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Capítulo 2

Quando chego, abro a torneira e, enquanto ensaboo as mãos, me espelho. A maquiagem ainda não borrou, felizmente. Acho que a Sara foi longe demais com a sombra, mas a Andrea disse que sou linda, então talvez a maquiagem não seja tão ruim assim.

Após esse breve pensamento, ouço a descarga do vaso sanitário bem atrás de mim e vejo o cara que eu tinha visto antes na mesa fazendo barulho.

Ele está amarrando o cinto da calça. Fora do banheiro. Ele não tem vergonha depois de me ver. Mas tem que ser tão troglodita? Isso me incomoda, mas eu ignoro.

Desligo a pia e ele abre a torneira ao lado da minha.

Pelo menos lave as mãos.

Naquele momento vejo no espelho que ele me olha e sorri para mim.

Ele tem olhos escuros, lábios carnudos e uma pequena barba castanha.

Eu me viro, começo a secar as mãos e sinto que reprimo uma risada. Então eu olho para ele: ele fica olhando para mim e rindo.

- O que é isso, eu te faço rir? - pergunto, com o tom mais irritante que sou capaz.

Ele para de rir.

- Não, mas seu namorado me faz rir – a voz dele é quente e forte, ele fecha um pouco os olhos enquanto continua me olhando.

- Ah, sim, e por que motivo? - Cruzo os braços sobre o peito, ansioso para ouvir as ideias absurdas desse homem das cavernas.

- Vamos, por que motivo? Tão educado, tão gentil. Ele mudou sua cadeira para que você pudesse sentar, não estamos na Idade Média -

Sinto vontade de rir. Ele é simplesmente estúpido.

- Bem, idiotas como você são melhores? - Levanto a sobrancelha. Ele fica sem palavras por um momento. - E ele não é meu namorado. É o nosso primeiro encontro. E então, desculpe, você não tem nada melhor para fazer do que olhar para mim e para Andrea? -

Ele sorri.

- Eu não estava olhando para Andrea – ele sublinha esse nome com um tom mais irônico; Ele seca as mãos em jeans escuros. - Mas eu estava olhando para você. E o que faz você pensar que sou um idiota? - Ele tem um tom ressentido.

- O fato de você não me conhecer mas ofender meu amigo. E agora volto para ele, feliz em conhecê-lo - viro-me e volto para Andrea.

- Por que você demorou tanto? -

- Ei, nada. Existem dois banheiros e ambos estavam ocupados -

Fiquei muito incomodado com o tom de voz e a presunção daquele... desse... bom, daquele cara cujo nome eu nem sei o nome.

Mas quem ele pensa que é? Mas quem o conhece?

Enquanto Andrea me conta sobre seu futuro estágio, olho para a mesa daquele garoto que tive a infelicidade de conhecer.

Uma garota se agarra a ele agora, usando um vestidinho branco que deixa muito pouco para a imaginação. Ele coloca um braço em volta dos ombros dela e coça o ombro esquerdo com o outro. E ele está olhando para mim.

Quando nossos olhos se encontram, ele sorri para mim e imediatamente volto minha atenção para Andrea.

- Vai ser lindo... Ah, bom, pelo menos assim espero! - Series.

- Estou certo disso! -

Quando terminamos de comer ele se levanta para pagar, então vou impedi-lo e dar-lhe minha parte do dinheiro.

- Você está brincando? -

- Olha, não vou mais sair com você, ei! - e a gente ri, aí ele também pega meu dinheiro e vai pagar.

Coloco minha bolsa no ombro e vou em direção à saída, quando sinto eles agarrarem meus ombros. Eu me viro e é ele, o garoto do banheiro.

- Mas como, você sai sem nem me dar seu número? - A garota que abraçou primeiro agora está agarrada a outro garoto do grupo, vestido parecido com o garoto que tenho na minha frente neste momento.

Começo a rir, ele me olha sem entender.

- O que é? - ele me pergunta, claramente irritado.

- Você está brincando certo? -

- Não, por que eu deveria? -

- Talvez porque eu nem saiba seu nome? -

-Luca-

- OK -

Eu me viro, mas ele aparece na minha frente. Vejo Andrea olhando para mim sem expressão e faço sinal para ela esperar.

- E você? -

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