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Capítulo 5

HUNTER

Faltando 1 dia para eu sair da cadeia, vou conversar com um amigo que fiz aqui, o Miles.

Ele foi preso por ter matado um cara que tentou violar sua filha e esposa na hora que ele chegava do trabalho.

Todos aqui o respeitam muito e ele é um homem sábio, sempre me deu conselhos .

Miles trabalhava na construção civil e já tem quase 50 anos de idade.

Ele é como um pai para mim.

— Hunter, meu filho... soube que você sairá amanhã.

— Sim, coroa, é verdade. Sentirei sua falta, mas virei te ver. - afirmo com tristeza.

Ele me olha e aconselha, com aquele jeito sereno:

— Aproveite a liberdade meu jovem e não faça besteiras. A vida está te dando um nova oportunidade de recomeço. Você é inteligente Hunter, principalmente com matemática, devia estudar e se especializar nisso.

— Não sei, Miles, vou ver... Mas eu queria te agradecer por tudo cara, você é um grande amigo e um homem íntegro... não merecia estar aqui dentro.

— Tudo bem, eu tirei a vida de alguém e estou pagando o preço. - ele fala conformado.

Quando ele fala isso, fico enfurecido ao lembrar daquele promotor filho da puta que me colocou aqui.

Ele queria a pena máxima e conseguiu, mas como minha advogada era boa, ela mexeu seus pauzinhos para que eu saísse...

Eu ODEIO aquele homem!

Tenho vontade de matá-lo!

Miles me vê bem pensativo e pergunta:

— Hunter, querido? Você está bem?

— Ah, tô sim... só umas lembranças ruins.

— Me promete algo.

— O que, Miles?

— Quero que vá ver minha família e dizer que estou bem...

— Eu digo sim.

Ele baixa a cabeça e fala muito entristecido:

— Você sabe que não os quero aqui, não quero que meus filhos me vejam... é vergonhoso...

— Tudo bem, eu farei isso amigo. - digo enquanto dou uma tapinha em seu ombro.

— E Hunter.

— Sim?

— Chega de roubos, cara. Esqueça aqueles seus amigos bandidos. Eles nunca foram seus amigos, te largaram lá e foram embora, lembra? Nunca vieram te ver ou deram satisfação. Seu amigo de verdade é Deus e sua mãe. - ele fala bem sério.

— Eu sei... Eu odeio aqueles filhos da puta... Um dia eles me pagarão caro.

Fico lembrando o dia do roubo.

Steven mandou eu entrar primeiro, já que eu era bom de conta e ficou do lado de fora com os outros.

Enquanto eu contava os maços de dinheiro rapidamente, a polícia chegou, pois estavam na espreita e Steven fugiu com os outros.

Ele teve tempo de me salvar mas não quis.

Tenho uma leve impressão que ele quis me foder de propósito.

So não sei o motivo, pois eu sempre fui leal a ele.

Lembro me de ter resistido a prisão e ter levado uma surra enorme dos policiais.

Minha mãe foi na delegacia me ver, aos prantos e aquilo acabou comigo.

Quando fui para a cadeia, no outro dia, a noite, lembrei de Atena... Era para termos nos encontrando na boate mas eu fui preso.

Fiquei muito triste mas algo me dizia que um dia eu iria encontrá-la.

***

ATENA

Após aquele homem ir embora, meu coração ficou apertado.

Tentei de todas as formas prever o que aconteceria e o porquê dele não vir me ver no outro dia, mas não consegui.

Em seguida, vejo meu irmão Ragnar trocando socos com meu primo Thor.

Eles estavam brigando por causa de Emiliana, nossa prima adotada.

Ragnar está namorando com ela mas não imagina que Thor tem um caso amoroso com ela, a qual escondem de todos...

Por várias vezes eu tentei alertá-lo que Emiliana não era mulher para ele, que seu destino era outra pessoa mas ele nunca quis me ouvir.

Sempre foi cego de amores por nossa prima...

Prevejo que ele se decepcionará muito com ela mas não vou mais falar nada...

Ele tem que aprender com a própria dor .

***

Depois que terminei o ensino médio, aos 16 anos, fiz inscrição para a faculdade de Harvard, meu sonho.

Algo me dizia que eu entraria lá e seria advogada e eu consegui...

E uns meses depois chegou uma carta de boas vindas da instituição.

Foi uma felicidade total.

Meu pai não se contia, cheio de orgulho e fez uma enorme festa para mim, em comemoração.

Como eu teria que morar em outro estado, tive que me virar sozinha e aprender a cozinhar e lavar louça.

Apesar de ser milionária, eu queria poder andar com minhas próprias pernas e deixar de ser dependente de meus pais.

Meu pai alugou um apartamento para mim próximo a faculdade e sempre vinha me ver com nossa família.

As vezes, mamãe ficava uns dias ou até semanas comigo, para me ajudar ou minhas tias vinham, bem como minha vovó Meredith.

Sempre fui cercada de amor e carinho pela minha família e eu sou grata por isso.

Passados 5 anos, me formei em Direito e passei na OAB americana.

Estou há 2 anos advogando em causas civis, em sua maioria de família, no escritório dos meus tios.

Ao chegar no escritório hoje cedo, tio Elijah me pede para eu pegar umas cópias de um processo importante na corte e eu aproveito para ver alguns colegas que trabalham lá.

Ao entrar lá, vejo meu tio de consideração Austin Craig, um juiz fodástico e melhor amigo de meu pai.

— Atena, querida.. - tio Austin fala comigo.

— Oi, tio!

— Só queria dizer que adorei sua audiência ontem, você foi perfeita em suas colocações! Tenho muito orgulho de você, querida!

— Obrigado, tio.

Ficamos conversando um pouco e depois pego as cópias do processo.

Falo com alguns colegas e passado algum tempo, vou saindo, para ir até meu carro.

Começo a sentir um calafrio em meu corpo, como se algo importante fosse acontecer....

Até que eu escuto alguém me chamando por trás.

Ao ouvir aquela voz, eu paraliso.

— Atena?

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