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Não me provoca

Com os nervos à flor da pele, Sophia se olhava no espelho pela milésima vez, tentando achar alguma coisa fora do lugar. Não tinha. Na verdade, era só uma blusa de alças finas com uma calça larga da cor preta e um sobretudo da mesma cor.Seus cabelos estavam soltos.

Todo esse nervosismo tinha um porquê:seria a primeira vez que ela sairia de casa com Christian sendo seu “namorado”.

Aquele beijo no estúdio rendeu muitas fofocas. As pessoas são como traças: quanto mais sabem, mais falam. O que faltava era eles confirmarem. Não precisavam dizer “estamos namorando”,simplesmente sair de mãos dadas e se beijarem ao ar livre, como se fosse normal tudo isso.Serviria.

Só que não era nada fácil para ela. Soph nunca havia se preocupado com as roupas que usaria no dia a dia. Afinal, tudo que tinha, ficava bom nela.Na realidade, essa não era a sua preocupação, e sim confirmar para Deus e o mundo que ela, a única em todo aquele tempo de carreira dele, foi a escolhida para ser sua namorada oficialmente.

Oficialmente, ele estava namorando. Quão absurdo era isso?

A noite passada foi extremamente reveladora e excitante. Presa no seu quarto com um homem daquele, dizendo tudo que ele disse, elaficou maluquinha a ponto de começar a fantasiar e desejar algo que não podia.

Ela não seria a fraca que, em dois dias,ficaria confortável em dormir com ele só por causa de um acordo.

—Vamos nos atrasar. —Keilly estava tão nervosa quanto ela. Até parecia que era ela quem teria que fingir ser a namorada de um astro de Hollywood cafajeste. — Você tem que estar na recepção do Leny às quatro, então...

—Eu sei,Keilly.Acredite, eu sei. — Ela notou seu coração na boca, e olha que ele nem estava ali.Iriam se encontrar logo mais.

Soph refletiu durante a noite, depois que Chris foi embora. Ela estava sendo muito dura com o homem. Eles deveriam ser amigos, parceiros, não rivais.

—Vamos — ela falou ao, finalmente, sair da frente do espelho.

Christian, por outro lado, estava relaxado, como se sua vida não estivesse prestes a mudar por conta de uma certa mulher apimentada que, insuportavelmente, resistia às suas cantadas e charme.

—Eu nunca, jamais, apostaria que você assumiria um namoro, ainda mais com Sophia Thompson. — John era amigo de longa data de Chris, e seu espanto com a novidade era de se esperar. De fato, era o que toda a Los Angeles estava pensando. — Sophia Thompson?

Christian, encostado na cadeira, ao ar livre, usando seus óculos escuros, camisa floral leve, de botões, e bebendo algo brando, sorria ao ver a cara de espanto do amigo. Ele se corroía por dentro por não poder falar a verdade.

Chris não entendeu o porquê de John estar tão surpreso com a sua escolha, já que, em todo aqueletempo, Sophia foi a única mulher com quem ele realmente teve uma química inexplicável nas telas. Ela era linda, engraçada e as pessoas amavam seu jeito extrovertido.

Por isso ele franziu o cenho, encarando-o com um sorriso safado na boca.

—Qual o espanto? Sophia tem um poder fora do comum. — Chris nem precisava mentir,sentia que era tudo real.E, afinal, era, a não ser a parte em que eles não dormiam juntos, não transavam ou, realmente, não se amavam. Porém, toda a admiração era bem verdadeira. — Ela é muito, muito chata às vezes. Sabia que ela resistiu a mim desde o princípio? Foi a única, em toda a minha carreira, que não caiu de amores por mim. Foi irritante, mas tornou tudo mais divertido.

—Ela resistiu a você? —desacreditou.

John diria que era um exagero Chris pensar que todas as mulheres do mundo cairiam de amores por ele, mas era real que a maioria delas com quem ele já se encontrou, ficou, minimamente, envergonhada ou mexida por vê-lo sorrir para ela.

— Como você conseguiu conquistá-la, então?

—Aos poucos. — Pegou a bebida e deu um gole. — Nunca precisei correr atrás de mulher nenhuma, mas valeu apena.

Internamente, Christian se mordia. Isso ainda não tinha acontecido. Soph era difícil, mantinha-se de pé. Insuportável. Mulher difícil de se lidar. Isso feria sua honra, portanto ele não falaria a ninguém que a garota de 27 anos era tão dura na queda.

A conversa com o amigo era um teste. Ele ficaria puto quando descobrisse a verdade, porém, pelo menos Chris sabia que as pessoas cairiam na sua lábia.

Olhando as horas, ele se animou ao notar que estava perto de vê-la novamente.

Na noite passada Chris se segurou para não perder a cabeça. Eles estavam naquele cômodo.Ela com aquela roupa, e ele com as lembranças do set de filmagem, dequando os dois estavam naquele quarto com os papéis na cabeça. Só que, daquela vez, ele foi um cara de pau. Gostou de beijá-la e de fingir que elesestavam juntos, a sós.

Christian notou que estava pensando demais nessa garota.Pior, estava ansioso para a rever.Ele se despediu de John e saiu daquele restaurante, indo ao encontro de Sophia.

Ela estava lendo o roteiro da sua personagem, encostada no píer, à espera do seu “namorado”. Todavia, não conseguia se concentrar nem decorar as falas. Teve que voltar várias vezes,e nem assim conseguiu.Seu coração estava a mil e a ansiedade batia à porta. Ela nunca havia se sentido assim.

Achou que seria como um papel qualquer, que só precisariasaber as falas e interpretar na frente das câmeras, no entanto não sentiu segurança, como pensou que seria. Era mais do que só uma cena de amor, era Christian Harrison, o homem que a tirava do sério e mexia com sua cabeça e corpo.

Assistindo ao mar, às pessoas tomando sol e aos jogadores na areia, sentiu alguém a abraçar por trás, beijar sua nuca e quase parar seu coração.Ela teria entrado em pânico se não tivesse reconhecido o dono daqueles enormes braços e perfume. Assim que sentiu seus lábios na pele dela, sentiu cócegas e riu com a invasão. Não queria rir, só que foi inevitável. Além do mais, fechando os olhos, parecia natural deixá-lo ali se aproveitando dela.

Soph não fazia ideia do porquê Chris fez isso;não tinha ninguém os olhando, não tinha câmeras. Bem...Nem sempre eles viam quem os espreitavam.

—O que deu em você? —ela lhe questionou ao ser solta, virou-se e o encarou.

Foi, mais uma vez, surpreendida pelos lábios famintos, que a colocaram contra a madeira, aproximando os dois.Ela não resistiu eo puxou pela camisa, segurando o papel na mão.Aproveitou-se daquele beijo. Foi bom e demorado. Depois, ao se afastar dele, seu sorriso a quebrou. Queria olhar em seus olhos, entretanto os óculos escuros a impediam.

—É bom tirar as palavras da sua boca.

—Idiota!— Revirou os olhos. — Você vai sempre se aproveitar de mim?

—É você quem está se aproveitando de mim. Afinal, foi quem começou. E se bem me lembro, aceitou ser minha namorada, ou seja, está liberado eu beijar sua boca a qualquer momento.

—Acho que não foi com isso que concordamos.

—Quero ver até onde pode resistir— provocou-a.

Sophia, pensando em entrar na brincadeira, passou seus braços sobre os ombros dele, ficando cara a cara com ele, que segurou sua cintura e a trouxe para mais perto de si.

— Estou assumindo um novo jogo — ele comentou.

— Ah, é? — Levantou uma das sobrancelhas.

—Qual o seu limite?

—Meu limite?

—Sim.Vou fazer dos seus dias um inferno. — Ela mordeu os lábios e ele a observou.Soph tirou seus óculos escuros e os botou nela. Até que não estava sendo difícil fingir. — Vou provocá-la tanto, de tantas formas diferentes, que vai me implorar para foder você.

—Quer apostar? —continuou a provocação, sabendo que perderia, pois, nesse exato momento, estava a ponto de subir pelasparedes. Seu magnetismo era poderoso, e elanão sabia até quando aguentaria.

—Cinco dias.É o máximo que lhe dou.

—Diferentemente dos homens, que precisam de uma mulher, as garotas se saem bem sozinhas, Harrison.

Não! Ela não disse isso!

Ele ficou boquiaberto ao descobrir que a santinha era tão depravada quanto ele.

—Fantasiar comigo conta — limitou-a. — Nada de sonhar comigo ou pensar em mim.

—Quem disse que será com você?— Ela riu, deixando-o furioso. — O quê?Ficou chateado? — Viu a cara dele se fechar e seus olhos irritados.

—Sophia! — Ele a apertou ainda mais em seu corpo. — Não me provoca assim, ou vai se arrepender.

Chris tinha um plano em mente. Sabia que essa era mais uma provocação dela,por isso quis puni-la. Suas mãos desceram,foram ao limite do permitido, ele se aproximou do pescoço dela, beijou sua pele de leve, apertou a sua bunda, botou uma de suas pernas no meio das dela e continuou provocando o seu corpo, que, aos poucos, perdia a resistência.

— Você é forte. Uma mulher inteligente. — Pressionou o corpo dela contra a madeira de proteção, em cima do píer. Era cedo e o céu estava claro.As pessoas caminhavam e corriam na área, abaixo deles. — Mas não é de ferro. —Discretamente, ele a pressionava, fazendo um movimento leve no meio das suas pernas, enquanto deixava leves beijos provocativos no seu pescoço.

Sophia sentiu seu coração na boca. Sentiu que estava mole, sem forças para sair dali.E nem queria. Chris provocou o corpo dela, deixando-a molhada. Parecia que desejava fazer gozá-la com aqueles movimentos que, aos poucos, foram ficando agradáveis até demais.

—O que está fazendo? —ela conseguiu perguntar enotou que sua voz estremeceu. Seu coração batia forte no peito.

Ela olhou para os lados.Não tinha ninguém ali, só mais longe, mas não dava para verem o que eles faziam.

— Christian!

—Você disse que não vai transar comigo, mas não disse nada sobre outras formas de eu te fazer gozar.

Chris viu a oportunidade perfeita para a beijar ao ver sua boca entreaberta, sem palavras. Se ela não quisesse, diria “não”, porém deixou que eleprosseguisse.Soph se segurou, apertando seus braços.Estava quase soltando o papel das mãos. Quanto mais ele se mexia, mais excitada ela ficava. Seu corpo queria mais, queria que ele continuasse. Sentiu tanto calor, que desejou se jogar no mar. Nem o sol conseguia fazer isso com ela.

Por sorte,os beijos dele abafavam os suspiros e os pequenos gemidos que a boca dela insistia em produzir.

—Eu te odeio —ela disse em uma brecha.

—Eu sei.

Aos poucos aquele chamego se tornou a melhor coisa que os dois haviam feito até então. O meio das pernas dela estava prestes a pegar fogo. O medo de ser pega até passou. Ela se concentrava em beijar aquela boca faminta, apertar seus belos músculos e sentir sua perna encaixada direitinho no seu sexo, produzindo tanto prazer nela, que a impressionava.

— Não faz ideia das formas como posso te dar prazer, Sophia. — Ele sentia seu pau doer dentro da calça. Acreditava que teria um problema ao sair daquele lugar. — As regras foram feitas para serem quebradas, mas vou respeitar sua decisão. — Ela não conseguia responder a isso. Estava gostando tanto dos seus movimentos, que não queria pensar em mais nada. —Mas não significa que não posso tornar essa sua decisão um inferno. Posso ficar de pau duro, mas você nunca mais vai pensar em ninguém,só em mim. E quando quiser mudar as regras, saiba que vou te foder como um louco para compensar todas as vezes que me fez ficar excitado.—Tudo isso foi dito ao pé do ouvido dela.

Ela o abraçou forte ao chegar ao seu limite, gozando na calcinha, na frente de todos que ali estavam, mas não perceberam.Ele a soltou depois de satisfeito, eela ficou de pernas bambas.

Como Christian conseguiu fazer isso? Como pôde fazê-la desmoronar sem tirar as suas roupas?

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