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Acordo Entre Os Reinos - Eu Quero O Seu Amor

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Tainara Duarte
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Resumo

Penélope, como a maioria das moças de sua idade sempre sonhou em amar e ser amada, entretanto ela vê os seus sonhos se esvair quando fica noiva do Príncipe Arthuro sem ele nem estar presente, ela nunca o viu e só o verá no dia do casamento. Arthuro desdenha de quem diz amar, vive para o trono que um dia será seu, e por isso aceitou de bom grado desposar a princesa Penélope, pois esse casamento firmaria a aliança entre Kahabe e Marlenout.

amorromance

Capítulo 1

Penélope

O meu coração está despedaçado. Como se não bastasse eu ver a minha mãe lutar pelo amor durante a vida toda, agora eu vejo que meu destino provavelmente será parecido com o dela. Estou triste por dentro, mas eu sou firme e forte, não irei recuar perante um dever.

Hoje eu fui comunicada pelo meu pai de que devo me casar com o bravo príncipe Arthuro, o Herdeiro de Kahabe, o país além do mar. Eu já ouvi menções sobre ele em algumas conversas e aprendi que é um homem inteligente e corajoso, comanda o exército de Kahabe e mantém o reino em ordem e paz, no entanto, isso não é o suficiente para mim... se eu sou egoísta e ingrata? Sim, eu confesso, sou ingrata e egoísta. Eu simplesmente deveria me sentir feliz por ter nascido dentro da realeza e deveria pensar no que é melhor para o país e não apenas nos meus sentimentos, mas ninguém sabe disso, e provavelmente nunca saberão. Eu irei desposar o príncipe Arthuro ou qualquer outro príncipe que o meu rei, o meu pai, ordenar. E o tão sonhado amor? Esse, talvez venha com o tempo, como diz a minha mãe.

- Quando você o ver, irá se apaixonar no mesmo instante, eu garanto! assim como foi comigo e com o seu pai, quando eu o vi meus olhos brilharam, e eu o amo até hoje - minha mae diz, beijando o topo da minha cabeça.

- E quanto ao meu pai? ele ama a senhora?

- Digamos que conquistar o coração de um homem leva tempo, e o dele já está quase ganho - ela ri, afastando-se de mim.

- Ah, sim, entendi...

- Você deve ser corajosa assim como a sua irmã, sua mãe e a sua avó foram antes de você! somos uma geração de mulheres fortes que não se acovardam diante da frieza no olhar de um homem.

Minha mãe está de costas para mim, e eu prefiro assim, não quero que ela veja o medo em meus olhos... O medo de não conseguir.

- Eu sei, mãe, eu serei uma ótima e amável esposa, mesmo se eu não amá-lo.

- Duvido que não irá amá-lo, ele é um homem lindíssimo, eu o vi algumas vezes e, minha filha, você cairá de amores - ri, olhando para mim.

- A beleza não importa, mãe, o que importa é...

- Não seja tola, eu sei disso, o que importa é a essência, eu sei, blá blá blá.

- Só espero que ele seja um bom homem.

- Devo lhe advertir, filha, ele é um homem normal, eu até diria mais homem que o normal...

- Como assim?

- Minha irmã em uma carta contou-me que tentou casar a minha sobrinha com o príncipe Arthuro, mas ele a rejeitou alegando que ela é desqualificada para tal ação...

- E como isso faz dele mais homem que o normal? Isso só mostra o quanto ele é insensível e...

- Se a minha sobrinha puxou a minha irmã, a pobre moça não deve ter a melhor das aparências, então é compreensível que...

- Mãe, eu entendi, ele é um homem exigente, mais que os outros, isso só me deixa ainda mais apreensiva.

- Você é linda, ele poderá amá-la, com o tempo, e se você fazer as coisas certas... Logo ele estará aqui para o noivado e então você poderá tirar as suas próprias conclusões.

- Está bem... - murmuro desanimada.

- Esconda os sentimentos ruins, exiba sempre um sorriso no rosto, nenhum homem gosta de mulher dramática.

Abro um sorriso para a minha mãe, devo dar orgulho à ela, mesmo que nada disso faça sentido para mim.

(...)

É hoje. O dia ensolarado que se estende por toda Hasgueit não alcança o meu coração, dentro de mim está nublado, também pudera, dentro de minutos acontecerá o evento que decidirá o meu futuro, eu tinha esperanças de que talvez, o meu pai mudasse de idéia, apesar de eu não ter dito nenhuma palavra contra isso. O meu dia foi bastante reflexivo, me preparei fisicamente e psicológicamente para este momento.

(...)

Vesti-me pomposamente encantadora, se é para que o amor aconteça, a primeira impressão pode ser uma excelente aliada, estou no salão do trono junto de minha família ao redor do rei, meu pai, aguardando a chegada de nossos convidados. O meu irmão também irá ficar noivo hoje.

Depois de alguns minutos foram anunciados o rei, a rainha e a princesa de Kahabe... e quanto ao príncipe Arthuro? será que ele está atrasado?

- Aqui está a princesa Penélope e aqui está o príncipe Willian, vejo que a princesa Lívia está presente também, não estou vendo o príncipe Arthuro, creio que ele é uma peça importante dessa reunião - meu pai pronuncia em forma de questionamento.

- Princesa Lívia? - meu irmão parece perturbado ao meu lado, acredito que está animado com a beleza da sua noiva.

- Sim, essa é a bela princesa de Kahabe, sua noiva - meu pai confirma orgulhoso.

Tudo o que se seguiu à seguir foi muito bizarro, a princesa Lívia depois de encarar o meu irmão com um semblante extremamente assustado, ela saiu correndo, como se estivesse frente à frente com um fantasma.

- Perdoem por favor a falta de modos da princesa Lívia, ela não está muito bem hoje, mas lhes asseguro de que ela irá se casar com o príncipe Willian. - O rei Garth, meu futuro sogro diz se levantando da cadeira para ir atrás da filha.

- Permita-me que eu vou atrás dela, aí aproveitamos e nos conhecemos... - William se oferece.

- Creio que vocês já se conhecem o suficiente, deve ser esse motivo de ela ter se assustado. - O rei Garth responde sorrindo, divertindo-se com a situação.

- Querido, vai atrás dela! - A rainha se dirigiu ao esposo.

- Provavelmente ela não deseja se casar comigo, e se for esse o caso...

- Esse não é o caso. - O meu pai interrompeu.

Eu acabei de presenciar uma cena um tanto quanto peculiar, a princesa Lívia parece bem mais contrariada do que eu quanto ao noivado com alguém que não ama, mas o que realmente me perturba e me constrange neste exato momento é a questão: onde está o meu futuro noivo?

?

(...)

- Pai? Será que posso sair daqui? estou entediado - William resmunga para o meu pai.

Sinto pena do meu irmão... depois de anos e anos, a vida toda perdido e rodeado por pessoas que não o amavam, agora está sendo rejeitado pela futura esposa. Se é que ainda vai ter algum noivado.

- Silêncio - meu pai aponta a entrada do salão.

- Perdoem-na, ela passou mal, mas está boa novamente - Garth.

- Creio que podemos todos relaxar, imagino que estão cansados da longa viagem, convido-lhes a se recolherem e amanhã continuamos com os noivados - meu pai sugeriu.

William faz uma mensura e, sem dizer uma palavra se retira do salão.

- Realmente, estamos cansados, mas deixe-me deixar claro majestade, o príncipe Arthuro lamenta o fato de não poder estar presente, ele é indispensável onde deve estar e nos encarregou de trazer esse presente para a linda noiva dele - o rei Garth explica, exibindo um pequeno embrulho que alguém pegou das mãos dele e trouxe até mim, segurei o embrulho em minhas mãos trêmulas, tentando não demonstrar o quanto estou desgostosa com todos esses acontecimentos.

Não prestei atenção aos assuntos que se sucederam depois disso, mas assim que se acabaram, respirei fundo e me dirigi ao jardim do castelo para deixar se esvair de mim toda negatividade que me tomou.

Indispensável onde está? Quem esse sujeito pensa que é? Quem ele pensa que eu sou?

- Penélope? Está tudo bem com você? - meu irmão questiona ao me flagrar aos prantos.

- Não, não estou bem - lamento descaradamente, eu confio nele.

- O que ouve?

- Sério? Você não percebeu o que aconteceu hoje? - pergunto enxugando o rosto com as costas das mãos.

- Aconteceu algo de errado? - arqueou a sobrancelha.

- Tudo de errado!

- Sério?

- Bom, a sua noiva saiu correndo, mas, pelo menos ela veio! Já o meu noivo nem se quer apareceu! Nunca me senti tão humilhada em toda a minha vida! - Torno a chorar, ouvir isso em voz alta dói mais mais.

- Penélope, não chore... pare de chorar...

William me abraça, compadecendo-se de mim. Meu bravo, lindo e doce irmão.

- Eu não pedi muito da vida, eu sei que o fato de eu ser uma princesa e filha do rei Trento já não me deixa espaço para desejar outras coisas, mas a única coisa que eu acho que faria sentido na vida é amar e ser amada... - desabafo, ele me trás uma segurança que antes eu não tinha sentido.

O meu pai nunca estave totalmente presente em minha vida, além dos compromissos que ele tem com a coroa, passou a vida toda procurando por William, mas eu o admiro, e muito, não desistiu do filho perdida ainda bebê e eu só tenho orgulho disso.

- Este Arthuro certamente cairá de amores por você, irá se arrepender de cada segundo que perdeu ao seu lado - William acaricia a minha cabeça, isso é consolador, me enche de ternura, não acredito que vivi tanto tempo sem ter o meu irmão em minha vida.

- Vicent? É você? - uma voz feminina questiona ao nosso lado - Vicent? Desculpa atrapalhar, mas, já atrapalhando, será que posso falar com você? Tenho algumas coisas pra te explicar e...

- Quem é Vicent? - afasto-me do abraço, um pouco confusa com a invasão.

Ah, Vicent é como o meu irmão se chamava, eu havia me esquecido desse detalhe.

- Alteza, esta é a minha meia irmã, Penélope - William explica depois de uma mensura.

- Já ouvi falar das lindas princesas de Marlenout, então é a senhorita que será a esposa de meu irmão, estou encantada - a princesa Lívia sorri graciosamente, sem noção nenhuma do quanto estou transtornada em relação ao irmão dela.

- S-sim, creio que sim... e você será a esposa do meu irmão, encantada também... irei lhes deixar a sós - tento dar um sorriso, contudo tenho certeza que a minha face apenas se entortou.

Olhando mais de perto, pude ver que entre eles existe algo, não sei o que é, mas é alguma coisa positiva... e foi como se eles já se conhecessem... de qualquer forma, eles vão se dar muito bem dentro de um casamento, a energia que eu senti entre eles é muito agradável e quase me distraiu dos meus demônios.

Tudo que bem, não vai acontecer comigo da forma como eu esperava, mas nem tudo está perdido, uma esperança se ascendeu novamente, enquanto isso eu preciso manter os meus pensamentos distraídos. Caminho até os meus aposentos decidida a seguir com a minha vida normalmente. A partir de amanhã, é claro.