Capítulo 6
Alisson avellar narrando:
Estava sentada no sofá lendo alguns artigos sobre tecnologia quando ouço o som do carro de Brandon estacionando. Alguns segundo depois meu filho entra pela porta correndo.
— Oi mamãe —diz ele deixando a mochila sobre o sofá e correndo na minha direção.
— Oi meu amor —pego ele no colo e beijo sua bochecha.
— Adivinha quem eu encontrei —diz Brandon entrando em casa e deixando as chaves no chaveiro.
— Quem? —pergunto sem muita importância.
— Cristian fitzy —diz se sentando ao meu lado, Liam rapidamente senta em seu colo.
— Eu vi ele na empresa —falo com desinteresse.
— O tio Cris amarrou meu sapato —diz meu filho mostrando seu tênis.
— Sério? —falo.
— Ele é legal, e tem muitos sobrinhos —diz.
— Ele estava lá para pegar os filhos do Marius —diz Brandon.
— Por falar nisso, preciso ver Victoria e apresentar Liam —falo enquanto começo a retirar o tênis do meu filho, deixando ele só de meia.
— Você disse que tinha visto ele na empresa? —pergunta meu noivo.
Agora o que eu falo? Que vi ele quase nu.
— Ele estava na sala do Marius —falei— mas logo saiu.
— Como ele reagiu ao te ver? —perguntou.
— Ele não reagiu —falo indiferente— ele apenas me olhou e depois saiu.
— Que bom —diz, ele estava um pouco tenso.
— Não precisa ter ciúmes —me aproximo dele e beijo seus lábios.
— Impossível —diz— você já foi apaixonada por ele, sem contar que o cara agora só tem músculos e parece um gibi com tanta tatuagem.
Por alguns segundos me pego imaginando aquele corpo... seu peitoral tatuado, o "V" bem desenhado na sua barriga e aquela pequena tatuagem na virilha que quase não da para ver devido ao cós da calça social...
Para Alisson.
— Vamos parar de falar sobre ele —falo tentando mudar de assunto— hora de um certo menininho tomar banho.
— Verdade —diz meu noivo— está sentindo esse cheiro?
Diz ele cheirando o ar.
— Não estou sentindo nada —diz Liam— e também não estou vendo nenhum menininho.
— E o que você é? —pergunto fazendo cócegas na sua barriga, ele se encolhe nos braços do pai.
— Eu sou um rapazinho —diz todo adulto.
— Acho que perdemos o nosso bebê —falo para Brandon.
— Verdade —concorda ele— então agora ele poderá tomar banho sozinho, ir dormir sem historinhas e beijinhos.
— Mas eu gosto disso —diz meu filho.
— Mas você já é um rapaz —digo— só crianças que ganham beijinhos e historinhas.
Ele fica pensativo.
— Tudo bem, eu sou o bebê —diz fazendo um biquinho fofo nos lábios.
Sorrimos.
— Vamos tomar banho meu bebê, depois você irá almoçar —falo.
— Papai irá me dar banho —diz ele.
— Por que a mamãe não pode? —pergunto.
— Porque você é mulher, mamãe —diz ele.
— Deixa que o papai dar banho nele —diz Brandon se levantando com ele nos braços, antes de sair ele se abaixa e beija minha testa.
Os dois sobem e eu vou arrumar a mesa pro almoço.
[...]
Os dias se passaram e logo a segunda chegou, hoje seria meu primeiro dia de trabalho. De manhã bem cedo me levanto e começo a organizar algumas coisas, depois que Brandon dá banho em Liam, eu o arrumo para a escola, depois disso tomo banho e me visto com uma roupa social, um terno preto feminino muito bonito, faço algumas ondas no cabelo e uma maquiagem básica.
Tomamos nosso café da manhã e logo meu noivo sai para o trabalho, o mesmo leva nosso filho para deixá-lo na escola.
Estamos com um carro alugado por que os nossos ainda não chegaram, a transportadora responsável por transportá-los teve alguns problemas e resultou em um atraso de três dias, está previsto para eles chegarem hoje, estou com tanta saudade do meu Porsche.
Pego um táxi e sigo para a empresa, ao passar pela porta de entrada ando pela recepção, algumas pessoas me olham, eu reconheço algumas delas, já outras não. Entro no elevador e sigo para o último andar, como é o meu primeiro dia, preciso pedir instruções ao Marius.
A final, eu irei trabalhar com ele.
Entro na sala de Marius e o vejo sentado, na sua mesa vejo vários porta retratos com fotos de Victoria e de seus filhos.
— Marius —falo chamando sua atenção— Bom dia.
— Bom dia, Alisson —diz.
— Onde está a senhorita Avellar? —pergunto e ele sorri.
— Onde está o senhor fitzy? —pergunta ele me fazendo sorrir.
— Se quiser, posso chamá-lo assim —digo.
— Não precisa, agora só me chama de Marius —diz— senti saudades de trabalhar com você.
— Eu mais ainda, o senhor sempre foi um ótimo chefe —falo.
— Victoria, quando soube que você estava de volta, ficou feliz e disse que quer te ver o quanto antes —diz ele.
— Também quero vê-la, podemos marcar de sair no final de semana —falo— quero conhecer seus filhos.
— Iremos fazer um piquenique no nosso jardim com nossos filhos, por que você não aparece lá? —diz.
— Tudo bem, só me passa seu endereço —digo e ele logo anota em um papel e me entrega, guardo na bolsa.
— Tudo bem, agora me fale sobre o que irei fazer hoje —pergunto sorridente.
— Essa função não é minha —diz.
— O quê? —pergunto confusa.
— Você irá trabalhar com o Cristian, vocês dois irão dividir o trabalho —diz, meu coração acelera— ele já está sabendo disso e te aguarda na sala dele.
— Certo —assenti, minhas mãos estavam suando frio.
Terei que trabalhar com ele, na mesma proporção em que estava nervosa acabo ficando com raiva, ele já me humilhou tanto por ser apenas uma secretária, olha só agora, iremos trabalhar juntos. Vou fazer ele engolir cada palavra que já me falou, agora chegou a minha vez.
Me despeço de Marius e sigo para a sala de Cristian. Entro em seu escritório de cabeça erguida e uma postura impecável, ele estava de cabeça baixa lendo algum documento, mas logo levantou a mesma e seguiu todos os meus passos.
Não deixo de reparar na sua aparência, ele estava com um terno cinza, mas não estava de blazer, apenas calça social, camisa e o colete, as mangas de sua camisa estavam dobradas até seus cotovelos e sua gravata estava frouxa.
Deus, que pedaço de mal caminho. Para Alisson.
Fico parada na sua frente e ele me olha de cima a baixo, o mesmo passa a língua pelos lábios enquanto ainda me observa, me sento na sua frente cruzando as pernas. Seu olhar continua sobre meu corpo, depois sobe para meu rosto onde ele encara meus olhos.
Sorriu de lado.
— Então, parceiro, por onde começamos?