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Fazenda Ardenas:

Durante anos, foi uma fazenda de agricultura, por várias gerações, ela foi aumentando. Antônio Farias Gonçalves, amava as terras, ele foi casado com Dayana Gusmão Gonçalves. Os dois trocaram a agricultura pela criação de cavalos. Antônio contrata Rodrigo, um agrônomo, para cuidar dos pastos e tornar a terra em pastos fartos. Rodrigo tinha a esposa Elizabete, que o acompanhou e servia na casa.

Eles também adoravam a vida na fazenda. Dayana trabalhava junto com Antônio para que a fazenda prosperasse. Após alguns anos, ela engravida e dá à luz a Jakeline Gusmão Gonçalves. Elizabete também tem uma filha, Dandara.

Dayana, trabalhou durante gravidez, até o último mês, mas apresentou problemas no parto, ficando com a saúde debilitada. Já não tinha forças para ajudar Antônio. Ele a amava muito. Ele, dividia seu tempo entre a fazenda e cuidar de Dayana e Jakeline.

Elizabete, cuidava da casa e das empregadas que ajudavam. Como Jakeline e Dandara tinham a mesma idade, elas cresceram juntas pelo campo, acompanhando Antônio e Rodrigo.

Antônio constrói uma escola na fazenda para as crianças estudarem. Jakeline e Dandara estudaram na própria fazenda. Dayana era preocupada, em ver a filha crescendo, no meio dos peões.

Dayana- Antônio, Jakeline não tem um comportamento de menina, ela se veste e age como um garoto!

Antônio- Deixa a garota meu amor, ela ainda é criança, quando chegar a hora, ela vai estudar fora e sera igual a outras garotas.

Dayana- Esquece, ela tem seu sangue. Ama os animais e isso não muda.

Antônio- Ela vai fazer faculdade, com isso, vai se afastar um pouco e aprender novidades. Não fique preocupada. Só cuide de sua saúde.

Dayana- Eu me rendo. Pois queria estar com você, percorrendo a fazenda.

Antônio- Sabe que não pode, mas prometo que cuidarei bem de nossa filha.

Rodrigo e Elizabete, também se preocupavam com Dandara. As duas eram inteligentes e espertas. Dandara seguia Jakeline, que era a mais levada. Elas aprenderam a montar ainda crianças e cresceram cavalgando por toda a fazenda. Perto do término dos estudos na fazenda, Dayana e Elizabete, procuraram, uma faculdade para elas.

Jakeline tinha os olhos de cor indefinida, às vezes verdes ou azuis. Dependia de seu humor. Seus cabelos eram enorme e preto, ele ficava trançado, para não atrapalhar quando estava no campo. Dayana adorava pentear seus cabelos e quando Jakeline reclamava do tamanho, sua mãe lhe dizia.

Dayana- Não corte o cabelo, ele é lindo. Você é uma moça linda. Tem que aprender a se vestir e seu cabelo vai ficar em destaque, quando estiver solto.

Jakeline- Mas mãe, dá trabalho cuidar, eu quero mais tempo no campo.

Dayana- Hoje é o seu cabelo, que te diferencia dos garotos. Pois você se veste como eles, se cortar o cabelo, aí, sim, ficará igual a eles.

Jakeline- Está bem. Mas é porque me pede que não corto. Diz abraçando e beijando ela. Jakeline é boa filha, mas de sangue quente. Ela chega da escola, faz as tarefas e sai para ir ver os animais.

Dandara é igual a ela.

Dayana vai à cozinha depois que a filha sai. Elizabete se tornou uma grande amiga.

Dayana- Elizabete, temos que levar logo, as meninas para uma faculdade. Eu fico preocupada com o jeito delas.

Elizabete- Eu também, já falei com Rodrigo, mas ele adora a filha e Jakeline com eles.

Dayana- Antônio diz a mesma coisa. Eu só queria que ela agisse como uma moça, ela desafia os padrões e além de ficar lá fora, tem o vocabulário e atitudes, igual a dos garotos.

Elizabete senta e serve biscoitos e café para as duas.

Elizabete- Te entendo bem. Dandara é igual. Espero que mudem quando saírem um pouco daqui.

Na baia maternidade.

Jakeline e Dandara estão com os pais, vendo o nascimento de um potro.

Jakeline- Pai, tenho certeza que será macho!

Antônio- E eu, tenho certeza que será mais uma boa égua reprodutora.

Veterinário- Vocês dois, parem de disputar o que vai ser. O importante é a mãe aguentar e nascer um potro bom para a fazenda.

Rodrigo- Esquece, esses dois vão ser sempre assim, um disputando com o outro. Diz rindo, sentado em um fardo de feno.

O veterinário está preocupado com a mãe em trabalho de parto. A égua reprodutora apresentou sinais de problemas.

Veterinário- Antônio, estou com uma suspeita que tem algo errado. Pois ela não está ajudando, está sem forças.

Antônio se aproxima e olha a égua deitada. Jakeline se abaixa e conversa com ela.

Jakeline- Ei garota, você consegue! Vamos trazer o potrinho, mas tem que ajudar. Diz sentando ao lado e acariciando ela.

Dandara segura no ombro do pai.

Dandara- Pai, não podemos fazer nada?

Rodrigo- O veterinário já está fazendo filha, só temos que esperar.

Antônio está ao lado do veterinário.

Antônio- Ela é uma boa raça, não podemos perdê-la. Veja no que pode ajudar. Diz colocando a mão no ombro do veterinário.

Veterinário- Estou fazendo o que posso, fique tranquilo.

Eles dispensam o restante do pessoal, ficando só eles no galpão onde ela está. Jakeline força a égua reagir.

Jakeline- Vamos garota, força e vamos conhecer seu filhote. A égua olha e parece entender a garota. O veterinário se ajeita e ajuda quando vem a contração. Depois ela se acalma novamente. O veterinário olha e diz.

Veterinário- Está em posição errada, é por isso que ela está sem forças.

Antônio- Então ajuda!

Veterinário- Jakeline, consegue manter ela, para que não se levante? Eu preciso ajudar para virar o potro.

Jakeline- Consigo!

Antônio- Deixa que eu faço isso. Você ainda não tem jeito para isso.

Jakeline- Tenho, sim, aposto com o senhor que eu consigo ajudar.

Antônio- Jakeline, isso não é brincadeira, é sério. Levanta que eu ajudo.

Jakeline- Pai! Já ajudei outras vezes, eu consigo sim. E vai ser um garanhão. O mais lindo da fazenda!

Antônio- Vai ser uma fêmea.

Veterinário- Gente, se não pararem, vou pedir para saírem.

Jakeline- Faço uma aposta! Ela vai conseguir e se for um macho, o cavalo é meu.

Antônio- Apostado. Mas se for fêmea, um mês sem montar!

Jakeline olha, com os olhos arregalados para o pai. Depois pensa e diz.

Jakeline- Apostado! Agora garota, vamos trazer nosso garanhão. Força, vai garota! Com Jakeline forçando a égua, ela se agita e o veterinário ajuda virar o potro para nascer.

Veterinário- Vai Jakeline, ela tem que reagir. Diz ele. Eles ficam em volta vendo os dois trabalharem.

Veterinário- Quando eu falar, ajude, pois está pronto a nascer!

Jakeline concorda com a cabeça.

Veterinário- Agora Jakeline, senão perdemos os dois!

Jakeline- Vai garota! Força! Você consegue! Diz ela agitando para a mãe reagir. A égua, parece atender o chamado de Jakeline e logo aparece as patas do potro.

Jakeline- Isso garota! Força! Diz abraçando e forçando ela a reagir.

O veterinário ajuda a tirar o potro e depois diz afobado.

Veterinário- Ele não está reagindo! Diz massageando. Jakeline deixa o pai com a égua, e corre para ajudar. Ela faz massagem com os panos e ajuda bombeando o peito do potrinho. Jakeline força ele reagir e o veterinário deixa ela cuidando do potro. Ele acredita no potencial dela. Logo ele abre os olhos e Jakeline cai sentada chorando.

Dandara- CONSEGUIU! Pai, olha que lindo! Eles comemoram e o veterinário volta, para cuidar da égua.

Veterinário- Ela está fraca, mas está bem.

Depois dos cuidados com a égua, ele pega o potro para examinar. Jakeline levanta toda suja e chega perto do pai.

Jakeline- Eu disse que seria um garanhão! Eu ganhei! Diz pulando no pescoço dele.

Antônio- Parabéns filha, agora tem um cavalo. Diz ele rindo alto.

Dandara corre e abraça a amiga.

Rodrigo- Se não estivesse aqui, não acreditaria que perdeu para sua filha!

Antônio- Ela está me superando. Diz com um sorriso.

O veterinário depois de examinar diz que está tudo bem.

Veterinário- Parabéns Jakeline, mas, tenho minhas dúvidas se será um cavalo dócil. Ele já mostra ser um potro arisco.

Jakeline- Eu cuido dele.

Veterinário- Agora tem o seu cavalo, e como vai ser o nome dele?

Jakeline chega perto e percebe que ele tem os pelos negros. Ela sorri.

Jakeline- Meia noite!

Antônio- Pode registrar meia noite no nome dela, em suas anotações.

O veterinário sai rindo. Da porta ele olha e diz.

Veterinário- Deixem a mãe mais um tempo descansando. Não permitam que incomodem, logo ela estará boa para sair.

Antônio- Já que terminou bem, o que acham de um bom banho e levar a novidade o casarão?

Rodrigo- Vamos. Nossas esposas nos esperam.

Jakeline- Posso ficar mais um pouco?

Antônio- Não, filha. Eles precisam se aproximar e descansar. Agora vamos acalmar sua mãe. Rodrigo, dê o recado do veterinário, para os outros. Vou juntando as coisas aqui com as meninas, depois vamos para casa.

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