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Capítulo 2

-Bom dia Sr Albuquerque. -falo com a voz simpática e as pernas trêmulas.

-Bom dia Sra Martini. -ele fala sério sem me olhar, está distraído terminando de assinar alguns papéis, encaro ele por alguns segundos até que ele me olha e volta a falar.

-Sente por favor Sra Martini. -aponta para a cadeira em minha frente e eu faço o que ele me pede.

-Quero saber se está gostando de trabalhar conosco. -ele fala tranquilo me encarando com aqueles olhos penetrantes.

-Sim! Estou gostando muito de trabalhar aqui. -digo sorrindo e vejo um breve sorriso contido em seus lábios.

-Que bom Sra Martini, então quero te dar os parabéns. -ele se levanta e com os olhos fixos nos meus ele caminha em minha direção.

-A vaga é sua! Espero que aceite. -ele fala calmo me estendendo a mão, olho para ele um tanto boba, ele arqueia as sobrancelhas e balança a mão delicadamente apenas para me lembrar que ele continua com a mesma estendida.

Não sei o que se passou na minha cabeça nesse momento, me levantei eufórica após entender que eu estava realmente empregada e pulei nos braços dele.

Abracei ele apertado e fechei os olhos ao sentir o perfume viciante daquele homem.

Ele ficou imóvel com as mãos soltas sem entender minha reação, abri os olhos e vi a besteira que tinha acabado de fazer.

Soltei ele quase que correndo e olhei sem graça com as bochechas vermelhas como pimenta.

-Me desculpe Sr Albuquerque, acabei me empolgando. Estou demitida? -pergunto com os olhos arregalados, ele me olha confuso com a mão ainda estendida, fica em silêncio por alguns segundos fazendo meu coração bater a 200 por minuto. (Você não entendeu errado, nesse momento sinto meu coração pulsar frenético dentro do meu peito)

-Não Sra Martini, tudo bem. Não se preocupe, a vaga é sua, só peço que se contenha por favor. -ele fala firme ainda com a mão estendida.

-Me desculpe. -aperto rapidamente sua mão estendida e balanço a mesma até que ele a puxa de volta.

-Eu preciso sair agora, por favor desmarque toda minha agenda da tarde e reagende para amanhã. -ele fala firme e eu balanço a cabeça em positivo.

-Sim Sr Albuquerque. Ainda precisa de mim aqui? -pergunto querendo sair correndo daquela sala para me esconder dentro do primeiro vaso que encontrar. No corredor tem dois enormes, então creio que me esconderia fácil dentro de algum deles.

-No momento não. E por favor Sr Albuquerque só para os clientes, você pode me chamar de Sr Tomás. -ele fala firme.

-Tudo bem, e me chame de Samantha. Odeio meu sobrenome. -falo rindo, viajei agora na maionese achando que tinha alguma intimidade com ele para falar assim.

Aperto os olhos e tento controlar minha respiração, ele me olha com um semblante sério mais vejo um pequeno sorriso em seus olhos, ele não fala nada e eu preciso sair correndo dessa sala antes que eu perca meu emprego.

-Com licença Sr Albu… Tomás, vou reagendar sua agenda. -falo firme.

-Toda. -ele fala calmo e volta para sua cadeira. Eu saí apressada, não vi quando enrolei as pernas e quase caí de cara na porta.

Apoiei na porta buscando meu equilíbrio e ergui a minha postura.

-Está tudo bem Sra Samantha? -ele pergunta tranquilo, eu respiro fundo e me viro para olhar para ele.

-Sim! É só a emoção de ter um emprego, vou voltar ao meu estado natural não se preocupe. -digo simpática e pela primeira vez em 3 meses vejo ele sorrindo.

-Tudo bem Samantha. Pode ir, só tome cuidado para não se machucar. -ele fala simpático e sorri contido. Eu sorri e saí praticamente correndo.

Fechei a porta e me encostei nela do lado fora me recuperando das meerdas que acabei de fazer, respiro fundo mais uma vez e retorno pra minha mesa.

-Não acredito, ele te demitiu? -Laura pergunta chateada, eu corro até a mesa dela.

-Não, a vaga é minha. -falo sério ela me olha confusa.

-Então por que essa cara amiga. Por acaso você queria ser demitida. -ela sorri.

-Acabei de conseguir passar da experiência e já quase perdi o meu emprego. Pulei nos braços dele feito uma louca quando ele disse que a vaga era minha. -falo olhando para a porta vigiando para ele não ouvir minha fofoca. Laura começa a rir descontrolada.

-Porque está rindo, você ouviu o que eu disse. Laura eu poderia ter perdido meu emprego, ele poderia ter me mandado embora na mesma hora. -falo firme.

-Eu tô aqui imaginando a cena, Samantha você é doida mesmo. -ela fala rindo, eu retorno para minha mesa e sento na minha cadeira.

-Você tá rindo porque não foi com você. -falo sério. Ainda estou nervosa e trêmula, acabo por derrubar minha agenda e caneta no chão.

-Claro que não e eu lá sou louca de me jogar nos braços do meu chefe. -ela sorri e logo se vira pra frente fingindo estar escrevendo algo.

-Eu não sou louca e que homem cheiroso. -digo enquanto vou ao lado da minha mesa, ela limpa a garganta e eu abaixo deixando minha bunda pra cima enquanto pego minha caneta e agenda que tinha deixado cair no chão.

-Qual será o perfume que ele usa, e aqueles brac... -ela limpa de novo a garganta, eu me levanto e viro rápido para voltar para minha cadeira mais dou de cara com o peitoral do meu chefe.

Hoje com certeza minha demissão vem, fechei os olhos e respirei fundo, levantei o rosto e olhei pra cima buscando seus olhos que estão me encarando firmes, engoli seco e apertei os lábios.

-Me desculpe mais uma vez. -falo fazendo careta.

-Tudo bem Samantha, você está bem? -ele pergunta sério e eu afirmo com a cabeça.

Ele balança a cabeça em negativa, respira fundo e se retira.

Encaro a Laura que está chorando de rir, me aproximo da mesa dela assim que vejo as portas do elevador se fecharem.

-Porque não me avisou que ele estava atrás de mim? -falo firme.

-Eu tentei te avisar, você que não entendeu. -ela fala rindo.

-Você me paga. -falo ameaçadora

-O que eu fiz, foi você que ficou aí com essa bundaa grande virada pra lua. Tinha que ver a cara dele. -ela fala rindo, me sento na minha cadeira, faço uma careta pra ela e começo a reagendar a agenda dele antes que ele volte atrás e me demita.

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