Capítulo 7. Sentimento confuso
Leonardo acordou abruptamente no meio da noite, com uma sensação de desconforto que o invadiu. Algo parecia diferente, fora do lugar. Seu olhar pousou sobre a mancha carmesim no lençol e, de repente, os eventos que levaram ao seu sono inundaram sua mente. Ele havia feito amor apaixonadamente com sua esposa, Sofia, e agora percebia, com um sentimento de afundamento, que ela era virgem.
Uma onda de arrependimento e autocensura se abateu sobre Leonardo. Ele se amaldiçoou por sua impaciência. Ele não sabia que ela era virgem. Mas a verdade é que ele não conseguia se conter, como se fosse um lobo faminto.
No entanto, algumas coisas o estavam incomodando, e a primeira era que, apesar dos rumores, Sofia não era nem um pouco feia. Na verdade, Leonardo a achava muito bonita. Ele não podia deixar de ser atraído por seu charme, o que significava que o boato de que ela era boa em seduzir homens era verdadeiro. Desde o momento em que a viu pela primeira vez, ele sentiu uma forte atração por ela e achou muito difícil resistir. Quando segurou sua mão trêmula, sentiu o desejo de segurá-la com força até que ela parasse de tremer.
Ao levantar o véu de Sofia durante o casamento, ele ficou impressionado com o rosto inocente dela, os olhos azuis hipnotizantes e os lábios rosados e cheios. Ele não conseguiu resistir à vontade de beijá-la quando o oficiante os anunciou como marido e mulher, mesmo que fosse apenas por um momento.
Naquele breve momento, ele sentiu algo que nunca havia experimentado antes. Ele sempre foi insensível e sem emoções, como seu pai havia lhe ensinado a ser. Mas agora, ele estava sentindo algo em relação a Sofia que não conseguia explicar. Ele estava convencido de que ela tinha algum tipo de poder mágico capaz de seduzir qualquer homem que se aproximasse dela, inclusive ele próprio.
Quando recebeu um telefonema de um cliente enquanto estava em sua própria recepção de casamento, ele usou isso como desculpa para ir embora. Ele só queria sair dali desesperadamente. Depois de se encontrar com o cliente, ele foi a um bar e bebeu muito. Então, seu pai ligou e o ameaçou para que voltasse para sua noiva.
Ele ficou irritado porque o pai sempre parecia tê-lo sob controle, fazendo-o dançar conforme sua música. Relutantemente, ele voltou para casa. Mas quando chegou, encontrou Sofia dormindo em sua cama. Apesar do fato de ela ser sua esposa, ele estava furioso.
Como ela ousava entrar em seu quarto sem sua permissão?
Mas enquanto olhava para o sono tranquilo dela, um sentimento estranho começou a se agitar em seu coração. Ele não conseguia identificar o que era, mas sabia que tinha de fazer algo a respeito.
Ele achava que ter Sofia aliviaria a dor em seu coração. Talvez fosse tudo físico. E parecia que ela também queria isso. Era por isso que ela estava em sua cama. Ele sentiu como se ela tivesse lançado um feitiço sobre ele. Isso foi porque ele não conseguiu resistir a ela.
Mas agora, ele realmente se arrependia. Sofia poderia pensar nele como um monstro. Ele olhou para o espaço vazio ao seu lado. Sofia não estava na cama com ele. Então, onde ela estava?
— Droga! — Ele xingou enquanto jogava furiosamente a coberta da cama.
Ele não conseguia dormir depois do que havia acontecido. Os olhos lacrimejantes e os gemidos de Sofia o assombravam em sua cabeça. Sentindo-se inquieto e precisando de algo forte para beber, ele se levantou abruptamente da cama.
Ao acender a luz, viu um pequeno corpo enrolado em uma bola em um canto. Ao se aproximar, percebeu que era Sofia, dormindo no chão frio. Seu coração se afundou quando a viu tremendo de sono.
Ele se perguntou se ela estava aqui porque o odiava e não queria dormir na mesma cama. Ou será que ela tinha tanto medo dele que dormia no chão frio em vez de dormir na cama confortável?
Uma série de xingamentos saiu de sua boca quando ele fechou os olhos, respirando fundo.
Ele a levantou gentilmente, colocando-a com carinho na cama. Enquanto dormia, ela se aconchegou mais, envolvendo os braços ao redor do pescoço dele. Ele retirou lentamente os braços dela em volta de seu pescoço. Depois de aconchegá-la, ele ficou olhando para o rosto dela dormindo.
Ele não pôde deixar de notar os olhos inchados e as lágrimas secas em suas bochechas. O delineador preto borrado por todo o rosto era uma indicação clara de que ela havia chorado até finalmente adormecer. Ele sofria ao ver Sofia assim, e não conseguia deixar de se perguntar por quê.
Leonardo suspirou e ficou olhando para ela por um tempo antes de sair do quarto. Ele precisava desesperadamente de um drinque.
Ele não entendia essa sensação estranha que sentia sempre que via Sofia. Era muito complicado, e ele tinha medo desse sentimento.