Capítulo 4 Tem que Encontrar Ela!
Rui não deu continuidade às palavras. No entanto, Agatha já sentiu a pura ameaça nas entrelinhas. Ela se viu um pouco chateada. Por causa dele, ela até perdeu o emprego e tinha que seguir sempre atrás dele. Foi combinado que os dois não se intrometeriam, mas agora foram obrigados a ficar juntos, o que Agatha também não desejava.
Porém, ela não disse nada. A situação atual dela estava muito embaraçada.
Encaminhando para fora do portão sem palavras, Rui, sentado na cadeira de rodas, entrou no carro com apoio do assistente. Agatha se curvou para entrar, sem pensar muito, mas Pierre a impediu.
- Sra. Agatha, eis o carro especial do Sr. Rui.
Agatha ficou tonta:
- O que significa?
Rui virou a cabeça a ela, com um traço de zombaria nos olhos profundos e calmos:
- Você não é qualificada para ser minha assistente.
Ouvindo isso, Agatha mudou de cara subitamente:
- O que quer dizer? Se fosse assim, porque é que você concordou com a proposta do avô já agora?
Rui não queria perder tempo com ela e recolheu o olhar frio dele. Pierre, inexpressivo, estava prestes a fechar a porta do carro, enquanto Agatha o impediu com a mão e questionou Rui:
-Se você saia, como eu faço? O avô…
Falando no avô, um brilho penetrante se agitou nos olhos de Rui. Ele semicerrou os olhos, pregando nela de forma perigosa.
- Pierre, lhe dê o endereço e deixe ela ir lá caminhando.
Agatha: …
Como era possível existir pessoa tão grosseira!
Pierre passou a direção a ela e fechou o carro de forma indiferente.
- Sra. Agatha, boa sorte.
Com as palavras jogadas, o carro foi embora.
Agatha ficou totalmente confusa. A guarda, que testemunhou essa cena, estava olhando-a com pena.
Enfrentando o olhar compassivo, Agatha se sentiu ressentida de novo.
Ela apertou os punhos.
Ir lá caminhando? OK.
No carro
- Sr. Rui, seria um pouco exagerado fazer com ela de tal maneira?
Rui franziu as sobrancelhas, o que deixou a atmosfera esfriada:
- Você quer descer e acompanhar ela?
Pierre mudou de cara:
- Esqueça.
Rui fez uma zombaria, cujo olhar severo atingiu, através do espelho retrovisor, essa figura magrinha ao portão. Ele recolheu o olhar rápido e depois pensou em algo, mexendo os lábios finos.
- Qualquer novidade sobre aquela mulher que eu pedi para procurar?
Falando nisso, Pierre fez tosse com o punho perto da boca:
- Sr. Rui, não há monitoramento nessa rua e por acaso choveu torrencialmente naquela noite. Com a escuridão, não tem como enxergar os pedestres nitidamente. Porém, por favor me dê mais um pouco de tempo. Creio conseguir investigá-la bem.
Que desilusão! Normalmente, qualquer trabalho que Rui indicava, Pierre sempre conseguia finalizá-lo perfeitamente.
Mas só essa única tarefa não deu certo.
Como imaginado, o rosto de Rui se escureceu mais. Ele disse franzindo as sobrancelhas:
- Já passou um mês. Se o assunto fosse premeditado, aquela mulher deveria estar grávida já.
Pierre foi surpreendido. Uma mulher totalmente desconhecida estava grávida do filho de Rui? Isso não era uma brincadeira. Pierre ficou com expressão séria.
- Entendi. Vou mandar acompanhar a situação lá no hospital.
Rui semicerrou os olhos.
Ele nunca teve relação sexual antes. A mulher daquela noite foi a primeira!
Por isso, tinha que encontrar ela!
Agatha levou meia hora para chegar no Grupo Norberto.
Infelizmente, mesmo chegando no Grupo Norberto, ela foi impedida na entrada por não ter agendamento com antecedência.
Na Cidade Nortão, a existência do Grupo Norberto é o pilar que sustenta a cidade.
O monopólio do Grupo Norberto impulsionou a economia da Cidade Nortão, que era um pequeno vilarejo 15 anos atrás com atenção de ninguém, mas agora era aproximada a ser uma das megacidades.
Numa grande empresa, não era fácil entrar e sair à vontade.
- Perdão, mas você poderia falar com Rui? Eu realmente sou nova assistente dele.
A recepcionista deu uma olhada a ela com desdém.
- Que bobagens está dizendo? O presidente Rui nunca precisou de assistente, o que toda a empresa sabe. Você nem fez uma pesquisa minuciosa para seduzir ele?
Ouvindo isso, Agatha ficou meio surpresa. Provavelmente isso foi justamente o que Rui planejou. Mesmo que ela chegasse à empresa, não poderia ser liberada.
- Saia rápido. Pessoa como você nem é qualificada para ser funcionária comum da nossa empresa, já não para falar de ser assistente de CEO!
O olhar da recepcionista se tornou ainda mais desprezível. As outras funcionárias ao lado também fizeram zombarias juntos com ela.
- Meu Deus, veja o que ela está vestindo! Ela até ousa dizer que é assistente sem ter um vestuário de trabalho, usando apenas uma roupa comprada numa banca!
- Fato real! Você vê todos os tipos de pessoas esquisitas nesse grande mundo.
- Se você não sair, vamos chamar a vigilância.
Com o rosto vermelho por causa de insultos delas, Agatha mordeu o lábio e abaixou a cabeça olhando o vestido dela.
O que a recepcionista disse não foi errado. Esse vestido foi realmente comprado numa banca de mercado noturno. Naquela altura, o salário dela não era suficiente e ela costumava poupar dinheiro em vestuário e alimentação.
Mas durante tantos anos, ela sempre achava que levava uma vida alegre.
Hoje, com humilhações dessas pessoas na sua frente, Agatha de repente sentiu vergonha.
- Vá lá troca-se e arrumar-se antes de vir cá de novo! - Todos olharam ela com sarcasmo, deixando Agatha mais envergonhada. Enquanto ela estava desamparada mordendo o lábio, soou uma voz suave atrás dela.
- O que aconteceu?
Agatha virou a cabeça e deparou com um par de olhos gentis.
- Chegou o vice-presidente.
- Vice-presidente Domingos!
Era Domingos, o irmão mais velho de Rui.
Agatha ficou um pouco chocada ao ver ele.
Domingos caminhou para a frente dela diretamente e perguntou em voz suave:
- Veio buscar Rui?
Agatha acenou a cabeça nervosamente. Se os outros assistissem essa imagem miserável dela, iam desprezá-la definitivamente, não é?
Pensando nisso, até os dedos dos pés de Agatha ficaram apertados.
- Desculpe, eu... - ela abaixou as pálpebras e pediu desculpas inconscientemente -, parece que estou trazendo incômodos à sua empresa...
- Magina. - Domingos pegou a mão dela. - Eu levo você acima.
- Nossa!!!
Quando Domingos apertou a mão dela, desatou um grito surpreso das funcionárias, com uma expressão incrível ao assistir essa cena.
A risada das recepcionistas ficou congelada. Originalmente, achavam que era uma mulher comum, por isso zombaram ela tremendamente, mas quem sabia que ela conhecia Domingos!
Será que...ela é realmente a nova assistente de CEO?
Entrando no elevador, Agatha ainda permanecia nervosa. Ela abaixou a cabeça e viu a mão ainda apertada por Domingos, de repente sentiu uma aceleração de batimento do coração. Ela retirou a mão apressadamente e se distanciou de Domingos.
Domingos não ficou ofendido, com um sorriso leve no seu rosto elegante.
Agatha o observou clandestinamente.
A pele dele era muito clara, com as feições angulares e olhos tenros. Os lábios não eram muito finos nem muito expressos, com um sorriso gentil permanente. A camisa dele se via muito bem cuidada, sem nenhuma ruga.
É de fato um homem muito apreciável...
Enquanto enxergando atenciosamente, a porta do elevador se abriu.
Eles chegaram.
- Siga à direta e o gabinete de Rui fica no fundo do corredor. Eu ainda tenho outra coisa por fazer e não vou acompanhar você para lá. Você consegue ir sozinha?
Agatha acenou a cabeça logo que ouviu as palavras dele:
- Sim. Obrigada, irmão.
- De nada.
O elevador se fechou na frente dela e o ambiente voltou a ser quieto.
Agatha respirou fundo e caminhou para o fundo do caminho.
Finalmente viu a porta do gabinete. Quando Agatha estendeu a mão para tocar a porta, a porta se abriu sozinha e um objeto estranho foi jogado para fora.
Sem tempo para esquivar, Agatha foi atingida pelo choque e caiu no chão.
Aquele objeto desconhecido caiu juntamente com ela.
- Porra!!! Rui, como é que você pode me tratar assim?
Agatha acabou de descobrir que foi uma mulher pesadamente maquiada que chocou nela. De roupa meio desarrumada, a mulher se levantou de imediato e começou a xingar raivosamente apontando a pessoa dentro do gabinete.
Rui, sentado na cadeira de rodas, fez uma posição forte com os olhos profundos e assustadores, dizendo ligeiramente:
- Fora daqui.