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Capítulo 7

Capítulo 7

Anna acorda lentamente, seus olhos se abrem para se deparar com a estrada à sua frente. Ela nota imediatamente que está sem as algemas que a prendiam antes. Olha para Rodolfo, que está concentrado no trânsito, seu semblante sério e preocupado.

Com o estômago roncando de fome, Anna sente uma pontada de desconforto ao perceber que não tem ideia de quando foi sua última refeição. No entanto, ela se recusa a implorar por comida a Rodolfo. Ela não vai se humilhar diante dele, não depois de tudo o que aconteceu.

Ela desvia o olhar, tentando ignorar a sensação de vazio em seu estômago enquanto se pergunta o que o destino lhe reserva.

Momentos depois, ela observa ele discretamente. Mesmo sabendo que ele é o responsável por sua situação atual, ela não consegue deixar de reconhecer sua beleza e sentir uma inexplicável atração por ele. Uma parte dela clama por ódio e ressentimento, mas outra parte se vê irresistivelmente atraída por aqueles olhos profundos e pela aura de mistério que o envolve.

Ela se pega lutando contra seus próprios sentimentos, tentando manter uma fachada de indiferença, mas seu coração parece ter outros planos. Anna se pergunta como é possível sentir algo tão contraditório em relação a alguém que a sequestrou e a levou para uma situação perigosa.

No entanto, ela sabe que não pode se deixar levar por esses sentimentos. Seu único objetivo agora é sobreviver e encontrar uma maneira de escapar. Mas, mesmo enquanto essa determinação queima em seu peito, uma parte dela não pode deixar de se perguntar sobre o que poderia ter sido se as circunstâncias fossem diferentes.

Anna fica espantada ao perceber que está em outro carro, mas decide não fazer nenhum comentário. Apesar da raiva borbulhando dentro dela, ela respira fundo antes de perguntar:

— Onde estamos?

Rodolfo, ciente de que ela estava acordada o tempo todo, responde com firmeza:

— Na França. Por enquanto.

Ela suspira, percebendo que não estão tão longe de Milão, na Itália. Se ela conseguir escapar, talvez ainda haja uma chance de voltar para casa. Mas seus pensamentos são interrompidos por Rodolfo, que corta seus devaneios:

— Você não vai conseguir fugir de mim. Nem tente.

Anna cruza os braços em silêncio, decidindo não fazer mais perguntas. Ela sabe que, quando chegar o momento certo, agirá. Por enquanto, só lhe resta esperar e planejar.

Rodolfo para o carro em um determinado ponto do trajeto e olha para Anna com seriedade.

— Vou ter que te vendar a partir desse ponto — ele diz.

Anna franze o cenho, sentindo uma mistura de confusão e desconfiança.

— Você já me tem. Qual o problema se eu ver o trajeto? — ela questiona. — Não conheço todos os lugares da Europa.

Rodolfo suspira, sua expressão se endurecendo.

— Isso não vem ao caso — ele responde. — Ou você coloca a venda ou eu coloco a força. Podemos fazer do jeito fácil ou difícil. O que me diz?

Anna engole em seco, compreendendo que não tem muita escolha na situação. Ela abaixa o olhar por um momento antes de concordar relutantemente:

— Está bem. Eu coloco a venda.

Eles continuam o trajeto em silêncio tenso, e Anna não tem noção de quanto tempo passou. Ela sente o desconforto da viagem, com seu traseiro doendo mesmo o assento do veículo sendo confortável.

Finalmente, Rodolfo quebra o silêncio.

— Chegamos — ele diz, parando o carro.

Anna sente seu coração acelerar enquanto ele se vira para ela e diz:

— Pode tirar a venda.

Ela obedece imediatamente, tirando a venda dos olhos. À sua frente, surge uma cabana feita de pedras e vidro, parecendo isolada e misteriosa na paisagem. Anna sente uma mistura de emoções ao olhar para a cabana, questionando o que os espera ali e o que Rodolfo está planejando.

Rodolfo observa Anna atentamente, seus olhos semicerrados transmitem uma mistura de seriedade e advertência.

— Já disse que não conseguirá escapar — ele repete, sua voz ecoando com autoridade. — Aqui é como um labirinto.

Anna sente um arrepio percorrer sua espinha ao ouvir suas palavras, seu semblante mostrando preocupação depois do que acabou de ouvir. Ela percebe que está em uma situação ainda mais complicada do que imaginava.

— Vamos entrar. Você precisa de um banho e de comida — ele disse, indo na frente.

Anna hesita por um momento do lado de fora, sentindo-se tentada a sair correndo. No entanto, decide seguir seu plano e entra na cabana muito bem equipada. Ao passar pela porta, fica surpresa com o que vê.

A sala é extremamente aconchegante, com uma lareira, sofás macios e tapetes confortáveis. Anna olha ao redor, maravilhada com o ambiente acolhedor, e imagina como será o restante da cabana. Na verdade, ela percebe que não deveria nem mesmo chamá-la de cabana, pois é muito mais do que isso. É praticamente uma mansão.

— Venha comigo, Anna. Vou mostrar onde vai ficar. Todas as janelas são travadas com ferro, você não vai conseguir sair nunca, a não ser que eu deixe — disse ele, conduzindo-a pelo corredor.

Anna sentiu uma mistura de raiva e desespero, mas se conteve, guardando suas emoções para si mesma.

— Desgraçado! — murmurou entre os dentes.

Ele a encarou com um olhar sério e respondeu: — Diga o que quiser. Ficará aqui comigo nos próximos dias. Seria melhor se nos déssemos muito bem.

— Ah é? Não vou me entregar para você se é o que está dizendo — retrucou Anna, determinada.

O olhar dele suavizou um pouco, e ele respondeu: — Isso não passou pela minha cabeça. Não tenho nenhuma intenção de tocá-la. Pode ficar tranquila.

Anna sentiu um certo alívio ao ouvir suas palavras, mas ao mesmo tempo, uma pontada de insegurança a invadiu. Será que não era atraente o suficiente para ele?

"Que loucura estou pensando? Ele é um maldito desgraçado." Anna tenta conter os pensamentos tumultuados enquanto entra no quarto e se depara com o ambiente aconchegante.

— Aqui será o seu quarto por alguns dias. Só não teremos empregados. Então vamos nos unir para fazer tudo. Limpar, cozinhar e etcetera — explicou ele, com um tom calmo.

Anna arqueou uma sobrancelha, incrédula.

— Você está de brincadeira! Eu nunca fervi uma água.

Ele sorriu de maneira enigmática.

— Hum... Então vai aprender.

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