato preto e bolsa de couro da mesma cor. Os óculos escuros de modelo quadrado grande, lhe dá um ar de seriedade e elegância. O motorista abre a porta traseira para que a mesma adentre. Assim que se senta no banco de couro, Robert a olha com intensidade e retira cuidadosamente seu lenço a trazendo para um beijo apaixonado e intenso. Em meio ao beijo, ela suspira e sente seu coração acelerado. O mesmo se dá a ele. O sentimento, a emoção é forte entre os dois. O motorista dá a partida e o carro se movimenta seguindo para o hospital.
Em vinte minutos, eles chegam. Seu lenço é colocado de volta sob seu rosto que logo estará sem as cicatrizes. A recepcionista os atende e ela percebe um olhar sedutor para Robert. Aquilo a incomoda. Percebendo seu desconforto e ele também por não estar se sentindo bem pelo olhar malicioso daquela recepcionista, ele a trata com indiferença e deixa claro que sua noiva e ele estavam ali para uma consulta e que não havia possibilidade alguma de não estar com ela.
Custou tanto para tê-la finalmente em sua vida. Se não fosse as armações da irmã dela, eles hoje obviamente estariam casados e até com muitos filhos. Ao imaginar isso, Robert sorri feito bobo pegando na mão da mulher que por muitos anos toma seus pensamentos e coração. Ela retribui o sorriso. Logo são interrompidos pela médica chamarem para seu consultório.
Ao sentarem, Esmeralda relata tudo o que houve relacionado a gravidez e seu atual problema de estar com um dos pulmões parcialmente comprometidos. Sua alegação fora de ter sido vítima de um sequestro malsucedido. Ela prescreve algumas vitaminas e ácido fólico, marca uma nova consulta, mede sua temperatura, verifica a pressão, e a manda para uma saleta ao lado para um ultrassom.
Ela sai com um avental e a médica pede que ela deite-se na cama e assim, inicia o procedimento. A todo momento, Robert se manteve preocupado e acalentando com sua mão segura na mão dela que logo, lhe mostrava um belo sorriso de tranquilidade.
Assim que começa, na tela se mostra dois sacos embrionários em desenvolvimento. O som forte de dois corações bate e preenche o silêncio naquela sala. Emoções e risos, misturados a lágrimas de felicidade, são o complemento sinfônico da melodia mais linda já existente na humanidade.
- Eu te amo muito minha Es... Fênix. – Por pouco no calor da emoção ele não fala o nome verdadeiro da sua amada.
Ela sorri em meio as lágrimas e gesticula com seus lábios não conseguindo emitir nenhum som.
- Eu sei e te quero muito.
Para ele, ler seus lábios com aquelas palavras que mesmo não sendo um “eu te amo”, já era um grande avanço para ele e como se fosse o mesmo que dizer as mesmas palavras que acabaram de serem ditas por ele.
- Bom, papais, sei que a emoção é linda em saber que terão gêmeos, mais senhora Fênix, não pode deixar de ter cuidados dobrados hein mocinha.
Eles se olham assentindo e Robert, logo se expressa não deixando que sua amada fale.
- Pode deixar doutora, me certificarei disso pode estar certa.
- Não tenho dúvidas senhor papai. Afinal, não é todo dia que vemos pais tão empenhados em acompanhar suas noivas, namoradas e até esposas nessas consultas ou em ter cuidados com elas. Parabéns por ser assim.
Ele assente em êxtase e ela logo se levanta da maca, indo para o banheiro se trocar. Os dois os aguardam no consultório. Ela logo chega emocionada e feliz.
Se despedem da doutora e vão de encontro ao cirurgião plástico indicado por Lucca para que possa ter sua avaliação de seu novo renascimento em seu rosto.
Tudo foi um sucesso hoje. Ela irá na próxima semana fazer sua plástica sem grandes alterações. Saindo dali, foram ao shopping comprar algumas coisas para os bebês e ela se sentiu na necessidade de comer por estar faminta. Ao estarem no restaurante, ela tteve uma certa curiosidade por algo.
- Meu querido, porque chama seu irmão de Lucas, sendo que ele se chama Lucca?
Ele arqueia a sobrancelha com um sorriso bobo por pela primeira vez ser chamado por ela de querido.
- Bem, nossos pais iriam chama-lo de Lucas, mas no último momento por ele ter sido registrado na Itália, já que ele nasceu lá, o escrivão o registrou como Lucca. Mas de fato nunca me conformei com isso. – Ele ri e revira os olhos.
- Vocês já moraram na Itália?
- Sim. Mas já fazem anos que não vamos lá. Na nossa lua de mel, te levarei lá.
Ela assente. Nada entre eles poderia fazer com que a felicidade sentida fosse atrapalhada.
Mas até quando essa felicidade poderia prevalecer entre eles? Seu coração se angustiava com este pensamento e pergunta sendo feito por ela a todo momento. Mas não importasse o tempo que durasse essa felicidade, ela queria e faria de tudo para aproveitar esses momentos como se fossem o último.