Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

CAPÍ8TULO 05

Desolado, decido vestir meu terno, ficando a caráter para uma reunião em que os Pasini irão arrancar meu fígado. Com certeza não irei sair ileso quando lhes contar a merda que fiz. Isso pode prejudicar qualquer futuro que eu possa, talvez, ter com Layla.

Vou na direção da sala de jantar para o desjejum, quando a vejo. Ali está a minha miragem, o meu imã, dançando como uma criança. Outra vez, acaba com meus nervos, por estar toda suja de terra, sapateando em cima do tapete branco da minha mãe. Tapete esse que ela amava.

Eu a encaro e pronto: meu imã ganha força total sobre mim. Agora, vendo seu sorriso, percebo que preciso ficar afastado dela. Entretanto, ao mesmo tempo sei que não serei capaz de ficar longe. E essa certeza veio na noite passada, quando a tomei em meus braços.

Ela gira, saltitando, e sua luz, junto à cólera do meu ciúme, invade todo o Complexo. Não poderia ser diferente, porque a linda mulher, que é pura doçura e transmite paz, está dando saltos de vestido. Isso faz meus nervos tensionarem e minha mente ser tomada de tesão. Meu corpo queima e é tomado por uma fúria estranha.

Layla fica séria ao me ver e outra sensação surge no meu peito: o incômodo por ter sido ignorado. Ela passa por mim e sobe escadaria a cima.

Eu a espero, por longos minutos, aparecer para o desjejum, e nada. Sem conter mais a insana espera, vou atrás dela, entro em seu quarto e a surpreendo. Ela está apenas de sapatos de saltos altos, escolhendo algo para vestir.

— Caramba! — Salivo vendo tal cena.

Ela tenta cobrir o corpo, acanhada e com suas bochechas vermelhas.

— Não bate na porta? — perguntou envergonhada.

— Já fomos bem mais longe do que isso. Não acha? — Admiro seu belo corpo.

— Isso foi antes de eu ser apenas sua hóspede.

— Desculpe! Mas, apesar da intimidade que já tivemos, mal nos conhecemos. Então, não sei porque está agindo assim.

Ela não responde, só fica olhando sério na minha direção. Assim, entendo que quer que eu saia do quarto.

Sem tomar café da manhã, sigo para a sede na surdina, antes que meus primos e meu pai comecem a me fazer perguntas que me forçariam a contar porque precisei formar uma reunião.

Estou tragando meu charuto, bebendo conhaque e pensando na merda que fiz na porra da viagem. Ainda tem o agravante da coisa que estou sentindo pela menina que mal conheço.

Estava tudo muito bem, até meu pai entrar. Ao senhor Antuani, ninguém engana. Ele se senta na minha frente, acende um charuto e se serve de uma dose de conhaque. Eu me sirvo outra dose generosa e o escuto começar a falar.

— Iam trepar na cozinha ontem à noite? — perguntou sem rodeios.

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.