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Capítulo 13 Envie-a para a cremação

A ala da UTI.

Stefan, vestido com uma roupa de proteção, estava observando Hollie.

Hollie ainda não havia acordado. Ele a observou por um longo tempo, sentado ao lado da cama.

Uma enfermeira entrou para checar Hollie e ver todos os seus dados. Ao ler a mudança de dados, Stefan ficou preocupado.

Ao anoitecer, seu assistente lhe trouxe alguns arquivos para tratar.

Stefan ficou acordado a noite toda no trabalho. Quando seu assistente veio buscar os arquivos na manhã seguinte, ele fez uma pausa e pensou em Martha.

Ela deve ter sido mandada de volta para a enfermaria para se recuperar após a doação de medula óssea, não é?

Pensando nisso, Stefan mandou seu assistente verificar como ela estava em sua ala.

- Desculpe, Sr. Harrison, mas a Sra. Doyle não estava em sua ala.

O assistente disse solenemente:

- A enfermeira de plantão ontem à noite me disse que ela não estava na ala ontem à noite.

- Como ela poderia não estar em sua ala?

As sobrancelhas de Stefan estavam profundamente franzidas.

- Ela está brava? Ela acabou de fazer uma operação. Ela deve descansar agora!

Com um olhar severo, ele reprimiu a irritação em seu coração, levantou-se e saiu da enfermaria.

Ele achava que Martha havia passado a noite fora logo após a operação.

No entanto, assim que ele saiu da ala da UTI, uma enfermeira que estava na ronda da ala trotou em sua direção com um sorriso alegre.

- Sr. Harrison, o paciente está acordado.

Stefan parou em seu caminho, passando a mão em seu assistente.

- Vá procurá-la novamente.

- Sim, Sr. Harrison.

Depois que o assistente foi embora, Stefan vestiu a roupa de proteção e voltou para a UTI.

Hollie, ainda usando uma máscara de oxigênio, estava pálida. Ela pareceu encantada quando seu olhar caiu sobre Stefan.

Ela levantou a mão debilmente. No entanto, ela caiu de volta na cama.

- Ainda estou viva?

Seu tom mostrou como ela estava vulnerável e evocou pena.

- Você está acordada. Agora você vai ficar bem.

Stefan deu um suspiro de alívio, caminhou até a cama e segurou a mão dela.

Lágrimas brotaram em seus olhos e ela parecia emocionada.

- Pensei que nunca mais veria você - disse Hollie com entusiasmo.

- Estou sempre com você. Nada vai acontecer com você. Não se preocupe.

Stefan acariciou seu cabelo, observando-a com carinho.

Havia uma ponta de preocupação em seus olhos.

Ele não podia deixar de se perguntar como Martha estava se saindo agora.

Hollie percebeu sua preocupação com sensibilidade. Segurando a mão dele, ela forçou um sorriso para distraí-lo.

- Stefan, felizmente, você está sempre ao meu lado.

- O médico disse que o transplante foi um sucesso. Descanse bem. Então você se recuperará logo.

Depois de lhe dar alguns lembretes enquanto estava sentado na beira da cama, Stefan deixou a UTI.

Em seguida, ele se dirigiu à ala de Martha.

Ele se perguntou por que seu assistente ainda não havia se apresentado a ele.

Enquanto ponderava, decidiu dar uma lição em Martha depois de encontrá-la. Quando estava quase chegando à ala dela, porém, encontrou Rupert no corredor.

Seus olhares se cruzaram.

Rupert estava vestido com uma bata branca de médico que estava levemente amarrotada. Ele parecia abatido.

Stefan franziu a testa e sentiu uma onda de raiva ao pensar que Martha estava tendo um caso com Rupert.

Ele desviou o olhar com frieza e foi em direção a Rupert.

Stefan tinha acabado de passar por Rupert quando este o deteve.

- Ela está esperando por você.

Stefan fez uma pausa, estreitando o olhar para Rupert enquanto inclinava a cabeça.

Ele confirmou que Rupert a havia levado embora. Eles de fato compartilham a riqueza e a desgraça, não é?

Stefan riu de si mesmo por ter se preocupado com Martha naquele momento.

Ela nunca deixa de ser cuidada por homens, certo?

Ele soltou uma gargalhada. Ignorando Rupert, ele se adiantou.

Observando sua resposta impassível, Rupert ficou furioso.

Um idiota como Stefan não merecia Martha de jeito nenhum.

Se ele não estivesse em um jaleco branco, teria espancado Stefan violentamente.

Cerrando os punhos, ele se esforçou para reprimir a raiva e acrescentou: - Se a família dela não aparecer, de acordo com as regras do hospital, os mortos podem ser enviados diretamente para a cremação.

'Os mortos? A cremação?

Stefan parou imediatamente em seu caminho.

Ele ficou intrigado com as palavras e se perguntou se algo havia acontecido com Martha.

Seus olhos de águia pousaram em Rupert.

- O que você quer dizer com isso?

Rupert olhou para Stefan com frieza. Stefan, que tinha feito tudo o que podia para machucar Martha, perguntou a ele com um ar de inocência. Pressionando seus lábios finos juntos, ele não respondeu a Stefan.

Ao ver que ele estava em silêncio, Stefan se irritou e se perguntou o que Rupert queria dizer.

Alguns momentos depois, Stefan o seguiu até o necrotério do hospital.

Depois de abrir a porta, Rupert se dirigiu a uma cama coberta com um pano branco, com os olhos cheios de tristeza.

Stefan apertou os lábios e olhou para ele com incredulidade.

Depois de prender a respiração, Rupert levantou o pano branco.

Martha estava deitada na cama, com o rosto sem sangue. Ela nem sequer respirava.

Stefan cerrou os punhos com força, seus olhos brilhavam.

Afinal, Martha estava aqui.

Ele se recusava a acreditar nisso.

Quase parou de respirar. Olhando para ela, ele se dirigiu para a cama.

Ele se enrijeceu quando chegou mais perto e confirmou que era Martha na cama.

Era Martha, de verdade.

No dia anterior, porém, ela estava muito bem. Ela conversou com ele e ficou furiosa com ele. Stefan não conseguia acreditar que ela estava morta.

Juntando os lábios, ele levantou a mão para acariciar a bochecha dela, para verificar se ela estava mentindo para ele.

Entretanto, ele sentiu apenas a frieza das pontas dos dedos, que não era a temperatura de um homem vivo.

Suas pupilas se dilataram repentinamente. Ele só sentia o frio que percorria seu corpo.

Ele quase estremeceu com o frio. Provavelmente o necrotério estava muito frio, ou provavelmente seu coração havia congelado.

- Como isso é possível? Ela se foi?

Durante os cinco anos de casamento, ele a detestava, mas nunca esperou tocar em seu corpo frio e morto. Sentimentos mistos surgiram no coração de Stefan, mas ele não conseguiu encontrar uma saída para eles.

Ele deu dois passos para trás e olhou para Rupert com incredulidade.

- Como isso pode ser possível? Foi uma pequena operação. Como ela pode estar assim?

Rupert podia ver a incredulidade e a confusão nos olhos de Stefan. A raiva que ele havia reprimido durante todo o dia aumentou dentro dele.

Ele não conseguia entender como Stefan podia permanecer tão calmo em um momento como aquele.

Arrastando a gravata de Stefan com força, ele disse:

- Como você ousa perguntar por quê? A culpa é toda sua. Você a pressionou até a morte!

No final, ele rosnou com raiva.

Seus olhos ficaram vermelhos e ele parecia um leão furioso.

- Me solte. Deixe isso claro.

Stefan deu um passo para trás, afastando a mão de Rupert com uma careta.

Ele se virou e olhou para Martha, com os olhos escuros.

Ele só queria que ela doasse sua medula óssea para Hollie, mas nunca esperou que Martha fosse tão frágil.

Ele havia pensado nisso como uma pequena operação.

Rupert viu a confusão em seus olhos novamente. Movido pela raiva, ele se aproximou e lhe deu um soco no rosto.

- Você não sabe que Martha tem câncer no sangue? Você pediu a ela que doasse sua medula óssea. Você a matou.

Stefan se virou de repente e olhou para Rupert.

- Câncer no sangue? Do que você está falando?

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