Capítulo 5
Cristian fitzy narrando:
Fiquei na minha sala com os pensamentos a mil, eu ainda não estava acreditando que ela estava ali, e que chegou no momento em que eu estava sem camisa. Só de imaginar seu olhar no meu corpo, já começo a me sentir excitado, a mulher me devorava com o olhar, e eu gostei... não foi como das outras vezes, agora foi diferente.
Saiu dos meus pensamentos quando Ava vem me entregar a camisa, agradeço e logo me visto, como meu colete estava sujo fiquei apenas com a camisa social, que agora era azul-claro. Deixo os dois botões de cima abertos e dobro as mangas da camisa até o cotovelo, deixando várias tatuagens a mostra.
Me sento na minha mesa e fico pensativo, ouço a porta sendo aberta e Marius passando por ela.
— Algum problema? —pergunta.
— Não, você quer algo? —pergunto.
— Quero falar com você sobre uma nova contratada —diz.
— E quem seria? —pergunto.
— Alisson —responde.
Prendo a respiração, ela vai voltar a trabalhar aqui?
— É... ela irá voltar a ser secretária? —pergunto.
— E é sobre isso que eu iria falar —diz se sentando de frente para mim.
— Pode falar —digo.
— Ela será promovida —diz— Alisson agora trabalhará junto com a equipe que projeta os software e ficará responsável por eles, isso incluí, supervisionar e ficar responsável por me passar o que será preciso para que os projetos fiquem prontos.
— Mas isso é trabalho meu —falo confuso sem saber aonde ele quer chegar.
— E era exatamente nesse ponto que eu queria chegar —diz— vocês irão trabalhar juntos.
— O quê? —questionei— por quê?
— Alisson se formou em engenharia de software —diz ele— ela será uma ótima profissional, confio nela.
— Então você não confia em mim?
— Pelo contrário, confio muito em você, vocês dois serão uma ótima equipe —diz animado.
— Quando ela virá trabalhar? —pergunto.
— Na segunda —diz— ela acabou de chegar, estava arrumando a mudança.
— Isso não vai dar certo —digo baixinho.
— Claro que vai, você irá poder se acertar com ela —diz— quem sabe vocês não se entendem.
Ele sorri.
— Duvido muito, pelo que fiz com ela a mesma deve me odiar —falo.
— E quem disse que será fácil? —diz ele— não irá, e você precisa correr atrás do perdão dela, assim como fez com Victoria.
Ele está certo.
— Ótimo, posso aproveitar essa oportunidade de trabalharmos juntos para me aproximar dela, e assim conseguir que ela me perdoe pelo jeito que tratava ela no passado —digo— e conseguir mostrar a ela que sou uma nova pessoa.
— Perfeito, não desperdice essa oportunidade —disse se levantando— temos uma reunião em cinco minutos.
Assim ele sai me deixando sozinho. Não irei deixar essa chance passar.
[...]
Dois dias se passaram desde o meu reencontro com Alisson, e eu não a vi mais. Isso acaba me deixando ainda mais ansioso para vê-la na segunda. Hoje era sexta e eu iria ter consulta com minha psicóloga, Marius sempre me dá a manhã de folga para que eu vá nas consultas. Eu já estava voltando para casa, iria tomar banho para depois ir para a empresa, quando recebo uma ligação de Victoria.
Paro o carro no sinal e atendo.
— Oi, Vic —falo.
— Oi Cris —diz— poderia fazer uma coisa para mim.
— O que seria? —pergunto.
— Estou muito ocupada no escritório e o Marius está em reunião, Madison de folga e a Eliza ocupada no trabalho —diz, ainda não sei aonde ela quer chegar.
— Onde você quer chegar com isso? —pergunto.
— Poderia pegar as crianças na escola e deixá—las na casa dos seus pais?
— Claro, agora vou desligar por que o sinal abriu —me despeço dela e já vou em direção a escola.
Chego no local em cinco minutos e já vejo algumas crianças saindo, fico esperando meus sobrinhos saírem quando vejo um menino parado no portão tentando amarrar o sapato.
Me aproximo dele que não nota minha presença.
— Posso te ajudar a amarrar —falo atraindo sua atenção.
Ele fica em silêncio.
Sorriu.
— Não vai falar? —pergunto.
— Minha mãe me disse para não falar com estranhos —diz e em seguida cobre a boca com as mãos.
Dou uma risadinha.
— Sua mãe está certa, mas não vou te fazer mal —falo.
— Isso é o que uma pessoa que quer me fazer mal diria —diz.
— Certo —falo olhando para frente onde vejo meus sobrinhos correrem na minha direção.
— Tio Cris —diz Helena me abraçando, logo em seguida os trigêmeos.
Olho pro pequeno na minha frente.
— Não irei te fazer mal, agora que estamos na presença dos meus sobrinhos, posso amarrar seu sapato? —pergunto, ele ainda desconfiado assenti.
Ando até ele e me abaixo na sua frente, amarro seu sapato e logo me afasto.
— Obrigado —diz o pequeno.
— Por nada —sorriu amigável.
— Liam —ouço alguém falar.
— Papai, esse moço legal amarrou meu sapato —diz o garotinho que agora descobri se chamar Liam.
— Que legal —diz o pai.
— Eu te conheço de algum lugar —falo olhando pro cara.
— Sou Brandon Ferrari, trabalhava no RH da sua empresa, Cristian fitzy —diz me encarando.
— Agora estou lembrando —falo— não te vi mais na empresa.
— Eu não trabalho mais lá, herdei uma fábrica de carros e agora estou me dedicando a ela —diz.
— Que legal, foi bom revê-lo —falo sincero— agora preciso ir, adeus Liam.
O garotinho acena para mim e logo vai embora com o pai, ando com meus sobrinhos até o carro e os coloco no banco de trás. Sorte que hoje vim com meu Maserati, o mesmo tem quatro portas e é super espaçoso, só assim para conseguir levar a creche do meu irmão.
— Tio, onde está nossa mãe? —pergunta Ryan.
— Ela está ocupada no escritório e me pediu para pegar vocês —falo terminando de prendê-los com o cinto— vou deixá-los na casa dos meus pais.
Entrei no carro e logo saímos.
— Vou pedir para a vovó fazer bolo de chocolate —diz Dylan.
— Vou pedir para ela fazer pipoca doce —diz Herry.
— Eu quero sorvete de maracujá —diz Helena.
— Não deixem os pais de vocês ouvirem isso —digo— sabe que eles não gostam que vocês comam muitos doces.
— Mas você não se importa, não é tio? —pergunta Helena.
— Claro que não, eu sou o tio legal —falo.
Deixo eles na casa dos meus pais e vou para minha cobertura, tomo um banho rápido e me visto com um terno preto, logo vou para a empresa. Mas não esqueço aquele garotinho, parece muito familiar... certo que o pai dele é o Brandon.
Eu o conheci antes quando trabalhava na empresa, ele era um cara legal, nunca tive amizade com ele, mas também não tive nenhuma inimizade. Ele era na dele, e eu sempre estava fazendo merda, tenho vergonha de mim mesmo ao lembrar do que fiz antes, porém, pessoas evoluem e se tornam melhores. A vida é assim, não evoluímos apenas uma vez, evoluímos a cada dia, isso é o que nos tornam melhores.