Esclarecendo os fatos
HANNA
Desperto abrindo os olhos e a principio não sei onde estou, então aos poucos como um quebra cabeça meu cérebro começa a juntar as peças dos acontecimentos de ontem e me recordo de tudo, estou na minha antiga casa, estou sob os cuidados de Alexandre.
Ao pensar nele sinto meu peito apertar de apreensão, eu sempre o amei muito, ansiava por nossos encontros na escola, ele sempre me protegeu, sempre foi presente em minha vida e deixou claro que ficaríamos juntos, por isso quando soube que ele veio me buscar mesmo apreensiva eu o seguir, acreditando que depois da tempestade que esse ato causaria, a paz reinaria em seguida, mas a primeira coisas que Alexandre fez foi me bater!
Falou coisas horríveis sobre minha família que eu tanto amo, que me acolheu e em seguida me bateu, eu não sei como tudo vai acabar, estou muito entristecida, mas tentarei mostrar a Alexandre que esse não é o caminho certo a se seguir.
Desço do leito e mesmo com todos os acontecimentos me sinto acolhida por estar nos aposentos das minhas mães, olho alguns moveis e encontro algumas vestes esquecidas por minhas mães, decido por banhar-me, já limpa e vestida de forma adequada caminho para saída e assim que abro a porta dos aposentos, paraliso sentindo mais que medo, pavor puro!
É como se todo meu sangue me abandonasse o corpo, minhas pernas bambeiam, meus olhos se arregalam ao contemplar duas bestas gigantes deitadas na porta do aposento, ao me verem os dois animais que podem ser comparados com duas aberrações ficam de pé, sua atura se ficarem sobre duas patas com certeza passa a minha sem dificuldades, suas bocas tem um excesso de pele que lhes dão uma aparência enrugada e mal humorada ao mesmo tempo que deixa visível parte das suas pressas que certamente são enormes, mas o que me deixa inteira me tremendo são os olhos avermelhados e horripilantes que me olham fixamente!
_ AAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Dou um berro e volto a entrar nos aposentos batendo a porta, eu estava a segundos de ser devorada, meu Deus estou apavorada e sentindo muito medo, me jogo no leito cobrindo o rosto e começo a chorar.
_ meu raio de sol, o que ocorreu? porque motivos choras?
Ouço a voz de Alexandre, ergo a cabeça para vê-lo!
_ dois monstros pavorosos, eu não sei o que eles são, lá fora, vão me devorar, fecha a porta!
_ A porta está fechada, ninguém vai te devorar, teria que me devorar primeiro!
Estico o pescoço para confirmar a veracidade dessa informação e vejo realmente a porta trancada.
_ ouvi seus gritos e soube que já tinha despertado, precisamos trocar um dedo de prosa, mas primeiro você precisa se recompor, olha seu estado!
Enxugo as lágrimas e me sento no leito querendo ouvir o que Alexandre tem a dizer, afinal tem tudo haver com meu futuro.
_ mas antes quero saber como está seu rosto meu raio de sol, eu nunca quis bater em você, só estava te disciplinando!
Ele fala e sua mão vem no alto, sem me controlar acabo me tremendo achando que ele vai me surrar novamente, mas ele apenas toca na parte do meu rosto machucado.
_ sua pele é tão suave...
Alexandre sussurra como se estivesse hipnotizado ao tocar minha pele e por cima da dor, por baixo dos seus dedos sinto tudo formigar, então ele se afasta.
_ vim deixar as coisas esclarecidas!
Ele diz e eu tento me recompor do seu toque que mesmo singelo é assustadoramente potente.
_ Mas antes devido ao seu pavor, quero apresentar Besta e Fera!
_ Besta e Fera?
Pergunto tentando entender.
_ os dois anjinhos que você avistou fora do aposentos!
Ele não pode está falando das duas bestas que estão do lado de fora desse aposento.
_ não, deve ter um equivoco, tem duas bestas do lado de fora!
_ Hanna, são dois cachorros!
_ aquilo são dois cachorros?
Pergunto pois nunca vi um cachorro com aquela altura e porte.
_ sim, sei que eles cresceram um pouco além do esperado, mas eles estão aqui para protege-la, eles não te faram mal!
Ele diz e tudo isso parece algo irreal.
_ eu não quero eles perto de mim!
_ Infelizmente isso é inegociável, para sua segurança e proteção, para impedir que fuja e principalmente para o caso de alguém vim tentar te resgatar!
_ vou ficar aqui trancada para sempre?
Questiono já prestes a entrar em desespero!
_ não meu raio de sol, só por poucos dias, até nosso casório acontecer!
_ vamos casar em poucos dias?
_ sim, meu raio de sol, eu vou cuidar de tudo, não se apoquente com nada!
Ele fala e então me olha por inteira.
_ vejo que já está fazendo uso das vestes que ficaram por cá e que pertenciam aquelas duas perdidas lá, que por algum infortúnio da vida são minhas irmã! Logo você terá um guarda-roupa novo e completo feito especialmente para você, sem nenhum tipo de decote ou indecência, nada vai te faltar, te cobrirei de ouro dos pés a cabeça como mereces, você é perfeita para mim, minha Hanna!
Alexandre faz uma careta e seu rosto é fechado, sombrio, as sobrancelhas grossas e sempre juntas quase se tocando, rosto fechado, macabro, os cabelo longos o deixa ainda mais sombrio, é como se ele só sentisse raiva o tempo todo, o todo o tempo do dia sentisse ódio e ele continua:
_ trouxe uma moça para cuidar de você, mas não quero que fique de proza nem de amizade com ela, mulher minha não tem amizades, apenas se eu autorizar e eu não autorizo, mulher que conversa demais acabada enchendo a cabeça de caramiolas e dando um mal passo na vida, mulher tem apenas que se atarefar de coisas uteis, casa e marido! Essa moça que trouxe apenas ficará aqui para fazer comida e cuidar da casa até o casório, depois você cuidará de tudo referente a casa, a mim e as minhas coisas, quero uma esposa terna, carinhosa, que saiba se colocar no seu lugar de submissão ao marido, quem manda na mulher é o marido! Vamos nos casar meu raio de sol e seremos eu você e o mundo ao nossos pés!
Alexandre fala tantas coisas, tudo diferente de como fui criada, de tudo que aprendi com minha mãe Aurora, ela sempre falou que somos livres para fazermos o que bem quisermos e sonhamos, minha mãe Bella fala que o amor é uma doação dos dois lados, um cuidando do outro e eu vejo isso acontecer na minha casa, meu pai Bento faz tudo para minhas mãe sorriem, tudo diferente do que Alexandre está a me dizer de como será nossa vida de casados.
_ mas na minha casa...
_ cala boca Hanna, mulher minha tem que saber a hora de falar e essa não é sua hora! Precisarei me ausentar, o trabalho me chama, mas pode sair dos aposentos e tomar seu desjejum que já está preparado, colocarei besta e fera do lado de fora da casa, assim não sentirá medo, mas não ouse a sair dessa casa e muito menos colocar o rosto na janela, ninguém sabe que está aqui.
Então ele me olha de um jeito que me fazer estremecer e diz:
_ só tocarei em você da maneira que sonho e desejo a anos após o casório, a quero pura no dia do casamento, não vejo o momento de faze-la minha por inteiro meu raio de sol!
E sem aguardar resposta ou qualquer reação minha, Alexandre se vai me deixando nos aposentos com a mente a ponto de desmaiar.