Resumo
A minha formatura e o casamento do meu pai ocorreram no mesmo dia no pátio da escola. No entanto, por causa da minha nova bolsa Chanel no braço, minha madrasta, vestida de noiva, rasgou toda a minha roupa, me agrediu brutalmente, e jogou ácido sulfúrico em mim. Quando o meu querido pai chegou, eu sabia que já era tarde demais. Eu vim de avião do exterior especialmente para esse casamento. Na véspera do casamento, postei feliz uma foto com meu pai ao pôr do sol. Mas minha madrasta, que era apenas cinco anos mais velha que eu, estava se roendo de ciúmes da nova bolsa Chanel que eu carregava. Ela me achava uma golpista sedutora que cobiçava os bens do seu marido. Na minha formatura, ela apareceu com um grupo de seguranças e me derrubou no chão. As minhas roupas foram rasgadas, e ela estava em cima de mim, com o vestido de noiva branco manchado de sangue. Enquanto batia a minha cabeça contra o chão, ela segurava o celular na minha cara, que estava coberta com uma mistura de sangue e lágrimas e gritava me insultando. — Você sabe por que o casamento é aqui? É para todo mundo ver a verdadeira face dessa vagabunda! Quero ver o que você vai fazer depois que eu quebrar sua cara? O que mais você vai fazer para seduzir meu marido? Tão novinha e já dando em cima de homem casado? Hoje eu vou te ensinar uma lição, sua filha da puta mal criada! Eu lutei para me defender, o que a deixou ainda mais furiosa, chegando ao ponto de jogar ácido em mim. Antes que eu perdesse a consciência, o meu pai chegou com a polícia.
Capítulo 1 Laços de sangue e novos começos
Quando a formatura se aproximava, meu pai me ligou, enquanto eu estava fazendo intercâmbio no exterior, dizendo que iria se casar novamente. Consegui voltar e chegar a tempo para o casamento no dia da cerimônia.
Há dez anos a minha mãe faleceu, e meu pai ficou imerso no luto e na tristeza desde então. Até hoje, ele ainda guarda vários pertences dela em casa. Eu o aconselhei muitas vezes a não se apegar tanto ao passado, e desta vez ele finalmente encontrou alguém para compartilhar o resto de sua vida. Por esse motivo, eu não podia faltar ao casamento.
Para garantir que eu não perdesse a cerimônia de formatura, o meu pai escolheu realizar o casamento na minha universidade.
Mal desci do avião e fui direto ao dormitório trocar de roupa e vestir a beca para a formatura. Como ainda tinha algum tempo, resolvi olhar o celular.
Foi então que reparei que a minha futura madrasta, que eu havia seguido na noite anterior, estava fazendo uma transmissão ao vivo. Na câmera, ela estava vestida com um lindo vestido de noiva branco, com um rosto delicado, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas e o nariz avermelhado.
Franzi o cenho e minha mão, que ia fechar a live, parou no ar.
Apesar de não conhecê-la muito bem, ela era a pessoa que meu pai escolheu para passar o resto da vida e agora se tornaria parte da minha família. No dia que era para ser só de felicidade, ela estava chorando como uma criança.
— Obrigada pelo apoio de todos. Eu realmente não esperava que as estudantes universitárias de hoje em dia fossem tão audaciosas, ao ponto de decidirem até o local do meu casamento ! — disse ela, chorando ainda mais.
Os comentários eram todos semelhantes.
— Espanque a amante e, acabe com essa vagabunda!
Minha primeira reação foi pensar que deveria haver algum mal-entendido. Meu pai sempre foi muito correto e responsável em suas relações, e até mesmo nesse caso, só depois de namorarem formalmente por dois anos ele decidiu se casar com a minha jovem madrasta.
Ao tentar aconselhá-la a se acalmar e procurar a verdade, o meu comentário foi logo afogado pelos outros pedindo que castigassem a amante.
Minha madrasta, Vanessa Carvalho, parecia cada vez mais angustiada, se sentindo injustiçada, soluçando enquanto falava.
— Hoje é meu casamento, mas ela postou fotos dos dois, dizendo que ela é a única mulher no coração dele. Ela também disse que o casamento que eu sempre sonhei só foi possível porque ela o rejeitou e que a decisão de fazer ou não o casamento dependia totalmente dela! — Ela tentou continuar, mas já estava chorando tanto que mal conseguia falar.
— Ela até disse... até disse... — Vanessa mal conseguia respirar de tanto chorar. — Disse que o adiamento do meu casamento foi só uma lição dela para mim. Eu fiquei tão furiosa que quando eu disse algo para ela, ela ameaçou cancelar todo o casamento, me transformando em chacota para todo mundo.
Assim que terminou, ela cobriu o rosto e chorou ainda mais, enquanto o chat explodia com tantos comentários.
Alguns insultavam estudantes universitárias por serem promíscuas, outros exigiam que a tal amante fosse severamente punida, e havia ainda quem tentasse consolar Vanessa dizendo para ela não ficar triste.
Vanessa ficou em silêncio, apenas com os ombros tremendo de tanto chorar. Os espectadores começaram a se proclamar como defensores da justiça, demonstrando sua disponibilidade para ajudá-la a punir a tal amante.
Em resposta aos pedidos insistentes nos comentários, Vanessa finalmente mencionou o nome da minha universidade. De imediato, apareceu um comentário:
— Meu irmão estuda nessa mesma universidade, ele diz que é uma bagunça total, especialmente com os alunos que fazem intercâmbio e vivem às custas da família. Quem tem dinheiro leva uma vida totalmente promíscua!
Alguns dos meus colegas da universidade também começaram a aparecer no chat, todos querendo ver a foto da amante.
Percebendo que a situação estava saindo de controle, saí rapidamente do vídeo e mandei uma mensagem privada para ela. Apesar de não a conhecer muito bem, o meu pai falou muito sobre ela nesses últimos dois anos, descrevendo-a como uma mulher gentil, tranquila e independente. Mas ao ver ela na transmissão ao vivo, fiquei confusa, sem saber qual é a sua verdadeira personalidade.
Ela não respondeu a minha mensagem, então liguei apressada para o meu pai.
— Pai, você e a Vanessa tiveram algum desentendimento? Você não tem nenhuma amante, certo? Explica para ela, rápido! — Eu falava tão rápido que ele mal teve tempo de reagir ou entender o que eu estava falando.
— Larinha, do que você está falando? Claro que não tenho amante! O que está acontecendo? — Ele respondeu.
Não tive tempo de explicar direito.
— Pai, apenas liga o mais rápido possível para Vanessa! Se não, há chances desse casamento sequer acontecer! Ela está dizendo que você tem uma amante e que o casamento vai ser cancelado por causa disso!
Antes que eu pudesse terminar de falar, a porta do meu dormitório foi abruptamente aberta com um chute. Eu me levantei instintivamente, olhando para um grupo de pessoas que entrou com uma atitude ameaçadora. Desliguei o telefone sem pensar.
A mulher que eu acabara de ver na tela do celular, Vanessa, estava agora diante de mim, acompanhada por vários seguranças que enchiam o meu pequeno dormitório.
— Quem são vocês? Como entraram num dormitório feminino assim sem permissão? — perguntei, confusa.
— Sua vagabunda, que seduz o marido dos outros, vou te ensinar como se comportar! — Vanessa avançou com passos rápidos.
Senti um tapa forte de cada lado do rosto. Meus olhos voaram e a minha mente ficou em branco, senti um zumbido tão alto que meus olhos mal conseguiam focar no que estava a minha frente. Quando voltei a mim, antes que eu pudesse reagir, percebi que estava sendo erguida do chão, com os braços presos por mãos ásperas e secas, senti uma dor intensa.
Estavam me arrastando para fora do dormitório.
O meu rosto inchado e minha expressão de pânico foram transmitidos ao vivo por Vanessa.
— Olhem, todos! Essa é a estudante universitária que seduziu o meu marido! Com esse rostinho de raposa e esse cabelo pintado, basta olhar para ela para ver que não presta! Que tipo de família cria esse tipo de lixo?