Capítulo 7
Caminhamos pelo corredor, prontos para ir para a próxima sala de aula. Quando, como se lembrado por sua presença, virei à direita e o vi. Riky estava lá. Fiquei parado no meu lugar, incapaz de fazer qualquer coisa. Sem saber se devo pedir desculpas pelo desabafo de ontem ou fugir.
Eu olhei ou cobicei, dependendo do seu ponto de vista.
Foi lindo, de uma forma dolorosa.
Ele tinha uma zona magnética ao seu redor, perturbadora, mas interessante. Ele estava encostado na parede. Cabeça inclinada com cabelo escuro bagunçado. Uma perna estendida e a outra dobrada. Finalmente, mãos nos bolsos. Cada gesto parecia calculado.
Foi quando percebi o quão atraente ele era.
E então… Puff
A magia parou.
Uma garota (que ele ouviu se chamar Natasha) se aproximou dele descaradamente e, num instante, aconteceu. Riky agarrou seus quadris, mudando de posição. Agora ela estava na parede.
Ele a beijou. E não um beijo normal. Ele era duro, apaixonado, quase independente.
Como se ele pudesse e quisesse pegar o que quisesse. Fiquei ali, observando aquela cena.
Foi raiva ou aborrecimento o que senti? Não sei. Só sei que meu instinto iria lá e imprimiria na parede.
Mentalmente eu disse a mim mesmo que deveria parar, que não me importava e olhar para outra coisa.
E quando tentei, já era tarde demais.
Riky olhou para mim e continuou. Ele continuou a beijá-la como se nada tivesse acontecido, na verdade ele ficou ainda mais apaixonado do que antes.
Seus olhos, fixos nos meus sem piscar, brilhavam: desafio, diversão, vingança e muito, muito poder.
Foi Aaron quem desviou minha atenção daquela cena e não pude deixar de assistir.
- Ei, você está bem? - me pergunto. E eu queria dizer não. Mas eu sorri para ele.
- Sim, lembrei que tinha um compromisso hoje à tarde. -
E como se nada tivesse acontecido, continuei até a próxima e última hora.
Desci as escadas da escola, com uma vontade imensa de voltar para minha cama.
Estar sozinho tornou-se uma necessidade fundamental, a última coisa que eu queria era conversar com um ex traidor.
Mas ei, eu disse isso. O destino me odeia.
- JOY - Derek estava atrás de mim em um segundo.
E depois de um ano, consegui reanalisar sua aparência.
Ele ainda era um menino bonito: olhos castanhos claros, cabelos castanhos e constituição de atleta. Pena que eu não tinha nada no cérebro.
- Tenho pressa. - eu disse me virando em sua direção. Eu sabia que chegaria a hora. É melhor se livrar do pensamento imediatamente, certo?
- Serei rápido. - respondeu ele, avançando em minha direção e obtendo em resposta uma retirada de minha parte.
- Me desculpe, não quero... - Ele tentou falar. Mas a verdade é que não tive vontade.
- Você não queria, você ia dizer isso, certo?
Derek, eu realmente não me importo. Acabou quando você saiu. Você não teve coragem de falar comigo naquela época, não perca tempo fazendo isso agora.
Sinto muito agora, mas realmente preciso ir.
Boa vida. - Dito isto, voltei. Eu deixei lá. Eu me senti culpado? Só um pouco, talvez. Mas não consegui encontrar nenhuma justificativa para seu comportamento.
A um passo da porta, aquela sensação voltou.
Isso me atraiu como um ímã. A cerca de dois metros de mim, apoiado numa moto e com o seu, inevitável, cigarro nos lábios rendados.
Ele estava olhando para mim.
Ele passou os olhos pelo meu corpo, me dando a sensação de que ficava quente sob seu olhar e enquanto ele inspirava e expirava a fumaça.
Quando as imagens daquela manhã ressurgem na minha cabeça. Ele, aquela garota, ele beijando ela como se não quisesse mais nada, ele olhando para mim o tempo todo.
Fui.
Aquela situação estava tomando um rumo inesperado, que achei difícil de entender.
- Vou te contar as regras, pequena. -
De todas as meninas da minha turma, ele teve que me escolher.
Que nos anos escolares ainda não sei onde ficam as vagas. Então você entende que tipo de orientação eu tenho.
Tenho que mandar uma mensagem para o técnico do time de basquete, pois os treinos serão suspensos na próxima semana.
Viro à esquerda, em linha reta, viro de novo e, em tese, deveria estar ali.
Pelo menos essas são as instruções que Aaron me deu. A menos que eu tenha errado de propósito e acabei em alguma aula, com um garoto encostado nas carteiras.
Essa é outra perspectiva.
Segui todas as instruções e fiquei cara a cara com uma porta que deveria levar ao escritório do senhor. Nunca estive nesta parte da escola.
Abro a porta e... Por que diabos ela não abre?!
Tento novamente, mas nada. Tento novamente, mas nada.
Foi selado com algum feitiço de Harry Potter?
Só resta uma coisa a fazer.
Afastei-me, visualizando cuidadosamente meu objetivo.
- Os dois - disse para a porta fazendo mímica e - estou olhando para você -, depois disso saí.
Em todos os sentidos. Basicamente, saltei um metro e meio e quebrei o ombro.
É estranho, geralmente funciona em filmes.
Talvez eu tenha usado o método errado.
Afastei-me novamente, desta vez um pouco menos.
E eu fui embora...
Bati na porta e bum... ela abriu.
Aperto os olhos e tento pousar com os braços para aliviar o impacto da queda, mas - por que ainda estou vivo e de pé?
E por que estou com as mãos na cintura?
Virei-me, pronto para formular uma pequena canção de desculpas a quem deveria ser o senhor, mas fiquei sem palavras. Literalmente.
Riky estava na minha frente. Completamente molhado. Foi difícil para mim entender qual de nós estava mais molhado, ele ou eu? Ela tinha acabado de sair do banho, uma evidência clara eram as gotas que corriam por seu corpo e depois acabavam em... Oh Deus, eu deveria encontrar um namorado.
Um pequeno sorriso apareceu em seu rosto, consciente do poder que sua beleza tinha. Não apenas sobre mim. Com uma mão ele afastou o cabelo grosso do rosto. Eles também são embebidos em água. Pude admirar suas tatuagens, na primeira vez que prestei total atenção nele. Admirei a deusa tatuada em seu abdômen. E com o meu olhar segui todas as suas feições. Ela era incrivelmente linda. Levei um tempo para reconhecê-lo.
- Você pagou a passagem? - Ele disse do nada. Eu estava muito concentrado em admirar aquela vista para entender instantaneamente a frase.
- Hum, sim, o que? - eu disse, conseguindo desviar o olhar. - Você pagou o ingresso para me ver pelado? - concluiu a frase.
Ao analisar o que ele havia dito, pareceu-me natural dizer o que estava pensando naquele momento: - Pagaria com prazer - cobri a boca com as mãos, xingando-me com oitocentas palavras diferentes. línguas. Eu odeio minha linguagem, ela deveria ficar no seu lugar.
Agora você provavelmente pensa que sou uma garota de dezessete anos em plena fase hormonal.
- Tenho certeza que valem mais que o seu dinheiro. Talvez eu possa me privar de alguma coisa. - ele disse com um olhar felino. Ele não estava brincando, ele não era de brincar. Ele estava a um passo de se privar e me fazer admirar sua nudez.
Não. Eu não estaria tão desesperado.
"Não tente", eu sibilei. Eu também não acreditei. Perguntei-me se a minha ostentação vinha do tempo em que não tinha visto um homem nu ou daquela visão. Eu nunca tinha visto ninguém como ele. Arrogante, autoconfiante, rude, ele exalava virilidade por todos os poros. Uma verdadeira concentração de testosterona. Estudei cada pequeno detalhe de seu rosto. Desde a mandíbula contraída até o piercing no nariz. Aos poucos estou começando a fazer piercings nos mamilos e vou gostar deles, embora nunca os tenha visto em um homem.
Aproximou-se lentamente, como um predador analisando sua presa, enquanto a falta de espaço me obrigava a me agarrar ao único suporte atrás de mim. A parede. Má escolha, pois agora a situação ficou mais fácil para ele. Mas ele parece não se importar com nada, como se tivesse tudo sob controle desde o início.
Ele se aproxima lentamente do meu pescoço e a um centímetro dele, sibila: - Como se você não gostasse, pequena. -
Sua respiração no meu pescoço. Áspero, intenso, um sabor intenso. Tinha gosto de menta e tabaco.
Ele esticou os braços acima da minha cabeça, chegando ainda mais perto.
- Há quanto tempo você não vê um homem nu? Ou talvez você nunca tenha visto. - ele sugeriu sem parar de me examinar com um sorriso vitorioso no rosto. Sim, ele estava ganhando e tinha consciência disso.
“Não é da sua conta”, consegui dizer.
- Não tem razão. Eu não me importo com quantos você já esteve. Quando você estiver comigo, você nem vai se lembrar deles. - Ele se aproximou lentamente dos meus lábios. E quando pensei que ele estava me beijando, ele se afastou.
Ele era mais forte que eu, minha decepção era evidente e também muito. Ele sorriu sabendo o efeito que causou em mim naquele momento.
- Você gosta mesmo de se enganar, né? - perguntei a ele em uma pergunta retórica. Embora estivesse perdendo toda a clareza, ainda achava difícil abandonar meu orgulho.
A parte má de mim queria se fazer ouvir e mostrar a ele que ele não poderia brincar comigo como fazia com todo mundo.
- Eu não estou enganado, NUNCA. - ele pronunciou novamente a um passo de meus lábios, devorando-os com seu olhar.
Sim, ele também queria.
- O que você quer que eu te faça? -
- ...Basta você dizer e eu te mostrarei os prazeres mais intensos e ocultos que você nem sabia que era capaz de sentir.
Vou te exaurir e te foder em todos os lugares e de todas as maneiras.
Tenha em mente apenas uma coisa: eu faço as regras. -
Eu estava pronto para lhe dar a resposta mais ácida que pudesse, mas não tive oportunidade.
Pois, depois de terminar a frase ele foi embora, me deixando lá. Sozinho e completamente perturbado.
Escusado será dizer que voltei para a aula sem nada nas mãos. Mas depois daquela conversa intensa, a única coisa que passou pela minha cabeça foram as palavras dele. A maneira como ele contou a ela, como se não estivesse brincando. Como se o que eu dissesse fosse suficiente e exaurisse todas as forças que me restavam.
Sim, ela definitivamente precisava de um namorado.
Quando cheguei, Aaron olhou para mim com um sorriso de desculpas e disse: "Hm, acho que lhe dei a localização errada." Você teve que virar na posição oposta. Com licença. Espero que você não tenha acabado em lugares desolados. -
Também não é preciso dizer que Aaron e Nata posteriormente me fizeram uma infinidade de perguntas, a maioria das quais não consegui responder.
Sim, fiquei em dúvida e decepcionado comigo mesmo.
Com Nata me senti profundamente culpado e chateado.
Eu não tinha tanta certeza das minhas palavras como antes.
Riky me atraiu, como um ímã atrai seu ímã. Tinha um cheiro perigoso para mim, como algo que tinha que permanecer fechado e sem vigilância porque se abrisse poderia causar mil sensações das quais ninguém tinha consciência.
E eu gostei, gostei muito.
- Eu queria ele. -
O barulho da moto toma conta totalmente do meu ouvido e, caramba, senti falta daquela porra de som.
Viajo pelas ruas movimentadas de Miami, andando entre os carros e ultrapassando os mais lentos. Odeio esperar. Estou acostumada a levar tudo na hora. Um dos meus defeitos.
Só preciso de um cigarro, daqueles que te deixam chapado o dia todo. Do tipo que faz você parar de pensar na merda que está vestindo.
Um pouco como aquela garota. Cada vez que olho para ela ou estou perto dela, fico completamente atordoado. Um pouco como quando você fuma um baseado, um bom cigarro.
Então você o quer de volta, uma e outra vez. E não é fácil esquecer a primeira vez que você fumou.
Estávamos quase lá. Um pouquinho e eu a teria levado para aquele vestiário sujo. E Deus sabe em quantas maneiras de transar com ela eu poderia pensar. Eu me pergunto por que não fiz isso. Só sei que se eu a provocasse, ela me olharia com seu olhar ingênuo, mas determinado a me confrontar. Ele me desafiou, jogou o jogo da resistência. Ao mesmo tempo, uma cor roxa se espalhou por suas bochechas, fazendo-a parecer totalmente uma criança comparada a mim.
Ele a queria, Deus, quanto ele a queria. E eu não conseguia aceitar que ela, em tão pouco tempo, fosse capaz de causar tanto efeito em mim.
Queria ver seu rosto angelical completamente subordinado a mim, enquanto a fazia descobrir os prazeres mais perversos. Mas eu não me deixaria ser enganado por alguém assim. Ela poderia ter quantos quisesse, não seria uma garota que mudaria de ideia.
E no mundo que ela construiu para mim, feito de desastre após desastre, não havia lugar para ela.
Já havia um caos na minha cabeça. Eu não teria acrescentado nenhum pensamento extra, especialmente se fosse um sentimento.
Não quero saber nada sobre essa merda.