9
Capítulo 9
Leila narrando
Hoje era o dia que eu retornava para delegacia, estava nervosa e ansiosa ao mesmo tempo, Mauro me deu a maior força para o meu retorno.
— Mamãe – Alice fala
— Oi meu amor – eu falo
— Nós vamos ficar com a babá?
— Vão sim – eu falo – os dois juntinhos.
— Você vai trabalhar muito? – ela pergunta
— Não – eu respondo – eu vou diminuir as minhas hroas trabalhadas.
— Oba – ela comemora
Eu dou um beijo nela e depois em Ravi que está dormindo, Mauro me acompanha até a delegacia.
— Bom retorno Delegada – ele fala sorrindo
— Obrigada meu amor – eu falo para ele.
Eu saio de dentro do carro e ando em direção a delegacia, não era a mesma delegacia, era outra, porque não queria mais ficar com os morros, não queria mais ficar nas operações, queria investigar casos normais.
— Seja bem vinda Delegada Leila – o supervisor da segurança fala .
— Obrigada Supervisor. – ele fala
— Olha, volta e já tem um grande problema em suas mãos.
— E qual seria?
— Roubos de carro.
— Roubos de carro? – eu pergunto
— Adrenalina pura né? Você que não quis voltar para o seu cargo de antes.
— Tudo bem – eu olho para ele – eu vou gostar de voltar para os roubos de carro – ele assente.
— Parece ser uma quadrilha e provavelmente estão mandando para fora do país – ele fala – Boa sorte.
— Obrigada.
Eu pego a pasta com todos os documentos e depois de me apresentar para todos, eu começo a ver as informações e ainda tinha muita pouca coisa, muita pouca informação, seria uma investigação dura.
Eu espero que aqui nessa delegacia, eu não encontrasse fantasmas do passado, principalmente aquele que se chama Lucas Kaique, já que eu já tinha o encontrado na rua.
Medeiros narrando
Madalena tinha passado duas noites sedadas, ela tinha dormido quase dois dias, mas foi acordando aos poucos, ela estava em silêncio, deixando ser medicada e até mesmo fazer todos os exames, conversou com uma psicóloga e ficou horas conversando.
— Miguel? – ela pergunta pela primeira vez pelo nosso filho.
— Está com a minha mãe – eu respondo
— Ele está bem?
— Está – eu respondo e ela começa a chorar e eu me aproximo dela.
— Eu não aguento mais Medeiros viver dessa forma – eu paro no lado dela e a encaro – eu não aguento mais, viver com essa indiferença com você, com você me traindo pelo morro todo, você não me olha direito e nem sequer demonstra qualquer sentimento, você acha que eu me sinto como? Desde a minha gravidez você é totalmente distante comigo, como se eu fosse a única culpada pela Lisandra ter te abandonado, mas você que se aproximou de mim, eu não obriguei a ficar comigo, era só você ter me deixado ir embora.
Eu encaro ela engolindo seco.
— Me perdoa por tudo.
— Não adianta você me pedir perdão – ela fala me encarando – se você não é capaz de cumprir com tudo que você fala.
— Eu aprendi a gostar de você Madalnea, eu não odeio você – eu falo e ela me encara – você é mãe do meu filho e eu não queria que as coisas chegasse nesse ponto.
— Eu me sinto mal, muito mal – ela fala – é como se a única forma de acabar com essa dor em meu peito, com essa agonia, fosse me matar.
— Não – eu olho para ela – eu não vou deixar que você faça isso – ela me encara – vamos recomeçar nossa vida.
— Recomeçar – ela fala balançando a cabeça.
— A gente tem um filho, a gente tem uma vida pela frente, eu vou mandar a Larissa embora do morro e vamos recomeçar, eu, você e o Miguel, eu estou sendo sincero – ela me olha.