Biblioteca
Português
Capítulos
Configurações

Capítulo 9

Isso só me incita a cravar a faca mais fundo em sua carne.

— Normalmente, em assuntos assim, evito ficar chateado, tem quem faça isso por mim.

Ele invadiu meu território. Você deve saber até onde pode se esforçar e ir mais longe. -

- Não acredito que… -

—Eu disse que você poderia falar com Mike? —Cala a boca e espero que continue assim.

— Eu também odeio pessoas que me interrompem. Você invadiu meu território, mas felizmente para você, você tem algo que eu quero, então você pode conseguir o que quer. -

Eu estalo meu pescoço enquanto Luke fica atrás de mim, estudando a sala.

—Agora você pode falar Mike. -

—O que eu poderia ter se você fosse dono de metade de Boston? -

Estou prestes a falar quando ouço gritos vindos da cozinha.

- Ajuda! -Olhos

estranhos. Aquela voz…

Ando em direção à fonte, ignorando Harleen, que me chama de volta. Seu colaborador agarra meu braço.

Ele não tem tempo de dizer nada porque meu punho atinge seu nariz e ouço um estalo alto por baixo. Ela cai no chão segurando-a e eu volto ao meu objetivo, abrindo a porta e encontrando-a no chão com sangue saindo pelo nariz.

Ele olha para mim e sussurra alguma coisa.

—Isso é apenas um assunto que estou resolvendo Sr. Ice, não precisa se preocupar com isso. -

- Não -

Pego minha arma e atiro diretamente na cabeça do homem que a machucou.

— Sabe, eu prometi a mim mesmo que não mataria hoje, isso estragou meu histórico. -

- Que… -

- Você a machucou. -

—Ela é apenas uma devedora. -

—Não, ela não é apenas uma devedora. -

Vou em direção a ele, ele dá um passo para trás, mas Luke o empurra para frente e eu o agarro pela gola da camisa.

- Ela é minha esposa. -

—E-eu não sabia. -

- Isso importa? -

Ele me implora, mas não tem o mesmo efeito.

Eu olho diretamente nos olhos dele enquanto aponto a arma para sua testa e aperto o gatilho.

O sangue espirra no meu rosto e o corpo cai pesadamente no chão.

"Cuide disso. -

- E você? -

—Eu cuido dela—

Seu lado estava queimando. Havia um cheiro de fumaça e me senti tonto. Eleonor estava com febre alta. Tínhamos deixado ela com a avó, enquanto eu queria ir com meus pais comprar remédios.

O caminhao. Apareceu quase do nada, nos oprimindo.

— Meg... amor —

Olho para minha mãe que se aproxima de mim, tocando meu rosto.

— Você tem que resistir. -

— M-mãe… —

Depois o som de passos. Havia alguém lá fora?

— C-feche os olhos. - Eu não queria.

-Faça-o por mim. -

Feche e cante sua canção de ninar. Minha cabeça doía muito e a dor na lateral do corpo era insuportável, mas eu estava cansado. Acho que adormeci e depois tomei uma injeção.

Abro os olhos e suspiro como se meus pulmões tivessem esquecido para que servem.

Regulo minha respiração e olho para o teto da sala. Foi uma memória?

Pergunta mais importante, como cheguei em casa?

Ele teve outro sonho?

Toquei minha cabeça e a pontada de dor e a presença de um band-aid confirmaram que eu realmente havia sido levado por agiotas e jogado contra uma parede.

Alguém até trocou minha roupa e isso me incomoda. Salvador ou não, ele poderia ter sido salvo.

Saio da cama e vou até o banheiro me olhar no espelho. A bochecha está ligeiramente vermelha.

Retiro o adesivo lentamente, tentando evitar puxar o cabelo. Há um pequeno corte, a ferida também está cicatrizada, embora esteja vermelha. Eu a cubro e tento pensar com clareza depois de entrar no chuveiro.

A água quente elimina o toque do usurário, mas como cheguei em casa? Alguém entrou naquela cozinha e depois houve escuridão total.

Desligo a água e vejo uma gota d'água escorrendo pela parede.

Quando acordei eram quatro horas.

Eleonor ainda está na casa de Taylor, mas estou muito confuso.

Visto meu roupão e vou para a cozinha. A casa está vazia, embora eu ache que deveria ter me assegurado antes de entrar no banheiro, mas então apareceu algo novo.

Na mesa em frente ao sofá está uma tulipa com um bilhete anexado.

Sinto meu coração na garganta. Alguém entrou livremente em minha casa. Ele me despiu, me tratou e até pensou em me avisar.

Em que diabos eu estava me metendo...

Pego a flor e o cartão. Havia um leve toque de fumaça permeando o pedaço de papel.

- Vejo você em breve. -

Tento manter a calma, mas minha mão treme levemente.

Merda.

•••

Ligo para Taylor por volta das sete, depois de ter ousado mais com base e deixado o cabelo solto, apesar do calor.

Também me obrigaram a usar uma camisa sem mangas e gola alta, que apesar de ser de algodão, não é das melhores.

— Meg! — Eleonor pula em mim e consigo pegá-la apesar da dor nas costas. Suprimo minha expressão de dor e sorrio para ele, beijando sua bochecha.

—Você se comportou bem? -

— Sempre, mas por que você não voltou ontem? -

— Estou atrasado, me desculpe. -

Taylor aparece na porta e o vizinho intrometido literalmente me examina.

—Você está bem Daniela? -

— Ótimo, obrigado por Eleonor, um dia eu te pago de volta também. Mas agora temos que ir ou chegaremos atrasados. Você jantará conosco esta noite? Paro para comer uma pizza quando desço na Bunny. -

Ele suspira e acena com a cabeça, ele não acredita em mim, mas espero ter conseguido o que queria.

Pegamos o ônibus e desta vez faço Lele sentar no meu colo. Você deve evitar forçar as costas.

Eu recebi cuidados médicos de um perseguidor completamente estranho, mas estava estudando para ser cirurgião, poderia curar meu próprio corpo e agora sabia o que podia ou não fazer.

— Vou te procurar hoje. -

- Na realidade? — Um sorriso de bruxa aparece em seu rosto.

— Sim, então iremos visitar a vovó no hospital. -

—Podemos parar e comprar algumas flores? -

- Está bem -

—E então eu gostaria de um sorvete. -

— Hum, hum —

—E vá para o parquinho. - Explosão de riso. Seu entusiasmo parece genuíno para mim, mas sei que deveria me deixar triste. Ele reage assim porque gostaria de passar mais tempo comigo.

Espero que esta sua inocência não desapareça com o passar dos anos. Quero que sua vida seja diferente da que estou enfrentando.

—Você teria energia para fazer tudo isso? -

- Sim! — rio de sua adorável determinação.

- Ok então, mas você tem que me dar uma boa nota no dever de casa de hoje, senão nada de sorvete. -

Ela fica de mau humor e aperta as bochechas e recupera o sorriso.

Cumprimento-a na entrada e volto para o próximo ponto de ônibus quando, enquanto espero olhando meu celular, encontro outra tulipa ao meu lado.

Suspiro e me levanto do banco, olhando para a flor como se ela estivesse amaldiçoada.

Não, não, não... quando...

Tenho certeza de que havia uma senhora mais velha ao meu lado, sem tulipas. Ele estava conversando com o sobrinho e para parecer menos intrusivo eu coloquei fones de ouvido, mas como diabos isso era possível?

Engulo em seco e assim que chega na metade eu pulo, sentando em um assento perto da janela, ainda olhando para aquela flor.

Isto não é uma coincidência. E estou começando a ficar com muito medo.

Baixe o aplicativo agora para receber a recompensa
Digitalize o código QR para baixar o aplicativo Hinovel.