CAPÍTULO UM
ME CHAMO Gwen S. Brown, tenho vinte e seis anos, sou engenheira civil, trabalho na empresa da família, somos todos engenheiros, meu pai fundou a empresa, minha mãe é Arquiteta e as minhas irmãs são engenheiras também, assim como eu, mas a Marie é da parte ambiental, enquanto a Jane é igual a mim, porém ela é Arquiteta e designer de interiores, igual a mamãe.
Somos de Ohio, mas moramos no interior da Bélgica, já faz uns dez anos, meus pais vieram pra cá, porque tiveram uma ótima oportunidade de trabalho, meu pai e um sócio amigo dele o senhor Anthony, fundaram a Brown and Miller Enginer&Project Associates. Que é o sobrenome da nossa família, com a do amigo de papai...
Na época, foi um grande negócio, pois a nossa empresa tem muito prestígio aqui e nas redondezas, papai trabalhou pra caramba, e não economizou na nossa faculdade, ele queria que as filhas dele tivessem o melhor ensino pra depois assumir a empresa, já que ele não teve um herdeiro menino, então ele disse que tudo seria nosso patrimônio, e que deveríamos manter a empresa por muitas gerações. Por isso nós três estudamos em Harvard University onde tem o melhor ensino, e é uma das mais cara do mundo.
Papai, sempre se orgulhou de nós, porque seguimos os passos dele, nós três estudamos o que ele queria e estamos agora trabalhando na empresa que ele fundou com muito amor.
Ele e a nossa mãe, dona Amélia e seu Andrew, são muito apaixonados, e amam nós três, a Marie e a Jane são as princesinhas da família. Ahh, não sei se perceberam os nossos nomes, mas sim, papai é muito fã do homem aranha e ele colocou o nome das três filhas deles como as personagens dos filmes... mas como eu estava dizendo, as minhas irmãs mais novas, são gêmeas e muito lindas, com apenas vinte e três aninhos, estão começando agora no escritório comigo, porque há pouco mais de sete meses que elas terminaram a faculdade. Antes era somente eu e a mamãe aqui de mulher, porque a maioria na empresa, são homens. E detalhe que não falei, somos negras, sim, lindas negras dos olhos verdes e cabelos lisos até abaixo do bumbum, eu e minhas irmãs puxamos a cor da mamãe que também é uma negra maravilhosa, minha mãe tem origem italiana, e meu pai tem origem alemã, ele se apaixonou, dizendo ele, pelos lindos olhos verdes e lábios grossos da nossa mãe, mas duvido muito que tenha sido somente isso, a mamãe tem um rabão, sim, ela é linda de corpo, cintura fina, barriga chapada e bumbum lindo, redondo e empinado, e por sorte, puxamos a ela, porque não podemos reclamar, somos gatas, o nosso corpo é formato violão, tudo com grande quantidade, mas bem dividido. Somos como se diz, gostosas... Tenho lindos lábios, eles não parecem com os da mamãe mas sim os do papai, que é um alemão lindo dos olhos azuis oceano, eu sou parecida com ele em quase tudo, menos a cor e o corpo, o resto, sou dele, até o jeito de falar, xingar, e a personalidade, somos iguais, ele é perfeccionista e eu sou ainda mais, sou metódica, chata, cheia de manias difíceis de mudar, eu e meu pai somos, explosivos e carentes, reclamamos de tudo o tempo todo, mas somos risonhos e super simpáticos, falamos pelos cotovelos, e conseguimos fazer clientes de uma forma que ninguém conseguiria, até na fila do banco, se deixar, já as minhas irmãs, são tudo da mamãe, até a calma e a timidez dela, mas são muito generosas e um enorme coração, eu amo a minha família mais que tudo.
Como já disse, sou a mais velha, com vinte e seis aninhos, e ainda sou solteira, não porque eu quero, e sim, porque foquei primeiro na minha carreira, deixei tudo de lado pra me formar com honras, estudei pra caramba, e me esforcei muito pra chegar onde cheguei, porque sim, pessoas negras, por mais que tenham muito dinheiro que é o caso da minha família, mesmo assim, precisamos sempre estar nos provando, mostrando aos outros que somos capazes e competentes o suficiente pra chegar onde chegou. Nossa batalha é diária. Mas vale a pena cada dia que podemos mostrar que somos tão bons quantos os brancos.
No início aqui no escritório, eu não queria que os funcionários soubessem quem eu era, porque eu pedi ao papai que iria começar como estagiária, e ir subindo conforme as minhas competências, no início foi muito bom, o pessoal era gentil com os novatos, e sempre estavam ajudando eles a crescer, mas conforme os meses foram passando eu não aguentei ficar sem dizer quem eu era, odiava mentir e me sentia uma traidora de estar ali no meio dos funcionários enquanto eles falavam mal dos chefes, ou seja, meus pais. O que acho normal, acredito que em toda a empresa tem algum funcionário que reclame do patrão, por melhor que ele seja, inclusive o contrário também é verdadeiro. Então, logo que fui promovida e efetivada, eu disse quem eu era, e todos ficaram chateados no início comigo, mas precisei dizer que precisava crescer ali por mérito e não por ser a filha do dono, porém eles disseram que eu deveria ser o que eu era, e mostrar que eu era boa, onde eu estivesse, porque se nasci numa família com condições de me dar o melhor, porque que eu estava dificultando a minha vida? E fiz isso, segui os conselhos deles e amei ser a ajudante do meu pai, e aprender de pertinho como era ser um ótimo engenheiro.
E aqui estou eu agora, no escritório ao lado da sala do papai e da mamãe, sou a engenheira executiva, meu pai passa todos os projetos pra mim, ele agora faz mais visitas técnicas e mais e mais clientes, a mamãe faz os projetos arquitetônicos, e as meninas nos ajudam. A Marie corre atrás das licenças e todas as burocracias pra construção no aspecto ambiental, e como se formou nessa parte, ela sempre me ajuda a deixar qualquer empreendimento o mais sustentável possível, claro que não seja tão caro para o cliente.
Já a Jane, me ajuda muito com os projetos. Porque meu pai me deixou sozinha aqui, com tanto trabalho que nem sei por onde começar.
Bem, já que falei quem eu sou, agora vamos falar sobre nossa rotina...