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Capitulo 6 - Invasão amedrontadora

Durante a madrugada, todos dormiam exceto Bard e Amaya. Ambos ainda estavam no local da festa, o jovem de cabelos platinados se aproximava da deusa dos desejos e dizia:

—Estou preocupado com Ignês…. Não vejo ela há um tempo.

—Não se preocupe, Sethos está com ela. - Respondia Amaya em tom sereno.

— Como assim: “Sethos está com ela?” - espantava-se Bard tendo uma ponta de ciúmes. - Ignês está em seu quarto!

— Ho, ho! Estava. - corrigia Amaya em tom divertido, notando o tom de ciúmes no deus trovão. - Sethos a levou para dar uma volta. Faz ideia de como Ignês deve estar com tudo o que está acontecendo?

—Ela está confusa…. - respondia Bard estando pensativo. - Ainda mais agora que será rainha.

De repente, um enorme rugido como de um dinossauro ecoava por toda Pálvia, em seguida uma enorme sombra cobria a luz da lua cheia. Tudo aquilo fazia todos acordarem assustados, Amaya e Bard ficavam em alerta, a deusa dos desejos dava um passo a frente levando seus olhos para o céu estando preocupada e dizendo:

—Os cálculos de Sethos estavam certos! O caso do rei Salvatore apenas foi a ponta do iceberg.

—Do que está falando? E o que é aquilo? - indagava Bard se pondo ao lado da deusa. - Parece um enorme dragão.

- Aquele é Bephus, o dragão abismal. - explicava Amaya rapidamente. - Ele é uma das fúrias de caos. Se Bephus está aqui, Rise também está... Rápido! Não temos muito tempo! Vamos evacuar todos para o castelo!

—Então melhor agirmos de pressa, vamos! - Concordava Bard, mesmo estando confuso diante da breve explicação de Amaya.

A deusa dos desejos rapidamente se punha a voar, apanhando Bard consigo e fazia um sinal para os felinos. Estes ficavam em guarda no castelo exceto Radjhar que seguiu a dupla. Ao chegarem lá, viam os habitantes correndo e gritando em desespero. Ao longe diversas mariposas surgiam em enormes enxames, devastando muitas lavouras e tudo mais que viam pela frente, inclusive barracas dos comerciantes e casas. Algumas pessoas tentavam espantar as mariposas com vassouras e fogo, no entanto os insetos ignoravam e atacavam até mesmo as pessoas. A silhueta do enorme dragão era vista sobre a luz do luar mais uma vez, ele soltava uma imensa rajada de energia em posição vertical contra a cidade. Aquilo causava uma grande explosão e levantava uma enorme poeira, em meio a esta se via uma grande cúpula multicolorida que defendia os habitantes e a cidade. Tratava-se de Amaya que havia usado sua defesa, ela havia deixado Bard no chão, em seguida bradava em alto e bom som para que todos escutassem e apontava para Radjhar:

—Escutem! Sigam Radjhar para o palácio!

Enquanto isso, na ilha em que Ignês e Sethos estavam, a ruiva dormia relaxada como nunca havia adormecido. A única vez em que ela se lembrava em estar daquela forma, foi quando era um bebê. A cabeça da menor estava apoiada no ombro do príncipe, havendo tombado a cabeça para o lado sem perceber. Sethos despertava repentinamente com um sentimento de preocupação, sua respiração acabava se acelerando e seus olhos dourado eram lançados para o céu. Em seguida, voltou a atenção para Ignês, calmamente tocando no ombro da ruiva e dizia:

—Ignês, acorde….

—Ahmmm….? - Resmungava a ruiva abrindo os olhos aos poucos.

—Temos que voltar para Pálvia. - Dizia Sethos procurando manter a calma.

Ao notar que estava com a cabeça apoiada no ombro do príncipe, Ignês se punha em posição reta rapidamente e tentava disfarçar o rosado no rosto.

— Ah, é verdade! - Concordava ela se levantando e em seguida começando a colocar suas roupas.

— Eu estou com um mal pressentimento. - Explicava Sethos, enquanto também se levantava e apanhava suas vestes.

— O que quer dizer? - Quis saber Ignês terminando de se vestir.

—Não sei exatamente, mas é melhor irmos o mais rápido possível. - Respondia ele.

—Vamos agora! - Exclamava a ruiva indo em direção ao leão alado.

—Vamos, Maahes! - Dizia Sethos aproximando-se do felino maior.

Este aguardava que os dois subissem em suas costas, Sethos apanhava Ignês pela cintura para saltar sobre as costas do leão alado e em seguida sentarem-se. Maahes se punha em pé e esticava suas asas levantando voo em alta velocidade, em segundos estavam sobrevoando o céu de Pálvia. A onda de vento acabava fazendo com que algumas mariposas recuassem. Amaya olhava logo acima e via a silhueta de Maahes, alegrando-se:

—Sethos!

—O que é isso? - Indagava Ignês olhando as mariposas e vendo mais a frente o enorme dragão.

—Ora, ora! A majestade chegou com a cavalaria! - Ironizava uma voz feminina.

As mariposas se reunião logo a frente de Maahes, formando o corpo de uma bela jovem, trajando uma armadura leve e tendo duas bainhas com duas katanas em sua perna esquerda. A mão destra rodava uma katana ornamentada e continuava a falar:

—Nem precisei te procurar para lhe dar as boas vindas pessoalmente, Eclipse!

Um flash multicolorido passava pela suposta jovem, a fim de afastá-la de Ignês e Sethos, então bradava:

— Rise! Fique longe deles!

—Que patético…. Trovão e escarlate não despertaram nem se quer a metade de seus poderes…. - satirizava ela. - Irão sucumbir aqui mesmo!

—Sei que são as fúrias de caos, mas não permitirei que façam mal a eles e nem a esta cidade! - Bradava Sethos em tom determinado, tendo uma aura púrpura ao seu redor.

— Que prepotente…. - satirizava Rose, concentrando diversas mariposas pelo local. - Criança, você nem se quer imagina com quem está lidando.

—Maahes! - Bradava Sethos, apanhando Ignês pela cintura, saltando do grande felino.

Este batia suas asas e começava a dar diversas voltas pela cidade causando um grande tufão que destruía as mariposas devido a sua pressão e também através de cortes advindo do vento. Sethos deixava Ignês no chão e saltava se aliando com a lua, orelhas negras de gato e cauda do mesmo tom surgiam, sua destra se erguia para o céu, suas unhas cresciam formando-se garras que começavam a brilhar. Tudo o que Ignês, Bard e Amaya podiam ver era um flash roxo indo em direção a Rise. Esta apenas dava um sorriso sarcástico no canto esquerdo dos lábios, rebatendo o golpe do mais novo em um corte vertical com sua katana. Em seguida avançava contra o príncipe em um corte frontal, ele se defendia sacando a adaga negra. Sendo empurrado para o chão, Sethos forçava os pés no solo para não ser arrastado. Rise espantava-se ao ver a arma, a reconhecendo.

—Essa adaga….! - Impressionava-se ela.

—Sim, eu ainda a carrego! - respondia Sethos e logo após impulsionava a canhota para frente lançando uma poderosa onda celeste. - Deveria saber muito bem que esta noite me é muito propicia, devido a lua cheia.

Rise ria sarcasticamente com as últimas palavras do príncipe. Enquanto movia rapidamente a katana em posição horizontal para se defender do golpe usando a parte não cortante da arma. Em seguida a movia para frente, agora utilizando a parte cortante, para supostamente cortar o ataque de Sethos e lançar uma nuvem de mariposa contra o mesmo.

—E você, criança, já deveria saber que está lidando com as duas fúrias de caos! - Revidava ela.

Sem ao menos esperar Sethos se defender, Rise assobiava. Como se já soubesse o que aquele assobia significava Amaya se teletransportava para frente do príncipe, primeiro tratou de se livrar das mariposas criando uma espécie de buraco negro a sua frente, sugando-as para dentro deste. Ele se fechava e se explodia em polens multicoloridos que caiam sobre a cabeça de Ignês, Bard, Sethos e até mesmo sobre si.

—Cuidado! Bephus ainda está aqui! - Alertava a deusa.

Ela mal terminava de falar e a imagem de um enorme dragão roxo vinha em uma velocidade assustadora, neste momento uma cúpula dourada surgia sobre o grupo protegendo-os do ataque súbito. O dragão pousava pesadamente ao lado de Rise, rugindo ferozmente, esta subia em suas costas bradando:

— Essa mera defesa não será pariu para nós! Vá, Bephus! Ataque-os sem piedade!

— Me de cobertura, Amaya! Vou enfrentá-los! - Bradava Sethos de modo determinado e tendo uma grande aura mista de roxo e vermelho em sua volta.

— Sethos, não! - bronqueava a deusa. - Você é o eclipse, mas não pode lutar contra duas das fúrias de caos sozinho!

— Não me importa de quem seja a fúria! - revidava Sethos se pondo a frente de Amaya. - Esses dois mataram inocentes por puro sadismo, não vou ficar de braços cruzados! O eclipse também tem sua fúria!

Rise apenas ria das palavras de Sethos, enquanto o dragão se lançava em alta velocidade contra o grupo. Sem esperar por uma resposta de sua guardiã, o príncipe se lançava contra a besta. Cada vez que se aproximava, sua aura criava uma cúpula daquela energia mista que se tornava cada vez mais intensa. Estando a milímetros de distância, concentrou uma aura vermelha em sua mão livre, a fechando em um punho para desferir um soco contra a cabeça do dragão abismal. O impacto era tão grande, que causou uma enorme ventania e abriu-se um grande buraco pela área. A gueixa- mariposa, como também era conhecida, gargalhava alto e debochava:

— Idiota! Vai acabar quebrando o próprio pulso colocando sua força em choque com a de Bephus... Mas o que?

Ela se impressionava ao perceber que a investida do dragão era bloqueada e ele era afastado por um chute no queixo desferido pelo próprio eclipse. Com isso ele saltava ganhando altitude suficiente para rodopiar por cima de Bephus, mirando a adaga na direção de Rise, se lançava em alta velocidade contra a mesma. Porém, esta se teletransportava deixando várias mariposas em seu lugar, elas eram retalhadas pela adaga, enquanto Sethos sorria confiante, era exatamente isto que o príncipe estava planejando: encravar a adaga nas costas de Bephus. E foi o que ele conseguiu. O dragão urrava de dor e de raiva, o eclipse já imaginava que a besta lhe atacaria com a cauda, já que havia acertado uma parte das costas, na qual, não era possível dele se virar para uma mordida. Foi então que ele começou a correr, deixando a adaga encravada para rasgar a pele e escamas do inimigo, chegando próximo a cauda ele soltava e se lançava contra esta, em um incrível movimento com a adaga ele cortou a metade desta. Sethos rodopiou e parou a alguns metros da fera que ficava urrando e soltando um gás negro.

— Cuidado com esse gás! Afaste-se! - Alertava Amaya.

Assustada com aquele gás estranho, Ignês movia o braço na direção do próprio rosto, foi então que uma aura roseada tomou seu corpo e um tufão era invocado dissipando todo aquele gás. Bard ao ver aquela habilidade vinda da ruiva, a fitava impressionado e indagava:

— O que foi isso?

— E...Eu não sei… - Ela respondia, levando as mãos para frente do próprio rosto e as fitando.

— Isso foi o poder de Sitski – Bradava Sethos de longe.

— O pirralho! Sai dai agora, antes que eu te pegue por essas orelhas felinas! - Bronqueava Amaya, estando claramente furiosa.

— Agora que o show vai começar? Não mesmo! - Revidava Sethos em tom confiante.

A parte que o príncipe havia cortado da cauda de Bephus começava a se regenerar. Sethos sentia que mais alguém se aproximava e escutava uma voz doce gritando:

— Lyssandra! Lyssandra! Cadê você?!

— Mas que droga! - Resmungava ele.

—Tem mais alguém aqui! - Preocupava-se Ignês, saindo correndo.

— Ignês! Onde você vai? Aquela louca pode te atacar! - Bronqueava Bard, correndo logo atrás da ruiva.

— Francamente… Essas crianças não têm noção do perigo… - Resmungava Amaya.

— O que foi? Nem parece a mesma Amaya. - Dizia Sethos, surgindo ao lado da guardiã.

— Isso não é brincadeira, Sethos! - Bronqueava ela, dando um pequeno soco na cabeça do mais novo.

— Ai ai! Eu sei… - Resmungava ele, acabando rindo de leve.

Rise surgia logo a frente da pequena, que estava a chamar por sua amiga. A menor se assustava, caindo no chão, enquanto a divindade aproximava-se dela de forma ameaçadora, sacando a katana da perna direita e dizendo:

— Ora, ora! O que temos aqui…? Um fragmento das memórias da mestra, ou melhor, de seu corpo mortal. Mas, você até que pode me ser útil.

— Fica longe dela! - Bradava Ignês, lançando um corte horizontal.

Este causava uma onda flamejante que era lançada contra Rise, que se teletransportava e Sethos surgia a frente da garota, criando uma parede de tom púrpura, bloqueando o ataque flamejante que ia na direção dela.

— Você está bem? - Indagava ele, se virando para a garota e ajudando-a a se levantar. — E-estou... Obrigada. - Agradecia a menor, estando amedrontada.

Bephus estava voando ao alto, tendo Rise em suas costas que bradava:

— Vamos, Bephus! Nosso objetivo aqui foi cumprido! Não devemos perder tempo brincando com crianças!

Dito isto, ambos entravam em um portal negro que surgia logo a frente dos dois. Ignês e Bard se aproximavam de Sethos e da garota de cabelos verdes.

— O que faz aqui? É perigoso! - Alertava Ignês.

— M-me desculpem... - desculpava-se a garota. - Eu estava procurando minha amiga…

—Sua amiga? - Indagava Ignês preocupada, pensando que talvez ela estivesse morta.

— Sim, ela sumiu a um tempo e pensei que ela pudesse estar aqui... - Respondia a menor.

— Desculpe, pequena. Mas, este não é o melhor lugar para você procurar sua amiga. - dizia Amaya surgindo ao lado da menor, materializando uma flor branca para ela. - Tome, aposto que gosta de flores.

— S-sim... Eu gosto! Obrigada! - agradecia a menor estando impressionada. - O que você é? Um anjo? Parece tão suave…

—Ho,ho! Que adorável! - ria Amaya, afagando as madeixas do topo da cabeça da menor. - Você quem parece um anjinho com essa energia tão pura!

— O-obrigada... - agradecia ela, um tanto sem jeito. - Vocês são bruxos?

Sethos e Amaya riam de leve com o comentário inocente, então a divindade explicava:

— Nada disso, meu bem. Já que você tem consciência do mundo espiritual, serei direta: somos deuses.

— D-deuses?!- espantava-se a menor. - Uau! Incrível! E-então vocês sabem onde está Lyssandra?

— Infelizmente não sabemos. - respondia Sethos voltando a sua forma humana e acalmando sua energia. - Mas, não é prudente andar por ai sozinha.

—Olha quem está falando de prudência, não é Sethos Fukayana! - Bronqueava Amaya.

— Não fique brava, Amaya. - respondia o príncipe rindo de leve. - Aproposito, me chamo Sethos e você?

— Rybyth... Rybyth Fastlee... Prazer em conhecê-los! - Apresentava-se a menor.

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