Capítulo 3 - A Dançarina do Pole Dance
Damon Harmer | Miami, Flórida 22:47 AM.
Estava sentindo sua cabeça latejar. Ele estava evitando mais estresse, por isso decidiu ignorar as ligações do maldito que só atrapalhou seu jantar de negócios. Decidiu levar seus sócios para uma boate que já conhecia há um tempo, a fim de relaxar.
Seus colegas de trabalho gostaram muito das garotas, pois não paravam de jogar dinheiro no palco para cada uma que se apresentava. Damon estava se afundando em uísque, tentando usar o álcool como remédio para sua dor de cabeça e seus problemas.
Estava quase bocejando de sono, desejando que as horas se passassem logo para poder ir embora, afinal não estava com paciência para arrumar uma mulher, porém uma em específico chamou sua atenção. Ela era a próxima dançarina de pole dance que se apresentaria. Ele ficou encantado com o olhar dela. Estava longe dela, mas tinha quase certeza que seus olhos eram verdes, mesmo que a máscara vermelha que ela usava pudesse lhe confundir. “Muito linda”, ele pensou, tomando o resto de uísque do copo, determinado a dar sua atenção para a próxima apresentação.
Ela começou a rebolar timidamente, observando a quantidade de pessoas que a assistiam. Ele pensou que ela não era tão velha e nem tão nova, não daria mais de vinte e cinco anos para a moça, imaginou que ela poderia ser até mais nova que isso.
Continuou encantado com sua beleza, uma pele tão alva, que parecia nunca ter conhecido a luz do sol. Seus longos cabelos castanhos brilhavam nas luzes do seu show. Quando ela jogou suas roupas para a platéia, algo deixou Harmer incomodado. Qualquer homem em sua posição (numa boate) gosta de admirar o corpo de uma bela mulher.
Ele não iria negar que a jovem moça era dona de um corpo escultural, e a lingerie vermelha que usava mataria qualquer um de tesão pela a mesma, fora o fato de que ela dançava talentosamente bem. Contudo, sua personalidade era seu pior inimigo, ele não gostava de mulheres que se jogassem para os outros como uma vadia qualquer, e isso diminuía a credibilidade de alguma garota que tentasse impressioná-lo usando dessa artimanha.
Era por esse motivo que ele era muito seletivo, e também preferia danças particulares, ao invés de assistir junto com uma platéia. Ele estava ali para apenas acompanhar seus sócios. Ele prefere ter a atenção voltada para apenas ele. Não gostava das oferecidas que viam oportunidade em cada um que lhe oferece dinheiro. Ele admirava apenas o verdadeiro poder da sensualidade, e não era qualquer mulher que lhe provocava isso, por isso ele é bastante seletivo, ao invés de escolher qualquer rabo de saia.
Mas, observando bem aquela garota, que pela primeira vez naquela noite o notou assistí-la do fundo de sua platéia, percebeu que algo nela era diferente das outras. Ela não parecia se importar com as coisas que os outros diziam para ela, ela não sorria como se estivesse satisfeita, muito menos dava atenção para os marmanjos que lhe ofereciam dinheiro para que ela se aproximasse. Não, ela era diferente das outras, e isso a deixou marcada em sua mente.
Damon Harmer gostava de mistério, mas ele decidiu resolver esse em outro dia. Assim que a garota terminou sua apresentação, convidou seus sócios para ir embora, mas eles se recusaram, alegando que iriam querer assistir umas danças particulares com algumas moças.
Decidiu ir para casa sozinho, ignorando as mulheres que tentavam ganhar sua atenção enquanto saia da boate. Lhe restou apenas seu motorista para levá-lo de volta, já que estava levemente com a mente turva pelas bebidas que virou a noite inteira. Sua dor de cabeça finalmente passou, então quando chegou em casa finalmente pôde relaxar com um banho.
No dia seguinte, não teve enrolação alguma que pudesse atrapalhar sua reunião. Estava decidido em resolver as questões naquele mesmo dia.
— Do que está falando? – perguntou para um de seus funcionários.
— Os Stewart's chegaram na cidade ontem à noite.
— Devem ter vindo resolver alguma coisa aqui.
— Eles não tem mais negócios aqui, não faz sentido... – o outro argumentou.
— Será que eles querem tomar a cidade de novo? – o velho questionou, olhando para Damon.
— Não importa, deixamos avisados o que aconteceria se tentassem tomar mais alguma coisa de nós. – Damon assegurou, se recordando dos anos anteriores. — Meu único interesse é manter o que já temos, não vou deixar um lado vulnerável para conquistar outro sem necessidade.
— Estamos quase com oitenta por cento da cidade nas nossas mãos, não devíamos parar agora...
— Você está com problemas na sua audição? – Damon perguntou, se erguendo da sua cadeira. Ele fechou os botões de seu paletó, e caminhou calmamente, até onde um dos seus funcionários estava sentado, se colocando atrás do mesmo. Ele passou a mão na pistola em sua cintura, se recusando a sacá-la e estourar os miolos do "filho da puta". — Não vamos ser os primeiros a atacar. Deixamos a situação por igual quando finalizamos o cara que roubou nossos arquivos.
— E nem sabemos o que eles vinheram fazer, é praticamente um tiro no escuro – um de seus sócios concordou.
— Vamos continuar os vigiando, tentar descobrir o que eles vinheram fazer aqui. – Seu outro sócio concluiu.
— Então está resolvido. – Harmer disse, dispensando à todos.
O pessoal foram se retirando em meio a burburinhos, estressando Damon ainda mais. Seus pensamentos estavam à mil, imaginando se os Stewart's lhe causariam mais problemas como no passado. Não que ele não pudesse resolver ou não tivesse poder o suficiente para isso, só não estava a fim de gastar suas forças à toa contra uma richa idiota.
— Nossa, a novinha de ontem acabou com as minhas costas... – um dos seus sócios reclamou, fazendo Damon rir. Ele serviu uísque para seus dois convidados, antes de continuar a conversa.
— Ela transou com você? – seu sócio perguntou, e o outro assentiu, confirmando. — Cara, você teve mais sorte do que eu!
— Por quê? – Damon quis saber.
— A garota que eu paguei a dança particular não aceita transar com clientes.
— Todo profissional tem seus próprios códigos de ética – Damon brincou, fazendo o outro rir.
— Mas ela era tão linda, olhos verdes, uma pele alvinha... usava uma lingerie vermelha, acabei gozando só por assistí-la... – seu sócio comentou, como se estivesse se recordando de um sonho.
Assim que ele descreveu os detalhes da moça, as lembranças de Damon da noite passada estalaram em sua mente. Provavelmente era a garota que lhe chamou atenção. “Então quer dizer que ela não transa com os clientes, interessante”, ele pensou. Então aquela garota era realmente diferente das outras, seu instinto estava certo, mas ele se perguntou se seria mais interessante ainda se pudesse tirar a prova. “Será que ela também se recusaria a transar com o dono da metade da Flórida?”, se perguntou.