Capítulo 7
Eliza Fitzy narrando:
Quando cheguei no prédio após sair da igreja, parei em frente à porta do meu apartamento e olhei para a porta do apartamento da frente.
Madison estava ali, eu queria conversar com ela… queria ver ela.
Respiro fundo e entro no meu apartamento, olho todo o cômodo escuro e vazio, lembro-me das palavras dos meus irmãos.
Isso realmente é muito solitário.
Subo em direção ao meu quarto onde tomo um banho e caiu na cama, amanhã só irei pro hospital a tarde, tenho a manhã toda livre.
Amanhã talvez eu vá correr um pouco no parque, ultimamente estou vivendo apenas do trabalho para casa, não estou fazendo nada para me divertir ou distrair minha mente.
Com esses pensamentos acabo dormindo, eu estava exausta.
[...]
Na manhã seguinte acordei por volta das dez e meia da manhã, resolvi vestir uma roupa de corrida e correr um pouco.
Saiu do meu apartamento no mesmo momento em que a porta do apartamento da frente também é aberta.
Pensava ser a Madison, mas era a Sophia.
Nesse horário a Malu deve estar na escola, então a Sophia como babá não está em horário de trabalho. Por que ela está nesse horário saindo da casa da Madison?
Olho curiosa para a mesma que sorri me olhando.
— Bom dia. — diz ela.
— Bom dia. — falo tentando ver alguma coisa dentro do apartamento. — a Madison está em casa?
— A Mads saiu para trabalhar, só chega a noite. — diz ela. — Malu esqueceu o livro dela, crianças sempre esquecendo tudo.
Ela diz enquanto vai saindo me deixando sozinha, a mesma estava com um livro na mão, a história do livro realmente é verdade.
Mas que história é essa de Mads?
O quanto de intimidade elas têm para ela chamá-la de Mads.
— A Mads só chega a noite. — falo fazendo caras e bocas imitando o jeito que ela falou.
Saiu em direção ao elevador e vejo que o mesmo já fechou, droga!
Fico esperando até que o mesmo sobe novamente e assim posso descer.
A todo momento lembro dela chamando a Madison de Mads, fecho minha mão em punho, sinto minhas unhas perfurar minha própria pele.
Eu estou com ciúmes disso?
Eu não tenho nada a ver com isso, eu... nem gosto dela.
Como o parque não ficava muito longe dali, rapidamente eu cheguei e comecei a correr sem parar, corri tanto que sinto meus pulmões queimar e minha respiração cansada e ofegante.
Vou parando de correr aos pouco e sigo caminhando, passando por perto de algumas caixas de lixo, ouço um miado.
Paro e olho para elas, mas nada vejo. Outro miado é ouvido e me aproximo de uma caixa de papelão que continha vários furos.
Abrindo ela me deparo com um lindo gatinho branco, ele era pequeno, ainda era um filhote, parecia ter menos de um ano.
Pego ele que miava sem parar. O que eu faço?
Não podia deixá-lo ali, então levei ele para minha casa, o mesmo não estava maltratado, parecia que tinha sido deixado ali há algumas horas, o gatinho deve estar com fome.
Quando cheguei no meu apartamento peguei um pratinho e coloquei leite para ele, o mesmo tomou tudo rapidamente.
Sorriu olhando para ele, preciso levá-lo no veterinário.
Faltavam algumas horas para eu ir trabalhar, não daria tempo de levá-lo hoje, então terei que levá-lo outra hora.
O filhotinho não parece ter nenhum problema, o mesmo estava até brincando, o gatinho estava brincando na minha cortina, a mesma estava balançando devido ao vento que passava pela janela aberta.
Preciso dar um nome a ele.
Olho bem pro gatinho que no momento passava sua língua na sua pequena patinha e em seguida passava pelo seu rosto.
Ele é branco, parece neve. Vou chamá-lo de floco, floquinho.
Sorriu com o novo nome dele, é fofinho, combina com ele. Deixo o gatinho ali e vou para meu quarto, tomar um banho e trocar de roupa.
[...]
— Você vai ficar bem, não é? — pergunto pro floquinho enquanto passo a mão pelo seu pelo branquinho e macio.
Ele apenas fica miando enquanto aprecia o carinho.
— Tudo bem, você irá ficar bem. — falo andando até a porta, eu estava de jaleco e com minha bolsa de lado, já estava indo trabalhar.
Deixei um pratinho cheio de leite caso o floquinho sinta fome, chegarei antes das doze horas, então não serão tantas horas fora.
Saiu do meu apartamento trancando a porta e sigo para o hospital, mais um dia de trabalho.
[...]
— Oi Eliza. — diz Logan, ele é um enfermeiro, começou a trabalhar no hospital recentemente.
Estávamos no elevador, eu estava vindo do segundo andar do hospital onde tinha ido fazer uma rápida visita à Isabela, agora eu estava voltando para minha sala quando entrei no mesmo elevador em que Logan estava.
— Oi Logan. — falo sorrindo sem mostrar os dentes.
— Sabe, desde que cheguei no hospital te achei muito bonita. — diz ele.
— Obrigada. — falo.
— Quer sair comigo? — pergunta ele sorrindo.
— Ah... claro. A gente marca de sair qualquer dia desses. — falo.
— Tudo bem. — fala ele pegando o celular. — me passa seu número.
— Ah, sim. — pego o celular dele e adiciono meu número. — aqui está.
— A gente conversa depois, linda. — diz ele piscando para mim e saindo quando o elevador parou no terceiro andar.
Não respondo, pois as portas do elevador fecha novamente quando eu aperto o quinto andar e o mesmo começa a subir.
Entrando na minha sala me sento na minha mesa e depois de alguns minutos ouço uma leve batida na porta.
— Pode entrar. — falo.
— Doutora Eliza. — diz Sam, a mesma fica encarregada de organizar os pacientes e chamá-los quando forem suas vezes.
— O que foi Samanta? — pergunto.
— Uma paciente acabou de dar entrada com o filho, o mesmo é um bebê e está com uma fratura no braço direito, ele tem pouco menos de um ano. — diz ela. — Doutor Tayler pede seu acompanhamento.
— Certo, já estou indo. — falo me levantando e saindo em direção à sala do doutor Tayler.
Fiz todo o acompanhamento, doutor Tayler imobilizou o braço do bebê enquanto preparava tudo para o processo de engessar o braço.
Fiquei todo tempo ali o ajudando, a todo momento ficava avaliando a criança que estava bem calma, porém seus olhinhos estavam vermelhos e inchados.
Ver aquele ser tão pequeno sentindo dor me dá um aperto no peito, por isso faço o possível e o impossível para ajudá-los.