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Capítulo 3- Alice

Desperto disposta a ir até a Rocinha, hoje eu tenho que convencer esse maldito que eu preciso ser dele, ele tem que me colocar na casa das primas. Penso me olhando no espelho enquanto penteio os cabelos e logo respiro fundo ao sair dali e ir rumo a favela da Rocinha.

Assim que chego já me deparo com um rapaz alto e mal encarado que diz:

– O que a patricinha quer na favela?

Alice: Falar com o Alemão.

– Não brinque com fogo não, loirinha. O Alemão não é flor e você parece que é feita de porcelana.

Alice: Eu sei me cuidar, só me leva até ele.

– Tudo bem, vamos lá – Ele diz me colocando em sua moto e logo seguimos rumo à boca – Fica aqui que vou te anunciar — Ele diz e entra na sala. Fico ouvindo a conversa e vejo que o Alemão não vai me receber, então eu decidi que precisava entrar na sala. O rapaz sai e nos deixa sozinho, e o que eu mais queria se tornou a coisa mais fácil do mundo. Ele me chamou para ir para a casa das amantes dele e eu iria fazer um charme, porém ele não me deu espaço não, com isso eu tive que aceitar. Percebi o sorriso dele, parecia uma criança quando consegue o seu doce predileto.

Alemão: Vai pegar suas coisas e vem que eu mesmo te levo lá.

Alice: Tudo bem – Eu me atrevo a abraçar ele, que fica sem reação nenhuma – Obrigada! – Digo e lhe dou um beijo no rosto o deixando paralisado, e após isso me afasto – Espera uns minutos que vou pegar as minhas roupas – Digo saindo dali e já mando uma mensagem para o Muralha.

Alice: Plano executado com sucesso, só traz as minhas roupas.

Muralha: Está mais fácil do que eu pensei – Ele diz.

Alice: Traz logo — Digo e desligo o celular

Fico escondida por alguns minutos em um barraco abandonado até que o Muralha aparece com a mala e me entrega.

Muralha: Aconteça o que for, eu nunca te vi.

Alice: Eu sei disso.

Muralha: Se te descobrirem você vai morrer e não coloque o meu nome no meio, sua vagabunda – Ele diz e me dá um tapa na cara.

Alice: Não precisa me agredir, eu tenho noção das coisas.

Muralha: Estou dando o presente para o Alemão que é sua virgindade, mas pode saber que eu vou querer te comer também, sua vadia – Ele diz cuspindo no meu rosto e em seguida saiu, me deixando sozinha. As lágrimas caem do meu rosto e eu me olho no espelho vendo a marca que ele me deixou, respiro fundo e me retiro indo ao encontro do Alemão que estava em pé na frente da boca.

Alemão: Onde estava? O que foi isso no seu rosto? Por que estava chorando?

Alice: Não foi nada, eu apenas caí, mas estou bem.

Alemão: Então vamos — Ele diz me puxando e saímos dali. Ele para em uma linda casa com um enorme portão e logo entramos. – Aqui é onde ficam minhas amantes oficiais e sempre que eu quero trepar eu venho e uso uma delas.

Alice: Eu serei uma delas.

Alemão: Lógico, eu não costumo ser bonzinho com mulheres sem ter nada em troca – Ele diz e seguimos caminhando – Meninas! – Ele chama a atenção delas que param o que estão fazendo e formam uma fileira horizontal.

— Quem é essa ridícula?

Alemão: Se acalma, Soso. Eu vou apresentar todas – Ele diz e me apresenta elas – Bom, Alice, essa é a Sophia.

Sophia: Oi, queridinha. Eu sou a queridinha do chefe, a patroa da casa – A dona da voz enjoada ou Soso, como ele a chamou, digamos que das três mulheres à minha frente, é menos bonita. Tudo nela parece ser falso, os seios grandes, a bunda, o cabelo com mechas platinadas, as unhas alongadas e até mesmo os cílios são postiços.

Alemão: Você não é patroa de porra nenhuma, você está no mesmo patamar das outras – Ele diz e ela abaixa a cabeça – Essa é a Amanda.

Amanda: Oi, florzinha – Ela diz cheia de deboche e eu percebo que terei problemas com elas. A Amanda era a única que não era "loira" Seu cabelo longo e cacheado combinavam perfeitamente com o seu rosto oval. Ela detém olhos castanhos escuros, lábios medianos e nariz um pouco gordinho,mas com a ponta afilada. Aparentemente ela é muito vaidosa, pois o seu corpo era muito trabalhado, coxas grossas e torneadas, barriga chapada e seios grandes.

Alemão: Essa é a Lívia – Ele aponta para uma mulher de tamanho mediano, lábios carnudos, nariz arrebitado e olhos castanhos escuros. Seu corpo curvilíneo e os cabelos com luzes loiras a tornam uma garota bonita.

Lívia: Oi, Alice. Seja bem vinda a casa – Ela diz mais amigável.

Alemão: Agora que vocês já foram apresentadas, eu vou passar as regras.

Alice: Tudo bem, estou ouvindo.

Alemão: Aqui não tem ninguém melhor, nem pior. Aqui não tem nenhuma preferida do chefe, todas são iguais e no mesmo nível. Não admito brigas. Não gosto de intimidades, não durmo com nenhuma de vocês, nosso lance é só sexo, não venha achando que tem flores, chocolate ou príncipe encantado, pois aqui não tem. Nem tente me beijar na boca, pois eu não gosto de beijos – Ele diz e eu abaixo a cabeça.

Alice: Não se preocupe, você não terá problemas comigo – Digo séria.

Alemão: Eu agora vou voltar para a boca, mas a noite venho para transar com uma de vocês.

Soso: Estarei à sua espera, amor.

Alemão: Eu não disse que você seria a escolhida. Eu tenho carne nova no pedaço.

Livia: Senhor, eu posso levar ela para o quarto.

Alemão: Sim, pode deixar ela na suíte ao lado do meu quarto.

Soso: Por que do lado do seu quarto?

Alemão: Não me questiona, porra – Ele diz nervoso – Estou indo nessa – Ele dar as costas e a Lívia me puxa.

Lívia: Vem, eu te levo até o quarto.

Alice: Obrigada – Digo e saímos da sala indo para o quarto e assim que chegamos, ela me ajuda a guardar as roupas e diz:

Lívia: Não confie nas outras duas, elas são cobras criadas e querem ser a fiel do Alemão. Também não contraria muito ele, pois se ele ficar retado se torna um homem cruel sem coração.

Alice: Não se preocupe, tô anotando tudo que você diz.

Lívia: O que te trouxe aqui? Você tem cara de Patricinha da zona sul. Não entendo o que você quer com o Alemão?

Alice: As aparências enganam, minha cara. Eu perdi os meus pais e agora estou sozinha. Preciso de dinheiro e de um teto. O Alemão me ofereceu a proposta e eu aceitei já que não tenho outra saída – Digo tentando ser convincente, pois não posso contar meu verdadeiro propósito pra ninguém.

Lívia: Eu também estou aqui por não ter escolha. Sei que as meninas desejam ser a patroa. Mas eu só desejo sobreviver. Na verdade, por falta de escolha abri mão do meu verdadeiro amor, o Caveira, melhor amigo do Alemão.

Alice: Enfim, eu imagino como você sofre por saber que não pode ficar perto do seu grande amor. Mas tenha fé que no final tudo vai se resolver – Digo lhe dando um abraço — Agora eu vou tomar um banho, estou muito cansada.

Lívia: Vai lá, te espero lá embaixo – Ela diz saindo e fecha a porta. Eu vou até o banheiro, onde tiro minha roupa e tomo um banho tentando relaxar.

Enquanto tomo banho, retorna a minha mente o acontecimento de mais cedo. Como o Muralha agiu, eu sei que ele é perigoso e nem um pouco confiável, mas não tinha outro jeito de eu chegar perto do Alemão. O importante é que eu estou aqui, aos poucos vou concretizar a minha vingança. Eu nunca vou esquecer do olhar dele, ele sabia que eu estava ali, ele viu como eu supliquei por piedade com os olhos, mas mesmo assim não teve piedade do meu sofrimento. Eu também não terei dele. Vou fazer ele se apaixonar por mim e quando ele tiver bem apaixonado, comendo na minha mão, vou pisar nele e destruir e por último matar a sangue frio, olhando dentro dos olhos dele, mostrando que não tenho piedade.

Desligo o chuveiro, em seguida pego a toalha, me enxugo, depois me enrolo nela e caminho até o quarto, onde pego um short jeans e uma camiseta verde e visto, após isso penteio o cabelo.

Assim que desço a escada vejo as três sentadas no sofá e a tal da Soso diz:

Soso: O que ele viu nela? Nem careta como a gente ela é.

Amanda: Ela é patricinha da zona sul.

Livia: Deixem ela.

Alice: Não se preocupe, Lívia. Eu sou vacinada. A inveja delas não me afeta.

Lívia: Você é a mais bonita daqui. A única natural – Ela diz me dando a entender que elas não são naturais e assim elas se calam.

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