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CAPÍTULO 02

Layla, diferentemente de quando a vi pela última vez, agora está calma e feliz, tocando o piano que não é dela. E para acabar comigo, meu pai, que nunca mais se permitiu chegar perto de nada que fosse da senhora Pasini na nossa casa, está sentado ao lado da moça. Em cima do piano há uma flor com raiz e terra. No mesmo instante, eu a reconheço. Foi uma das últimas que a mamma plantou no jardim secreto.

Vou às pressas até a garota e a ergo pelo braço, surpreendendo meu pai, que salta para o lado. Ele olha na minha direção, nitidamente furioso com minha atitude. Já eu, pela primeira vez, encaro-o com raiva, sentindo a cólera dominando meu corpo como se eu estivesse possuído. Uma parte de mim está com ódio porque eles estão muito próximos, e a outra parte está coberta de dor por eu ter visto uma cena que antes pertencia somente ao meu papà com minha mamma. Agora, ele está com a vagabunda que possui à Beijo da Morte.

Eu acerto um tapa no seu delicado rosto e ela leva as mãos ao local, olhando para mim com os olhos marejados. Espero-a chorar, só que nada acontece.

— Não me olhe como se não soubesse o porquê fiz isso! — esbravejei.

— Ficou louco? Tocou na herdeira do Miguel. — meu pai revidou com fúria.

Eu o encaro, aperto os olhos com os dedos indicadores e, depois, olho-a com desdém.

— Esta vagabunda que está abrindo as pernas para o senhor, gozou na minha boca há dois meses. — Ela fica rubra, deixando-me confuso, olha para meu pai e, depois, para mim. Só pode ser mais um dos seus joguinhos. — Para quantos Pasini está dando essa gamela no meio das pernas?

Layla me olha por baixo, mas agora é como se eu estivesse vendo a Kalita pronta para revidar. É o mesmo olhar.

— Cale a boca, seu idiota! — meu pai exclamou.

Ouvir meu pai me ofender por causa de uma puta que me viciou, deixando-me louco pelo gosto dela, é o fim. Fecho os olhos e sinto náuseas ao imaginar ela nua e ele chupando sua boceta.

Quando abro os olhos, vejo-a fitando meu semblante ainda.

— O que achou? Que eu iria demorar a voltar? Ou acreditava mesmo que iria dar para mim e meu pai? Pensou que eu iria querer comer o resto do meu próprio papà?

Simplesmente, ela não reage.

— Alonso, cale-se! Que tipo de homem acha que sou?

— Não sei mais, papà. Eu achei que soubesse, mais não sei. — respondi com mágoa.

Vejo ela olhar na direção dele, e isso me incomoda. Em seguida, pega a flor.

— Senhor Pasini, vou levar a Matilda de volta ao lar dela. Quando quiser visitá-la sabe aonde ir. Aquele lugar ainda é lindo, mas precisa de cuidados.

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