Capítulo 1
Capítulo 1
|KATE|
A vida já não foi fácil para Kate desde o início, e a sua aparência diferente das demais crianças ainda piorava bem mais, o seu convívio no meio dos outros órfãos desamparados naquele orfanato tão pobre e carente, e com funcionários tão sobrecarregados, estressados, sem dinheiro, e tendo que lidar com a grande corrupção do diretor do Orfanato que desviava todos os recursos do local.
Os funcionários maltratavam as crianças, pois não tinham condições decentes para cuidar delas, e porque também havia um pouco de maldade no coração de cada uma daquelas pessoas, mas não se preocupavam inteiramente com as crianças na realidade. Eles só queriam saber de receber os seus salários no final do mês, o qual sofria muitas alterações e roubo da parte do diretor do orfanato. A vida era difícil para todos ali, só que para que os órfãos era um pouco mais pior.
E para Kate cem vez mais ruim, pois sofria por causa da sua aparência, com seus cabelos ruivos que eram extremamente diferentes de todas as outras crianças, que tinham um padrão semelhante de cabelos castanhos e aparência comum entre elas. As pessoas achavam que seus cabelos vermelhos eram a coisa mais estranha do planeta e por isso faziam bullying, diversas perseguições, e debochavam com ruindade da aparência diferente de Kate, mesmo quando ela era ainda quase um bebezinho, e só tinha crescido um pouco. Mas sua aparência de um rosto e algumas partes do corpo contendo várias sardas, a faziam sofrer ainda mais preconceito, no meio das outras crianças consideradas “normais”.
Então Kate foi se tornando cada vez mais uma menina introspectiva, envergonhada, e com medo das outras crianças que praticavam bullying contra ela sempre que podiam. Kate foi se transformando como uma pequena árvore que ia murchando pouco a pouco. Era como se seu coração estivesse cada vez menor com passar do tempo, pois ela era tímida, envergonhada e medrosa, e não crescia como as outras crianças deveriam crescer. A ruiva crescia tímida e amedrontada pelo bullying que as outras crianças faziam com ela, e isso a deixava com extrema vergonha de sua aparência, das sardas em seu rosto, bochechas e corpo, como também dos seus cabelos avermelhados que eram muito diferentes das demais, dessa forma ela se sentia uma anormal, como se fosse um ET no meio daquelas outras pessoas.
Kate se sentia totalmente deslocada e não como parte integrante de um grupo, mesmo que seus colegas tivessem atitudes ruins para si, ela queria fazer parte, queria se sentir pertencente a pelo menos algum tipo de grupo... Sentir que fazia parte de algum lugar. Era horrível não ser bem tratada pelas outras crianças, que nem ao menos a deixava ou permitia que brincasse juntamente com elas, muito que se aproximasse. Era como se ela tivesse algum tipo de doença contagiosa e por isso elas a isolavam de todas as atividades.
Completamente segregada e chutava para fora dos grupinhos.
A ruivinha sofria um grande preconceito e separação das demais crianças, e os cuidadores e funcionários do orfanato viam tudo o que acontecia, e ficavam calados, não faziam nada e às vezes até mesmo debochavam da pequena criança isolada e desigual das outras “capetinhas”, como eles as chamavam de modo pejorativo.
Kate só sabia chorar escondida em um cantinho todos os dias, com o coração entristecido, com a mente nublada e pensamentos muito ruins e negativos sobre si mesma, por causa das outras pessoas e da opinião delas, sobre quem elas diziam que ela era.
Era horrível viver assim, mas todos os dias eram quase os mesmos, sempre sendo separada e excluída das crianças que deveriam ser suas amigas. Era tristes a vida... Kate era muito insegura consigo mesma e já não conseguia nem mais falar mais um oi ou dar um bom dia a qualquer pessoa que aparecesse em sua vida pela frente. Um cenário muito triste eram os dias solitários e escuros da pequena ruivinha de sardas no rosto. Algumas crianças eram tão maldosas que colocavam apelidos feios que magoavam grandemente o coração da pobre Kate.
Esses apelidos que a deixavam muito para baixo, sempre eram depreciativos como: cenoura estragada, bruxa dos cabelos de fogo, Curupira, tomate estragado, pimentão fora de época, e muitos outros, que a deixavam muito triste, abalada e deprimida. Era terrível A Perseguição que ela sofria ali naquele lugar, dos adolescentes e até mesmo de alguns funcionários que faziam piadas horríveis sobre sua aparência, só porque ela era diferente e se destacava no meio das outras crianças com sua aparência um tanto em comum, mas bela e singela de alguma maneira, e que ela só viria a descobrir muito tempo depois, em um futuro muito distante, com pessoas totalmente diferentes que dariam a ela o seu verdadeiro valor e sentido na vida.
Seu coração ainda era pequeno e já sofria muito com a rejeição, e por não ser incluída no meio das outras crianças. Os anos foram passando, ela chegou com dois anos no orfanato e depois o tempo foi correndo e ela foi completando seus três, quatro, cinco anos de idade naquele local, e nada melhorava para ela. Kate foi crescendo isolada no orfanato, seu coração era uma pequena pedrinha de gelo com o passar do tempo, pois não conhecia o afeto das outras pessoas, não tinha o carinho, pois sofria constantemente com a rejeição das pessoas e com o bullying praticado por todos ali no orfanato contra ela.
Às vezes ela sofria até algumas agressões físicas de crianças maiores quando tentava, com um pouco de coragem, se aproximar de algum grupo para poder brincar, porém era isolada e afastada para longe de todos, com fortes empurrões e até mesmo algumas violências. Eles não a incluíam de jeito nenhum no meio deles, como se ela possuísse algum mal oculto dentro de si. Kate chorava constantemente escondida, para que as outras crianças não a visse sofrendo e nem chorando, e com isso a perseguissem ainda mais do que já faziam.
Algumas meninas eram malvadas com ela, elas puxavam as tranças dela, a chamavam de cenourinha estragada e a empurravam de um lado para o outro até que ela ficasse tonta e caísse no chão. As garotas mais velhas tinham alguns tipos de brincadeiras muito perversas com a pequena ruiva, que entristeciam o seu coração e a enchiam de medo, fazendo com que ela se sentisse como um bichinho acuado e perdido no meio de tanta gente estranha e ruim para ela. Kate tinha muito medo dessas meninas, por isso às vezes até fugia com pressa para bem longe, e se escondia em alguns lugares mais dispersos do orfanato.
Seu coração sempre disparava de ansiedade, medo e de nervosismo quando olhava para essas garotas maiores do que ela, que a intimidavam constantemente, faziam bullying, e lhe deixavam insegura para que não conseguisse sequer abrir a boca perto de qualquer pessoa. Ela nunca denunciou esses maus tratos para os mais velhos, para os adultos e funcionários ali do Orfanato, pois sabia bem que eles não fariam nada a respeito para ajudá-la. Eles não estavam nem aí para o que ela sofria, e só estavam ali para cumprirem suas obrigações durante o horário de serviço, para depois lhes darem as costas e os abandonarem, sem se importar nem um pouco, com o que cada um passava ali naquele lugar.