Prólogo
PRÓLOGO
Qual é a maior dor que um ser humano é capaz de sentir? O que impulsiona os nossos sentimentos? O que molda o nosso caráter? O desejo pela vingança é capaz de te fortalecer ou de te destruir? Jurar vingança e dedicar todos os dias de sua vida para planejar como será requer esforço e dedicação. Às vezes é preciso até desistir de ser feliz! Alice sabia disso, ela tinha noção do que era necessário para vingar os seus pais.
É um pouco cruel para uma menina de apenas quinze anos ver os pais serem assassinados e nada poder fazer, e ainda mais cruel é o menino de dezessete anos de idade ser obrigado pelo seu pai a matar pessoas inocentes. De um lado a menina Alice que cresceu jurando vingança, do outro o menino Pedro que cresceu atormentado pela morte de pessoas inocentes.
No passado, Pedro foi obrigado a fazer algo, porém até os dias atuais ele vive atormentado com um olhar, este lhe traz perturbação todas as noites. Ele sabia que precisava encontrar a dona desse olhar, um olhar de medo, um pedido de piedade, era tudo que ele conseguia entender ao tentar decifrá-lo.
Será que há possibilidade de duas almas feridas se encontrarem? Será possível amar quem te fez mal? Alice conseguirá esquecer sua vingança por amor? Seu subconsciente a deixará em paz, ou ele gritará e tentará alertar a ela que isso não vai dar certo?
Alice não pode se apaixonar, ela planejou uma vingança, ela jurou odiar o monstro que tirou dela seus pais, porém a vingança não foi capaz de cegar a Alice, ela odiou enxergar a alma do Pedro. Lá no fundo ela sabia que ele era apenas mais uma vítima da crueldade, da maldade das pessoas, por isso ela tentou fugir, largou a mão dele e foi para longe.
Entretanto o destino já havia decidido que eles iriam ficar juntos, que não importava o tempo, as pessoas ou as circunstâncias. O Pedro era um bom homem, o destino sabia disso, ele sabia que a Alice seria capaz de curá-lo das feridas da alma. Ele lutou e sofreu muito por esse amor, ela fraquejou e abriu mão de ser feliz por achar que essa seria a decisão certa, mas no fim a solidão da sua alma lhe mostrou que não adiantava correr, nem se esconder, que não existia felicidade longe dele, do seu grande amor, ela sabia que já tinha machucado ele muitas vezes e que ele não merecia passar por isso. Quando a vida lhe apresentou a oportunidade de se redimir ela não pensou duas vezes e fez justiça, não só pelos seus pais, mas pelo grande amor da sua vida. Depois disso, será que eles conseguiram ser felizes?