Capítulo 1
Minas Gerais, Toledo. — Dias atuais.
Na delegacia as mulheres e Luizinho só tem olhos para Arthur o novo delegado da cidade.
— Nossa, esse homem é lindo. — Fala Ana a policial.
— Lindo é pouco, é tudo de bom ponto com ponto br. — Fala Luizinho.
— Nossa Luizinho já está de olho nele?
— Uai e você?
— Mais você se apaixona por todos.
— É mais ninguém fica comigo. Então, bola para frente. Certo, gata?
— Certo. Vamos fazer a ronda? É nossa vez.
— Como é difícil andar como um policial sério por essa cidade. — Luizinho reclama.
— Verdade, tem muito miau andando por ela. E sua irmã...?
Continuam a conversa enquanto saem da delegacia.
— Ela está bem, graças a Deus. Somos só nós dois.
Vão conversando e descendo as escadas da delegacia e um homem vai subindo, Luizinho observa que Ana para e fica olhando de boca aberta o belo homem entrar.
— Gata, fica longe desse cara, só isso que eu te falo.
— Porquê? Nossa, até babei. Ele é muito lindo.
— Ele perdeu alguns dentes por andar dormindo com várias ao mesmo tempo.
— Sério? E quem bateu nele?
— Nada mais, nada menos que o senhor Gonzalez... Misericórdia um dos deuses gregos dessa cidade. — Luizinho se abana com a mão.
— Acho que não o vi ainda.
— Você só tem dois meses na cidade, logo conhece todos.
Enzo entra na delegacia tenso, só de pensar em ver a delegada, sabe ser bem provável que ela não o ajude.
— Posso ajudar? — Pergunta Arthur ao vê-lo.
— Estou procurando a delegada Karen. — Fala Enzo.
— Sinto muito, ela não é mais a delegada. Sou o delegado Arthur.
Enzo fica aliviado:
— Estou com problemas com um vizinho.
— Pode dizer.
— Meu terreno é em frente ao dele, o cara faz um barulho até altas horas. Eu trabalho fim de semana e vou moído para o serviço.
— Na hora que estiver acontecendo chama a gente e vamos conversar com esse vizinho.
— Certo, farei isso então. Tenho só uma pergunta...
Na viatura Luizinho dirige, presta atenção na amiga, que está calada, pensativa e não está prestando atenção na ronda.
— Já falei para você esquecer aquele cara. Eu gostava dele, até descobrir que estava traindo minha amiga. E o pior de tudo, ele morava com uma coroa bonita, era a mulher dele. Ele ainda saia com a filha de um senhor idoso e frequentava o Bar dos Primos, tudo junto.
— Nossa, foi um babaca mesmo.
— Nem fala, aff credo. Um cretino.
— E como ele vive hoje, já que sabem dos podres dele?
— Não sei viu. Dizem que se separou da coroa e tá sozinho. Deve ser mentira, um cara desse tipo nunca está só.
Ana balança a cabeça, tem muita tensão no pescoço.
— Ando exausta, depois que perdi meus pais minha vida é comer e deitar quando não estou no serviço. Nisso estou com 20 quilos a mais.
— Querida, você é gata de qualquer jeito. Se eu fosse hétero te catava de jeito.
— Ai Luizinho, você é o sonho de toda mulher. Lindo, alto, bonito, forte e um doce de pessoa. — Ela fala encantada.
— Nossa, tô me achando a última bolacha do pacote agora, RS.
— Mais eu preciso emagrecer querido, e não tenho incentivo nenhum. Bom, na verdade, tenho, minha saúde.
— Já começa por aí. Vamos fazer o seguinte, eu te ajudo. Somos sozinhos mesmo, todo dia antes do serviço vamos correr.
— Tá maluco? Vou pôr os bofes para fora.
— Exagerada, tá bom. Vamos começar caminhando.
— Bom, já ajuda. Como faremos?
Luizinho ia falar e vê uma briga perto da praça. Para a viatura e desce do carro.
— Parem, polícia! Dispersar!
A briga continua e Luizinho pega um dos garotos puxando os braços pelas costas.
O rapaz nervoso e cheio da adrenalina no sangue, se solta e mira no Luizinho um soco que ele segura com uma mão, o moleque arregala os olhos e puxa a mão.
— Vai logo, dispersar ou levo os dois presos.
O moleque o olha debaixo para cima e vai embora, o outro faz o mesmo com Ana e vai embora pelo lado oposto.
— Molecada difícil. — Reclama Luizinho.
— Nossa Luizinho, você é forte. Babei te vendo pegar o soco dele sem esforço.
— Faço musculação pesada e vários tipos de defesa pessoal.
Voltam para a viatura e seguem caminho para a divisa da cidade.
— Me diz como vamos fazer?
— Amanhã te pego as 06 da manhã e vamos caminhar por uma hora.
— Você sabe que moro na área rural e no meu bairro é um tal de sobe e desce terrível.
— Melhor ainda, o processo será mais rápido.
Um Vectra preto com Insulfilme escuro a ponto de não ver quem está dentro, vem a toda velocidade.
— Vamos parar esse aí. — Fala Luizinho.
— Certo. — Ana tira a arma do coldre e fica no aguardo atrás da viatura, apontando a arma para o chão.
Luizinho levanta a mão e faz sinal para o motorista encostar, o carro freia seco do lado da viatura, com receio Luizinho também pega a arma.
— Desce do carro com as mãos para cima.
Nada, ele aponta a arma e antes de falar novamente a porta abre e o motorista desce com as mãos para cima.