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Capítulo 4

TOMÁS

Chego no aeroporto, estaciono meu carro e sigo para o lugar combinado com Victoria. Vejo ela de longe andando de um lado para o outro com o celular na orelha, escuto meu celular tocar, verifiquei o visor e era ela me ligando, recusei a chamada e me aproximei dela.

-Boa tarde. -falo tranquilo a cumprimentando. 

-Oi, boa tarde. -ela fala tranquila.

-Está me esperando a muito tempo? -pergunto curioso.

-Cheguei tem apenas 28 minutos. -ela fala calma.

-Me desculpe, tive um pequeno contratempo no escritório. -falo tranquilo mas é óbvio que não vou dizer que meu contratempo foi uma bunda virada pra lua que me fez ficar mais de 10 minutos dentro do carro parado. Mais isso não é importante.

-Tudo bem. Vamos? -ela fala eu pego sua mala e ela se aproxima e me entrega um selinho. 

Seguimos para o carro e depois fomos em direção ao apartamento dela. Fomos em silêncio por todo o caminho, Victoria estava lendo alguns papéis que ela havia separado antes da sua viagem, amanhã ela volta para o escritório então quer dar uma leve olhada nos casos que ela precisa resolver. 

Assim que chegamos entramos e eu deixei a mala em seu quarto. 

-E como foi a viagem? -pergunto enquanto ela está a tirar a roupa. 

-Foi tudo bem tranquilo, minha irmã vem ficar comigo alguns dias no início do mês que vem. -ela fala enquanto retira suas peças íntimas e entra no banho. 

-Que bom, vocês estão precisando de um tempo juntas. -falo tranquilo.

-Concordo com você. E como estão as coisas no escritório. -ela pergunta.

-Tudo tranquilo. 

-E a secretária. -ela pergunta e eu começo a suar frio, não entendo o porque disso.

-O que tem ela? 

-Quando termina a experiência dela. 

-Termina hoje. -ela sai do banheiro com a toalha envolta do seu corpo e com os cabelos molhados.

-E aí, essa vai continuar ou você vai dispensar ela. -ela fala curiosa penteando os cabelos. Ela sabe que não dei muita sorte com minhas últimas secretárias, elas sempre fazem algo que me faz repensar sobre suas admissões e eu acabo por optar pela demissão. Victoria ainda não conhece Samantha pessoalmente e eu não tenho muita certeza que ela irá aprová-la no escritório já que Samantha é um tanto desastrada. Victoria é um tipo de mulher firme, centrada e gosta de tudo muito certinho. 

Mas também creio que isso não irá prejudicar o emprego dela, já que Samantha é minha secretária particular. 

-Vou deixar ela na função, ela é dedicada, pontual e simpática. -falo tranquilo. 

-As outras não eram? -pergunta curiosa. 

-Sim eram, mais sempre acabavam por fazer algo que não me agradava. Vamos ver se essa dá certo. -falo firme.

-Eu espero que sim, já não suporto mais gravar tantos nomes em minha mente. -ela fala tranquila enquanto se veste. 

Meu relacionamento com Victoria é bem… como eu poderia dizer. 

Bem organizado, não curtimos pegação na frente de outras pessoas, relação íntimaa temos sempre às quintas e sábados.

De vez em quando abrimos uma exceção nas sextas-feiras, mais nunca antes de ter certeza que os dois estão de acordo. 

Demonstrações de afeto não são comuns entre nós. Cresci em um ambiente tranquilo mas não tinha essas melosidades que vejo hoje em dia por aí, então isso é um pouco constrangedor para mim, prefiro um beijinho mais demorado quando estamos sozinhos. Victoria nunca reclamou porque também não é do tipo dela ficar dando carinho, ela também é discreta e não gosta de demonstrar afeto.

Mas devo confessar que quando aquela garota pulou em meus braços e me abraçou foi um pouco estranho, minhas mãos queriam se fechar em volta do seu corpo e eu fiquei perdido naquele cheiro. 

Ela cheira divinamente bem e isso me incomodou. Minhas mãos suaram e eu tive que me esforçar para não retribuir seu abraço.

Nunca Victoria me abraçou daquele jeito. Mas somos felizes assim, temos um relacionamento estável, somos bem sucedidos e isso é o mais importante. 

-Está me ouvindo Tomás. -escuto Victoria de longe chamando minha atenção. 

-Fala. -digo voltando minha atenção para ela. 

-Você vai fazer o que amanhã? -ela pergunta.

-Qual horário? 

-Por volta das 22:00.

-Nada. -falo firme.

-Clara e Henrique nos convidaram para ir com eles em uma boate. -ela arqueia as sobrancelhas. 

-Você sabe que eu não curto boates Victoria. -falo firme. 

-Eu sei Tomás, você sabe que eu também não gosto. Mas eles vão comemorar que ela concluiu a faculdade de medicina e a turma dela marcou a comemoração nessa boate. Eles são nossos amigos, podemos simplesmente passar lá, ficar meia hora e depois vamos embora. Faz um esforço por favor  Tomás. -ela fala tranquila e eu respiro fundo. 

-Meia hora e vamos embora. Agora eu preciso ir. -falo firme e me levanto.

-Você não desmarcou sua agenda? -ela pergunta curiosa, havíamos combinado de assistir um filme juntos, aproveitar que ela chegou e que hoje é quinta-feira, dia de namorar.

-Sim desmarquei, mas meu irmão quer falar comigo e você sabe como ele é, se eu não for ele vai acabar com meu dia me ligando e enchendo meu celular de mensagens. Volto mais tarde, pode ser? -pergunto tranquilo.

-Pode sim, vou aproveitar e preparar um jantar para nós dois. -ela fala carinhosa. 

-Perfeito! -falo tranquilo, me aproximo e dou um selinho nela. Ela me acompanha até a porta.

-Até mais tarde. -ela fala se despedindo. 

-Até. -falo tranquilo e sigo até o elevador.

Retorno para o escritório onde meu irmão irá me encontrar.

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