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Namorada falsa

—Tem compromisso para o resto da noite? —Mudou de tom ede expressão.

Sophia franziu o cenho, fitando o seu sorriso. Sempre que parava para prestar atenção no homem, impressionava-se com a beleza dele e o excesso de confiança. A barba bem-feita desenhava oseu rosto, ele tinha o maxilar firme, seus lábios eram rosados e o sorriso era irresistível.Os olhos dela sabiam que sua alma pecava em desejá-lo. Já estava de bom tamanho ser a fã magoadinha.

Eles estavam juntos nessa, e ela não poderia estragar tudo,teria que cooperar. Mas aquele olhar... Ela conviveu tempo o suficiente com ele para saber que ele tinha algo em mente.

—Não.Porquê? — Continuou sem entender.

Chris parou um segundo para, pela primeira vez desde que chegou, varrer o corpo dela com seus belos olhos azuis. Ele mordeu os lábios ao ver que a mulher só vestia um moletom cinza que era bem curto. Aquilo era bonito de se imaginar sendo tirado.

Sophia ficou arrepiada. Nunca pensou que ele a olharia dessa forma, pois sempre voltava ao passado, quando ele nem se deu ao trabalho de olhá-la nos olhos. Mas ela cresceu, emagreceu e seus peitos também aumentaram.Suas pernas eram consideradas umas das mais bonitas, e ele sabia disso.

Ele seaproximou dela, hipnotizando-a e pondo uma dúvida sobre o que ela tinha em mente. Fez o que ninguém poderia imaginar naquela situação: pôs Sophia em seus ombros, assustando-a.Ela até deu um gritinho de desespero.

—O que está acontecendo... — Key parou de falar ao ver sua chefe nos ombros de Chris.

—Me solta.O que vai fazer? — Ela bateu de leve nele e se esperneou, só que Christian era bem mais forte e resistente, enquantoSoph parecia pesar menos que uma folha. — ME SOLTA, CHRIS!

—Onde fica o quarto? —calmamente, ele perguntou àKeilly, que ficou boquiaberta com a cena. Estava hipnotizada. — Oi.— Estalou os dedos na sua frente. Estava se estressando com as duas mulheres:com uma por ser lenta, e com a outra por ser teimosa. — Onde é o quarto dela?

—O que quer no meu quarto? — Sophia estava entrando em pânico outra vez. Seu coração estava na boca e ela sentia que o mundo estava girando ao contrário.

—No final do corredor —finalmente Key disse, indicando a direção com a mão.

Sem mais demora, Chris saiu da frente dela, indo ao corredor, onde tinha quadros e fotos da danada. Ela era bonita e ficava boa em fotos, sexy. Falando em sexy, ele estava a centímetros da sua bunda, que, por conta da forma como elea segurava, estava quase à mostra.

Um sorriso perverso abandonou seus lábios, porém ele não iria tão longe, limitou-se a dar um tapa nela. O que causou um choque elétrico no corpo de Sophia, deixando-a... assustada e fogosa.

Soph odiou admitir que gostou daquilo, só que tinha outras coisas para pensar, como, por exemplo, o que ele queria com tudo isso.

—Christian, eu vou matar você. — Irritou-se ainda mais, vendo o caminho todo turvo, porque estava praticamente de cabeça para baixo. —Este acordo acaba agora. Me solte antes que eu...

Ele entrou pela porta do quarto, que era consideravelmente grande. Na verdade, a casa toda era.E com o sol se pondo e a janela de vidro movível, que ia do chão ao teto, dava para ver a cidade iluminada. Por coincidência, eles moravam no mesmo bairro, em Hollywood Hills,o que facilitaria as coisas.

Chris a colocou sobre a cama king size e os dois se encararam por um momento. Ela na cama, e ele em pé, vendo a parte em que o moletom subiu, mostrando um pouco mais das coxas dela. Isso o deixoumaluco, e ela ficou envergonhada, sem saber o que fazer.

— O que pensa que está fazendo? — Ele a ignorou, voltoupara a porta e a fechou. Pior, girou a chave e a guardou no bolso da calça jeans que usava. — Isso é algum tipo de brincadeira ou...

—Relaxa, Sophia. —Pôs a mecha loira e rebelde dela para trás, que estava sobre seu rosto, alinhando os cabelos perfeitos, e,novamente,olhou para ela.Dessa vez ela se arrumou e se levantou da cama com o rosto vermelho, tanto de ódio como de vergonha.— Você é irritante,é insuportável. —Soph se impressionou com a mudança de humor dele. — Tem o péssimo hábito de olhar as partes ruins.Sempre abre essa sua boca maléfica, que diz as piores palavras sobre quem sou. — Sem perceber, ele estava se aproximando dela com aqueles olhos tempestuosos, congelando-a e a intimidando, fazendo com que seu coraçãopulasse da boca. — Escolhi você para isso. É inteligente, bonita, me faz rir sempre que pode e me gera interesse.Te deixo zombar de mim o quanto quiser, porque sei que, lá no fundo, você gosta de mim.Tem a faísca perfeita.Por isso somos tão bons juntos.

Certo...Ela se sentiu mal por ter dito tudo aquilo sobre Chris. Nem sempre ele era um babaca. Ele a ajudou no set, era educado, na maioria das vezes, e lhe dava voz quando alguns repórteres a calavam. Ela não podia ser injusta e se esquecer de tudo isso.Contudo, as atitudes delede trazê-la daquela forma para o quarto e trancar a porta a deixaram assustada.

— Gosto de você, pimentinha. Sinto uma atração fora do comum por você.Mas agora é algo sério. Nossas carreiras estão em jogo, então está na hora de nos sentarmos e conversarmos.

—Me carregou até aqui e trancou a porta —apontou o óbvio.

—Foi a única forma que encontrei de fazer isso —justificou-se, dando de ombros. — Na infância, quando eu brigava com meu irmão, nossa mãe nos colocava dentro do quarto, trancava a porta e nos forçava a conviver um com o outro por um certo tempo ali, só eu e ele. — Chris se lembrou daqueles momentos. Estava com saudade de casa. Na realidade, tinha brigado com a mãe, e isso o deixou chateado. — Vamos ficar aqui até nos entendermos, atéconversarmos, bolarmos uma história convincente e... nos conectarmos como no set.

—Era atuação. — Cruzou os braços, nervosa. — Não podemos fazer isso na sala?

—Está com medo de não resistir e me jogar nessa cama para transarmos como loucos? — Era impressionante a habilidade dele de mudar de expressão ou assunto tão rápido. — Prometo que não vou resistir.

—Para.Nada além de uma amizade vai rolar entre nós. —Soph estava tentando ser a pessoa que deixava de lado as diferenças.

Ele tinha razão, e isso custou muito aos neurônios dela. Existiam vários fatores que colocariam tudo em risco, como, por exemplo,seu olhar matador, sua boca perversa, o calor que ela sentia sempre que ele estava a passos dela e a vontade de virar uma louca, jogá-lo na cama e transar com ele como uma maluca. Quantas vezes ela já tinha imaginado estar com ele em cima de uma cama? Uma vez rolou, só que eles estavam cercados de pessoas e câmeras, e nada daquilo era verdade.

—Certo.Você está em negação.Prometo ser... — Ele respirou fundo, pois não queria dizer isso. — Ser paciente.

—Ser paciente? — Franziu o cenho. — É algo muito certo:a única coisa que pode rolar é beijo.

—Muito.Tipo, muito mesmo. — Ele achava que assim quebraria o clima, e conseguiu. Tirou um minúsculo sorriso dela. —Quem sabe uns pegas? Se você começar, não me culpe se a minha mão acabar na sua bunda perfeita.

—Não consegue levar nada a sério, não é?

—Por que acha que nunca consegui estar em um relacionamento?

—Então, vou ter que te ensinar? —Soph brincou, e ele gostou de se imaginar sendo ensinado por ela,mas com roupas eróticas e... — Sei que já está pensando em safadeza.

—Amo como você me conhece —ironizou.

—Idiota!

Ele a pegou pela cintura, puxou-a para perto de si e colou seus corpos. Soph não esperava por isso, apesar de saber que Chris era assim, espontâneo.

— Você disse que era só para conversarmos.

—Vamos conversar.Isso é importante.

Colocando-a contra a parede do quarto, Christian a encarou e aproximou seus rostos.As pontas dos seus dedos traçaram um caminho pela coxa dela, subindo pela cintura.E mesmo sendo por cima da roupa, ela se sentiu invadida.Mas foi bom, causou nela um calor em uma parte que não deveria.

Sophia estava hipnotizada e sua língua sumiu. Diria que queriaqueele se afastasse, entretanto estaria mentindo. Acima do abdômen, levemente tocando em seus seios, ele quis apertá-los e sentir seu corpo derreter, porém esse não era o seu objetivo ali.

— Até onde posso ir? —sussurrou.

A respiração dela acelerou eo coração faltou pular do corpo. Os dois estavam tão próximos, que poderiam se beijar.Entretanto, Chris a torturou, apenas deu a entender isso. Ao, novamente, tocar na sua carne, ele pegou em seu rosto, fazendo-afitar seus olhos.

— Devo confessar que desejo realizar essa mentira eque faria você muito feliz na cama,mas está certa em pôr limites.

—Você disse que gosta de quebrá-los —lembrou-lhe.

—É o risco que vai correr. Se eu fizer aquilo que considera proibido, vai ter o melhor orgasmo de todos.

—É convencido. — Não tinha como ela não o provocar,ainda mais estando naquela posição. — Como sabe que já não tive bons orgasmos?

—Porque não fui eu quem estava entre as suas belas pernas, chupando-a como um louco e, depois, fodendo-a como se não houvesse amanhã. — Droga! Ela o imaginou assim. Estava molhada,quase se contorcendo. — Sabia que estou totalmente excitado agora?

—É melhor continuarmos com a conversa. — Sophia piscou algumas vezes para voltar à realidade. Como resistir a isso? Ele estava em seu quarto falando aquelas coisas. O coração de fã idiota pulsava sem parar, quase a fazendo perder a cabeça. — Vamos. Nada de sexo.

Ele riu.

—Então, eu tenho duas opções.

Saindo de perto dele,Soph tentava pôr na sua mente algo ruim, pensando que, assim, acabaria com aquele desejo que estava se formando dentro da calcinha dela.

—Quais? — Péssima pergunta.

—Ficar de bolas roxas por um bom tempo ou acabar com este acordo antes do previsto. — Mais um exagero do Christian. — Não transo há meses, e tenho a sensação de que estou virgem de novo. — Isso a fez rir. — Claro,ria da minha desgraça. Só que não estou brincando. Vivo estressado, e a culpa é sua.

—Minha? —Virou-se para o olhar no rosto. Foi uma péssima ideia.

—Não paro de pensar que estou transando com você,quando, na realidade, você resiste a mim. Além do mais, vive sendo irônica ou ditando como sou:o vilão da sua vida.

—A pior coisa que pode fazer é ser um safado. — Ela cruzou os braços. — Se não fosse, não estaria nessa situação.

—Claro.Porque Philip Douglas é um santo. — Ele não se esqueceu do desaforo. — Saiba que ele é só mais reservado que eu.

—Douglas é um homem correto.

— Você acha? —Seu sorriso de deboche despertou a curiosidade dela.

—O que tem contra o Philip?

—Tudo, inclusive esse seu interesse nele e esse assunto de que vocês já ficaram. — Riu de novo. — E eu sou o cafajeste. Não sabe nada sobre ele.

—Já você parece saber muito.

—Sei de praticamente tudo em Hollywood.

—Então me diga por que está tão irritado agora.— Ela cerrou os olhos e se aproximou dele. A conversa estava ficando animada.

—Não gosto quando a minha namorada desperta interesse por outro cara; quando fica toda feliz elogiando um babaca que é tão sujo quanto eu.

—Me faça mudar de ideia —provocou-o.

—Não vai gostar da forma como vou fazer isso. Na verdade, até pode gostar, mas é o tipo de mulher irritante que vai dizer até o fim do mundo que não.

—Você me conhece bem.

—Não faz ideia do que faz comigo quando me provoca desse jeito.

—Estou provocando você? — Levantou uma das sobrancelhas e abriu um sorriso.

—É o que mais me irrita. — Bufou. — Me provoca,me deixa maluco e sempre se afasta quando a coisa esquenta.

—O que quer que eu faça?

—Quero que você me beije.Me deixe colocá-la do avesso e depois te ver engolir essa sua língua infâmia que tem.

—Me prove o contrário. — Cruzou os braços, determinada, levantando o nariz.Confundiu Christian.

—O quê? — Franziu o cenho.

—Me prove que não é esse cara que eu penso, que todo mundo pensa, e que pode mudar.

—Quer que eu mude para poder transar com você?

—Quero que seja alguém melhor.Ou, simplesmente, vai voltar a ser o safado de Hollywood quando terminarmos? —Soph o fez pensar no que ela falou e no futuro. Geralmente, ele não pensava no futuro. — Exato. Sendo assim, está na hora de mudar, ou vai ser um solteirão solitário e com uma má reputação.

—De bônus, vamos poder transar?

— É incrível como só presta atenção nas partes que te convêm.

—Significa que quer?

—Significa que posso fazer isso com quem eu quiser, desde que seja correto.

O sorriso debochado dele a irritou.

— Pode me recusar, pode me maltratar, pode fazer greve ou regras sobre sexo, mas, de forma alguma, vou deixar que alguém, qualquer idiota que for, encoste em você. — Sophia se impressionou com o que ele disse. — Você só vai transar comigo.Caso contrário, ficamos os dois sem sexo, beijo, toques ou qualquer coisa.Entendido?

Christian estava determinado a ser seu carrasco. Sentia-se tão irritado com a possibilidade de alguém tocar na sua falsa namorada.

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