Capítulo 12: Medo da escuridão
Quando Jane estava se preparando para sair, recebeu uma ligação de Monica.
- Quanto tempo você precisa para terminar sua tarefa?
- Já terminei - respondeu Jane.
- O quê? Você verificou tudo duas vezes? Tem certeza absoluta de que não há erros?
Mônica não esperava que Jane terminasse tão rapidamente.
- Sim, tenho certeza. Se você não tem mais nada a dizer, vou desligar e voltar para casa agora - Jane respondeu impaciente.
- Espere! Você não pode sair do trabalho ainda! - Mônica levantou a voz de repente.
- Por quê? - Jane perguntou, parando na porta.
- Acabei de receber uma ligação. Há outro documento que precisa ser inserido no sistema e já estou indo para empresa. Por favor, aguarde.
- Você não pode enviar o documento por e-mail para mim? Não posso esperar que você venha a esta hora.
- Não, é uma tarefa complexa e você nunca fez isso antes. Se cometer um erro, poderá ter sérios problemas. Por favor, espere! Por que está reclamando como uma criança mimada? Como funcionário dessa empresa de prestígio, você deve estar preparado para trabalhar horas extras. Já estou em casa, mas não me importo de voltar para garantir que tudo esteja pronto para amanhã.
- Tá bom, eu entendo - disse Jane. Ela não pensou muito sobre isso e presumiu que Monica não estava intencionalmente dificultando as coisas para ela. Dado o adiantado da hora, Jane optou por esperar em sua mesa e passou o tempo ouvindo música e jogando para relaxar. Depois de quarenta minutos, Mônica ainda não havia chegado.
Sentindo a necessidade de usar o banheiro, Jane se afastou por um instante. Ao retornar, ela voltou a jogar por mais vinte minutos, mas ainda não havia sinal de Mônica.
Jane decidiu ligar para ela.
- Por que você ainda não chegou? Estou esperando há mais de uma hora!
- Não é minha culpa estar atrasada. Peguei um táxi para economizar tempo, mas fiquei presa em um engarrafamento devido a um acidente. Só estou saindo do trânsito agora. Não se preocupe, estarei lá em trinta minutos. Que azar! Os chefes deveriam ter me avisado antes. Não acredito que estou correndo para o escritório a essa hora! Ei, você pode dirigir mais rápido? Estou com pressa.
Ao ouvir as reclamações de Mônica, Jane estava começando a ficar com dor de cabeça. Sua paciência estava se esgotando.
- Seja rápida.
Sem o conhecimento de Jane, Mônica estava confortavelmente relaxada em casa com uma camiseta grande demais. Depois de terminar a ligação, ela jogou o telefone de lado e foi para o banheiro.
- Que idiota! Jane, você vai ficar aqui esperando por muito tempo - Monica cacarejou como uma bruxa má.
Mais quarenta minutos se passaram, e Mônica ainda não havia aparecido. A paciência de Jane já estava se esgotando.
Ela ligou para Mônica mais uma vez.
- Você quer que eu passe a noite inteira aqui? Onde você está?
Enquanto isso, Mônica estava reclinada em seu sofá com uma máscara facial.
- Por que você está com tanta pressa? Não estou gostando de chegar tarde, sabe. Infelizmente, estou preso em uma situação difícil. Continue esperando. Estou quase chegando. Chegarei em dez minutos. Mexa-se, sim? Chegaremos em dez minutos, certo? Bem, eu...
Jane finalmente interveio:
- Vou lhe dar mais dez minutos. Se você não estiver aqui até lá, eu vou embora.
Ao ouvir o tom de discagem abrupto, Mônica jogou o telefone no sofá, pegou uma uva e a comeu sem pressa.
Foi só agora que Jane começou a sentir algo estranho. Depois de pensar um pouco, ela encaminhou o número de telefone de Mônica para alguém e enviou uma mensagem de texto:
- Encontre a localização deste número.
A resposta chegou cinco minutos depois.
Jane ficou com raiva enquanto ela olhava para a tela do telefone. Mônica estava em uma área residencial e não se movia.
Furiosa, ela deu um tapa na mesa.
- Isso é inacreditável! Como você ousa me pregar peças, Mônica? Eu devo ter confiado demais em você. O que eu estava pensando, acreditando que você estava realmente a caminho?
Ela pegou sua bolsa e se dirigiu à porta, planejando um plano de vingança enquanto ia embora. No momento em que ela alcançou a maçaneta da porta, as luzes se apagaram.
O escritório, até então vazio, exceto por Jane, agora estava mergulhado na escuridão.
Assustada, Jane olhou em volta com uma mistura de medo e apreensão. Lentamente, ela foi até sua mesa, pegou o celular na bolsa e ligou a lanterna.
Desde sua infância, Jane sempre teve uma forte aversão ao escuro. Seu coração acelerou no peito. Apesar dos calafrios que lhe percorriam a espinha, as palmas das mãos e a testa estavam escorregadias de suor.
À medida que seu medo aumentava, ela se arrastou para baixo da escrivaninha, abraçando-se com o queixo apoiado nos joelhos. A lanterna de seu celular não lhe proporcionava muito conforto, pois se esforçava para dissipar a escuridão ao redor.
O que havia causado o apagão? Quanto tempo levaria para restaurar a energia?
Tremendo de medo, Jane tocou na tela do telefone, com a intenção de ligar para o escritório de segurança. Mas, de repente, ela percebeu que não tinha o número deles. Sua ansiedade havia confundido seus pensamentos, tornando difícil pensar com clareza.